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carregasse

A forma carregassepode ser [primeira pessoa singular do pretérito imperfeito do conjuntivo de carregarcarregar] ou [terceira pessoa singular do pretérito imperfeito do conjuntivo de carregarcarregar].

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carregarcarregar
( car·re·gar

car·re·gar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Pôr ou dispor carga em ou sobre (ex.: carregar o camião).ALIVIAR, DESCARREGAR, ESVAZIAR

2. Levar uma carga (ex.: a gata carregou as crias uma a uma; o avião carregava 148 passageiros). = TRANSPORTARDESCARREGAR

3. [Armamento] [Armamento] Meter carga ou munição em (ex.: carregar a arma).DESCARREGAR

4. Meter numa máquina ou noutro objecto aquilo que é necessário ao seu funcionamento e tem de ser mudado, renovado ou substituído regularmente (ex.: carregar o dispensador de toalhetes).

5. [Electricidade] [Eletricidade] [Eletricidade] Acumular carga eléctrica em (ex.: carregar a bateria; não deverá nunca tentar carregar pilhas que não são recarregáveis).DESCARREGAR

6. Trazer consigo ou em si (ex.: ela carrega uma grande tristeza).

7. Fazer pesar ou fazer suportar (ex.: achamos impossível carregar mais os contribuintes; tentou não carregar de trabalho o funcionário). = SATURAR, SOBRECARREGAR

8. Garantir o funcionamento ou o rendimento de (ex.: ele tem carregado o negócio estes anos todos; carrega a família sozinha). = TOCAR

9. Pôr em excesso (ex.: acho que carreguei no sal). = EXAGERARDIMINUIR, REDUZIR

10. Consumir ou ingerir em grande quantidade (ex.: é impressionante como ele carrega na aguardente).

11. Tornar pesado ou desagradável (ex.: demasiado fumo carregava a sala). = SATURAR

12. Tornar mais grosso, mais nítido ou mais intenso (ex.: carregou o traço do desenho; não carregue muito na cor).

13. [Portugal] [Portugal] Fazer pressão com o dedo, a mão ou o pé (ex.: carregue no manípulo para accionar o mecanismo; carreguei no botão). = APERTAR, CALCAR, PISAR

14. Infligir carga ou violência física sobre (ex.: acusaram os polícias de carregar sem motivo sobre os manifestantes). = ATACAR, INVESTIR

15. Atribuir a alguém a responsabilidade de qualquer acto (ex.: não vou carregar a culpa a outrem). = ASSACAR, IMPUTARRETIRAR

16. Ter sobre si (ex.: a empresa já carrega 70 anos; carregar o peso da idade). = ARCAR, SUPORTAR

17. Tomar a direcção de (ex.: o barco carregou para alto-mar). = AVANÇAR, DIRIGIR-SE

18. [Portugal] [Portugal] Transferir dinheiro ou crédito para um serviço pré-pago (ex.: carregar o passe; carrego o telemóvel uma vez por mês).

19. [Contabilidade] [Contabilidade] Lançar a débito em (ex.: carregar a conta).

20. [Informática] [Informática] Enviar de um computador local para outro, geralmente um computador remoto (ex.: carregar dados; já carreguei os ficheiros para o servidor).

21. [Jogos] [Jogos] Aumentar a parada; apostar mais alto.

22. [Náutica] [Náutica] Recolher, para não expor ao vento (ex.: carregar as velas de navio).


verbo transitivo e pronominal

23. Tornar ou ficar cheio (ex.: a Primavera vai carregar de fruta o pomar; a árvore carregou-se de nêsperas). = ENCHERESVAZIAR

24. Tornar ou ficar grave ou severo (ex.: carregar o semblante; não evitou que a sua expressão se carregasse).ALIVIAR, DESANUVIAR


verbo transitivo e intransitivo

25. Fazer pressão ou peso (ex.: é demasiado peso a carregar as tábuas; não carregue que isso pode cair).ALIVIAR

26. [Informática] [Informática] Transferir ou ser transferido para a memória de um computador ou dispositivo informático (ex.: o telemóvel demora algum tempo a carregar a aplicação; o jogo ainda não carregou).


