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advérbio

1. Neste instante (ex.: saia já daqui!). = AGORA, IMEDIATAMENTE

2. De antemão (ex.: já sabiam da novidade?).

3. Tão depressa (ex.: a situação não muda já, vai ser preciso esperar).

4. Usa-se repetido, para indicar pedido imediato ou que algo se vai passar imediatamente, sem demora, no mesmo instante (ex.: quero isso feito já, já; ele vai ao médico já, já).


conjunção coordenativa

5. Emprega-se como conjunção coordenativa disjuntiva, no início de duas frases seguidas ou de dois constituintes de frase seguidos, indicando alternativa (ex.: o governo parecia muito instável, já os ministros pareciam unidos, já daí a pouco ameaçavam demissão). = ORA, OU, QUER

6. Emprega-se como conjunção coordenativa aditiva, no início de duas frases seguidas ou de dois constituintes de frase seguidos (ex.: é um destino turístico muito interessante, já por ter uma costa belíssima, já por haver montanhas para explorar; o trabalho é muito interessante, já no conteúdo e já na forma escolhida para o apresentar). = OU, QUER


já agora

Já que chegamos a este ponto; a propósito.

já que

Introduz uma expressão de causa (ex.: tentamos novamente amanhã, já que hoje parece impossível). = COMO, DADO QUE, UMA VEZ QUE, VISTO QUE

etimologiaOrigem etimológica:latim jam.

jájá

Auxiliares de tradução

Traduzir "já" para: Espanhol Francês Inglês


Dúvidas linguísticas



Gostaria de saber se é correcto dizer a gente em vez de nós.
A expressão a gente é uma locução pronominal equivalente, do ponto de vista semântico, ao pronome pessoal nós. Não é uma expressão incorrecta, apenas corresponde a um registo de língua mais informal. Por outro lado, apesar de ser equivalente a nós quanto ao sentido, implica uma diferença gramatical, pois a locução a gente corresponde gramaticalmente ao pronome pessoal ela, logo à terceira pessoa do singular (ex.: a gente trabalha muito; a gente ficou convencida) e não à primeira pessoa do plural, como o pronome nós (ex.: nós trabalhamos muito; nós ficámos convencidos).

Esta equivalência semântica, mas não gramatical, em relação ao pronome nós origina frequentemente produções dos falantes em que há erro de concordância (ex.: *a gente trabalhamos muito; *a gente ficámos convencidos; o asterisco indica agramaticalidade) e são claramente incorrectas.

A par da locução a gente, existem outras, também pertencentes a um registo de língua informal, como a malta ou o pessoal, cuja utilização é análoga, apesar de terem menor curso.




Meia voz ou meia-voz? Nas buscas que fiz encontrei meia voz usado comummente em Portugal e meia-voz usado no Brasil.
O registo lexicográfico não é unânime no registo de palavras hifenizadas (ex.: meia-voz) versus locuções (ex.: meia voz), como se poderá verificar pela consulta de algumas obras de referência para o português. Assim, podemos observar que é registada a locução a meia voz, por exemplo, no Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo GONÇALVES (Coimbra: Coimbra Editora, 1966), no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Editorial Verbo, 2001), no Novo Dicionário Aurélio (Curitiba: Editora Positivo, 2004); esta é também a opção do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, na entrada voz. Por outro lado, a palavra hifenizada meia-voz surge registada no Dicionário Houaiss (Lisboa: Círculo de Leitores, 2002).

Esta falta de consenso nas obras lexicográficas é consequência da dificuldade de uso coerente do hífen em português (veja-se a este respeito a Base XV do Acordo Ortográfico de 1990 ou o texto vago e pouco esclarecedor da Base XXVIII do Acordo Ortográfico de 1945 para a ortografia portuguesa). Um claro exemplo da dificuldade de registo lexicográfico é o registo, pelo Grande Dicionário da Língua Portuguesa (Porto: Porto Editora, 2004), da locução a meia voz no artigo voz a par do registo da locução a meia-voz no artigo meia-voz.