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queimação

A forma queimaçãopode ser [derivação feminino singular de queimarqueimar] ou [nome feminino].

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queimaçãoqueimação
( quei·ma·ção

quei·ma·ção

)


nome feminino

1. Operação de queimar.

2. [Figurado] [Figurado] Irritação; arrelia.

queimarqueimar
( quei·mar

quei·mar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Consumir ou destruir por acção do fogo; reduzir a cinzas (ex.: os incêndios queimaram vários hectares de floresta; queimar lixo hospitalar). = CALCINAR, INCINERAR

2. Atear fogo a; fazer arder (ex.: as tropas invasoras ameaçaram queimar a cidade; a Inquisição prendeu, torturou e queimou muita gente). = INCENDIAR

3. Fazer arder uma substância para libertar o seu aroma (ex.: queimar mirra).

4. Consumir, por meio de combustão, uma substância que produz energia (ex.: o reactor está apto a queimar urânio; o carro queima muita gasolina).

5. Tostar por acção de fogo ou de calor intenso (ex.: queimar o açúcar do leite-creme). = CRESTAR

6. [Informal] [Informal] Gastar de modo perdulário e até ao fim (ex.: evite queimar o salário em coisas supérfluas). = DELAPIDAR, DISSIPAR, ESBANJAR, TORRAR

7. [Informal] [Informal] Fazer desaparecer ou reduzir (ex.: exercícios para queimar calorias; cientistas descobrem proteína que ajuda a queimar as gorduras ingeridas pelo organismo).

8. [Informal] [Informal] Omitir partes ou etapas de algum processo (ex.: queimar fases intermédias só vai atrapalhar o progresso da obra). = SALTAR

9. [Informal] [Informal] Acelerar para passar um sinal luminoso que impõe a obrigatoriedade de paragem (ex.: queimar um sinal vermelho).

10. [Informal] [Informal] [Desporto] [Esporte] Cometer uma infracção que torna o evento nulo (ex.: queimar um salto; o piloto foi penalizado por queimar a partida).

11. [Informal] [Informal] Falar mal de (ex.: aproveitou a entrevista para queimar o rival). = CRITICAR

12. [Informal] [Informal] Vender a preço reduzido, para escoar mercadoria (ex.: queimar os últimos modelos). = LIQUIDAR

13. [Informal] [Informal] Fazer grande esforço mental (ex.: nós é que tivemos de queimar os neurónios para resolver o problema). = MATAR

14. [Brasil] [Brasil] Cozer peça de barro ou de cerâmica em forno próprio.

15. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Fumar marijuana (ex.: queimar fumo). = PUXAR

16. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Atingir com disparo de arma de fogo. = ATIRAR, BALEAR


verbo transitivo, intransitivo e pronominal

17. Causar ou sofrer lesão na pele por acção do fogo ou de calor excessivo (ex.: a sopa estava muito quente e queimou a língua; o lume queima; queimou-se no ferro de engomar).

18. Dar ou ganhar um tom de pele mais rosado ou mais escuro por exposição à luz solar (ex.: o sol é tão forte que até queima o couro cabeludo; o ar do mar também queima; este ano nem me queimei muito na praia). = BRONZEAR

19. Tornar ou ficar muito torrado por cozinhar a temperatura excessiva ou por demasiado tempo (ex.: reduza o lume para não queimar a carne; o arroz queimou; a primeira fornada queimou-se porque o forno estava muito quente). = ESTORRICAR

20. Fazer parar ou deixar de funcionar por falha ou avaria (ex.: o corte de energia queimou o motor do equipamento; a lâmpada queimou; os fusíveis também se queimaram).


verbo transitivo e intransitivo

21. Danificar ou destruir por meio de agente corrosivo, de modo semelhante ao do fogo (ex.: queimar verrugas com nitrogénio líquido; cuidado, este ácido queima). = CAUTERIZAR, CORROER

22. Causar sensação de ardor, de calor intenso (ex.: tomou um gole da bebida que lhe queimou a garganta; não gosta daqueles pimentos que queimam). = ARDER, PICAR, REQUEIMAR