verbo intransitivo

27. Receber carga (ex.: devido à ondulação, o navio ainda não carregou).DESCARREGAR

28. Tornar-se intenso, forte ou violento (ex.: esta noite, o vento está a carregar).ABRANDAR, DIMINUIR

29. Atacar impetuosamente (ex.: a tropa inimiga carregou).RECUAR


verbo pronominal

30. Encher-se de nuvens escuras (ex.: o céu carregou-se e ameaça chuva).CLAREAR, DESANUVIAR

etimologiaOrigem etimológica:latim vulgar *carricare, do latim carrus, -i, carro de quatro rodas, carroça.

carregassecarregasse

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Traduzir "carregasse" para: Espanhol Francês Inglês

Anagramas



Dúvidas linguísticas



Sou de Recife e recentemente tive uma dúvida muito forte ao pensar sobre uma palavra: xexeiro, checheiro ou seixeiro (não sei na verdade como se escreve e se tem, realmente, uma forma correta). Essa palavra é usada para dizer quando uma pessoa é "caloteiro", mau pagador. Em Recife é comum ouvir isso das pessoas: fulano é um "xexeiro". Gostaria de saber de onde surgiu esse termo. Fiquei pensando o seguinte: seixo é uma pedra dura e lisa e quando uma pessoa está com pouco dinheiro dizem que ela está "lisa" ou "dura". Então na verdade o certo seria seixeiro. Essa é a minha dúvida.
A forma correcta é seixeiro, que, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, deriva mesmo de seixo, “calote”, acepção que o referido dicionário também regista como regionalismo nordestino.



A minha dúvida é relativa ao novo Acordo Ortográfico: gostava que me esclarecessem porque é que "lusodescendente" escreve-se sem hífen e "luso-brasileiro", "luso-americano" escreve-se com hífen. É que é um pouco difícil de se compreender, e já me informei com algumas pessoas que não me souberam dizer o porquê de ser assim. Espero uma resposta de vossa parte com a maior brevidade possível.
Não há no texto legal do Acordo Ortográfico de 1990 uma diferença clara entre as palavras que devem seguir o disposto na Base XV e o disposto na Base XVI. Em casos como euroafricano/euro-africano, indoeuropeu/indo-europeu ou lusobrasileiro/luso-brasileiro (e em outros análogos), poderá argumentar-se que se trata de "palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido" (Base XV) para justificar o uso do hífen. Por outro lado, poderá argumentar-se que não se justifica o uso do hífen uma vez que se trata de "formações com prefixos (como, por exemplo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e de formações por recomposição, isto é, com elementos não autónomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.)" (Base XVI).

Nestes casos, e porque afro-asiático, afro-luso-brasileiro e luso-brasileiro surgem no texto legal como exemplos da Base XV, a Priberam aplicou a Base XV, considerando que "constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido". Trata-se de uma estrutura morfológica de coordenação, que estabelece uma relação de equivalência entre dois elementos (ex.: luso-brasileiro = lusitano e brasileiro; sino-japonês = chinês e japonês).

São, no entanto, excepção os casos em que o primeiro elemento não é uma unidade sintagmática e semântica e se liga a outro elemento análogo, não podendo tratar-se de justaposição (ex.: lusófono), ou quando o primeiro elemento parece modificar o valor semântico do segundo elemento, numa estrutura morfológica de subordinação ou de modificação, que equivale a uma hierarquização dos elementos (ex.:  eurodeputado = deputado [que pertence ao parlamento europeu]; lusodescendente = descendente [que provém de lusitanos]).

É necessário referir ainda que o uso ou não do hífen nestes casos não é uma questão nova na língua portuguesa e já se colocava antes da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Em diversos dicionários e vocabulários anteriores à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 já havia práticas ortográficas que distinguiam, tanto em Portugal como no Brasil, o uso do hífen entre euro-africano (sistematicamente com hífen) e eurodeputado (sistematicamente sem hífen).