23. [Informal, Figurado] [Informal, Figurado] Produzir sensação ardente, semelhante a uma queimadura, ou ardor febril (ex.: é uma recordação que há muito me queima o cérebro; sentia as saudades queimando no peito).


verbo transitivo e pronominal

24. Tirar ou perder o viço, por efeito de calor ou frio em excesso (ex.: a geada queimou a vinha; as plantas queimam-se com tanto sol). = CRESTAR, SECAR

25. [Informal, Figurado] [Informal, Figurado] Causar ou sofrer desprestígio de reputação; tornar ou ficar desacreditado, malvisto (ex.: a solução para não queimar a imagem da empresa foi fazer algumas parcerias; queimou-se com a chefia). = DESACREDITAR


verbo intransitivo

26. Estar aceso ou consumir-se pelo fogo (ex.: o lume ainda queimava na lareira; o pinho queima rápido). = ARDER

27. Estar muito quente (ex.: tem a testa a queimar). = ABRASAR, ARDER, ESCALDAR

28. [Brasil: Nordeste] [Brasil: Nordeste] Errar um passo de dança.


verbo pronominal

29. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Ficar ofendido ou furioso. = ABESPINHAR, MELINDRAR

etimologiaOrigem etimológica:latim cremo, -are.

queimaçãoqueimação

Anagramas



Dúvidas linguísticas



Gostaria de saber se é correcto dizer a gente em vez de nós.
A expressão a gente é uma locução pronominal equivalente, do ponto de vista semântico, ao pronome pessoal nós. Não é uma expressão incorrecta, apenas corresponde a um registo de língua mais informal. Por outro lado, apesar de ser equivalente a nós quanto ao sentido, implica uma diferença gramatical, pois a locução a gente corresponde gramaticalmente ao pronome pessoal ela, logo à terceira pessoa do singular (ex.: a gente trabalha muito; a gente ficou convencida) e não à primeira pessoa do plural, como o pronome nós (ex.: nós trabalhamos muito; nós ficámos convencidos).

Esta equivalência semântica, mas não gramatical, em relação ao pronome nós origina frequentemente produções dos falantes em que há erro de concordância (ex.: *a gente trabalhamos muito; *a gente ficámos convencidos; o asterisco indica agramaticalidade) e são claramente incorrectas.

A par da locução a gente, existem outras, também pertencentes a um registo de língua informal, como a malta ou o pessoal, cuja utilização é análoga, apesar de terem menor curso.




Agradecia que me informassem qual a palavra correta, prefabricado ou pré-fabricado, e se possível qual a regra para as palavras hifenizadas.
Nenhuma das formas prefabricado / pré-fabricado pode ser considerada incorrecta, uma vez que existem ambos os prefixos pre- e pré- com o sentido de anterioridade e que não há consenso em relação ao registo destas palavras.

Com efeito, o registo das formas prefabricado / pré-fabricado não é consensual nas obras lexicográficas portuguesas, situação que ocorre há já muito tempo. A título de exemplo, o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de António de Morais Silva (10.ª ed., Lisboa: Editorial Confluência, 12 vol., 1949-1959), regista apenas as formas justapostas pré-fabricado e pré-fabricar, enquanto o Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves (Coimbra: Coimbra Editora, 1966) regista apenas as formas prefabricado e prefabricar. Se compararmos obras lexicográficas mais recentes, verificamos que a falta de consenso se mantém: por exemplo, o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Academia das Ciências de Lisboa / Editorial Verbo, 2001) regista unicamente as formas hifenizadas, mas o Grande Dicionário Língua Portuguesa, (1.ª ed., Porto: Porto Editora, 2004) regista ambas as formas, com e sem hífen, remetendo pré-fabricado e derivados para prefabricado e derivados, onde se encontram as definições. Esta opção da Porto Editora parecer ter sido entretanto revista porque, no dicionário disponível presentemente online, apenas surgem registadas as formas com hífen: pré-fabricado, pré-fabricar e pré-fabricação [consultas em 18-01-2017].

Tal flutuação parece não ter equivalente na presente dicionarização da norma brasileira, pois os principais dicionários e vocabulários brasileiros consultados registam apenas as formas hifenizadas (pré-fabricado, pré-fabricar e pré-fabricação), ainda que consultas em corpora e em motores de busca da Internet revelem que há alguma flutuação gráfica no uso dos falantes. Aliás, a tendência, na norma brasileira, parece ser a da manutenção do hífen, como se pode constar em outras derivações semelhantes, que, na norma portuguesa, permanecem sem hífen. Veja-se, por exemplo, os casos de pré-habilitar, pré-adaptar, pré-adivinhar, pré-formar ou pré-limitar, todos registados no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras (norma brasileira [consultas em 18-01-2017]), a par dos correspondentes preabilitar, preadaptar, preadivinhar, preformar ou prelimitar, todos registados no Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (selecção: Portugal [consultas em 18-01-2017]). Um caso de aparente flutuação gráfica é o de prealegar, que só surge assim no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras, mas que se encontra hifenizado (pré-alegar) no Dicionário Aurélio. O Dicionário Houaiss (versão electrónica 1.0.5.a, Novembro de 2002) apresenta outros casos de flutuação quando refere, no prefixo pré-, que “[...] na medida em que um emprego de pré- tende a vulgarizar-se, na mesma medida tende a passar a pre- [sic]: o V.O. consigna o fato com registros dúplices: pré-contração/precontração, pré-cordilheira/precordilheira, pré-forma/preforma, pré-formar/preformar etc.”. Dos pares apontados, presentemente, o Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras regista apenas o par pré-cordilheira/precordilheira, tendo os restantes sido reduzidos às formas hifenizadas.

Sobre este assunto, o texto do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90), mais precisamente a alínea f) do ponto 1.º da Base XVI, afirma o seguinte:
“[Usa-se o hífen] Nas formações com os prefixos tónicos/tônicos acentuados graficamente pós-, pré- e pró-, quando o segundo elemento tem vida à parte (ao contrário do que acontece com as correspondentes formas átonas que se aglutinam com o elemento seguinte): pós-graduação, pós-tónico/pós-tônico (mas pospor); pré-escolar, pré-natal (mas prever); pró-africano, pró-europeu (mas promover).”

O trecho acima só aparentemente resolve a situação, pois, a par das formas hifenizadas apresentadas com os prefixos pós-, pré- e pró-, os exemplos pospor, prever e promover surgem acima como casos de prefixação, e são-no, só que num estádio anterior à língua portuguesa, pois eles derivam do latim postponere, praevidere e promovere, respectivamente. Para além disso, prever, tal como predefinir ou predispor, tem a vogal da primeira sílaba fechada (lê-se pre... e não pré...), o que pode levar à inferência de que as derivações por prefixação com pre- são sempre lidas dessa maneira. Ora não é isso que acontece, por exemplo, em preconceber, preestabelecer ou preexistir (e seus derivados: preconcebida, preestabelecimento, preexistentes, etc.), derivações já estabilizadas na língua e cuja vogal da primeira sílaba permanece aberta (lê-se pré... e não pre...).

O que o texto do AO90 faz, no caso de flutuação gráfica, é legitimar uma tendência que ocorre em ambas as variedades do português, mas que só estava dicionarizada na norma brasileira, para escrever e ler pré- quando a vogal é aberta, tendência que parece reflectir-se nos casos de formações mais recentes (ex.: pré-datar, pré-qualificação) e nos casos em que é possível conceber um equivalente com pós- (ex.: pós-datar, pós-qualificação). O que o texto do AO90 não faz é dizer explicitamente que não se pode escrever uma forma aglutinada com pre- quando a vogal é aberta, como prefabricado, razão pela qual, neste caso, o Dicionário Priberam regista ambas as grafias.

Por fim, relativamente à formação de palavras hifenizadas, não existe uma regra única que possa ser aplicada uniformemente. Recomenda-se a leitura da Base XV e da Base XVI do Acordo Ortográfico de 1990, que se debruçam sobre o emprego do hífen em compostos e em formações por prefixação, recomposição e sufixação.