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Grave

A forma Gravepode ser [primeira pessoa singular do presente do conjuntivo de gravargravar], [terceira pessoa singular do imperativo de gravargravar], [terceira pessoa singular do presente do conjuntivo de gravargravar], [adjectivo de dois génerosadjetivo de dois géneros] ou [nome masculino].

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gravegrave
( gra·ve

gra·ve

)


adjectivo de dois génerosadjetivo de dois géneros

1. [Física] [Física] Sujeito às leis da gravidade; que tem peso. = PESADO

2. Que tem muita importância ou que pode trazer consequências negativas (ex.: temos um assunto grave a tratar). = IMPORTANTEINSIGNIFICANTE

3. Que mostra reserva ou austeridade (ex.: ar grave; tom grave). = AUSTERO, CIRCUNSPECTO, RESPEITOSO, SÉRIO, SISUDOBRINCALHÃO, DESCONTRAÍDO, LIGEIRO, RISONHO, SORRIDENTE

4. Que apresenta solenidade ou rebuscamento (ex.: usa um estilo grave e cheio de retórica). = DIGNO, ELEVADO, SOLENELIGEIRO

5. Que envolve grande perigo, gera preocupação ou inspira grandes cuidados (ex.: acidente grave; falha grave). = PERIGOSO, PREOCUPANTEINÓCUO, INOFENSIVO

6. Que apresenta dificuldades ou exige esforço (ex.: problema grave). = CUSTOSO, MOLESTO, PENOSO, SÉRIOFÁCIL, LEVE, LIGEIRO

7. Que tem intensidade ou profundidade (ex.: sentia uma grave mágoa). = INTENSO, PROFUNDO, VIVOSUPERFICIAL

8. [Acústica] [Acústica] Que é produzido por ondas de baixa frequência (ex.: som grave; voz grave). = BAIXOAGUDO, ALTO

9. [Gramática] [Gramática] Que tem o acento tónico na penúltima sílaba (ex.: palavra grave). = PAROXÍTONO

10. [Versificação] [Versificação] Que termina em palavra com acento tónico na penúltima sílaba (ex.: rima grave; verso grave).

11. [Ortografia] [Ortografia] Diz-se do acento ortográfico (`), representado por um traço oblíquo da esquerda para a direita e de cima para baixo, que, em português, assinala a vogal a quando corresponde à preposição a contraída com o artigo a ou com alguns determinantes e pronomes demonstrativos começados pela vogal a, como em à; àquele; àquilo.

12. [Militar] [Militar] Diz-se do passo demorado e cadente da marcha em continência.


nome masculino

13. [Física] [Física] Corpo que tem peso e obedece à gravidade.

14. [Música] [Música] Nota ou som produzido no registo inferior de qualquer voz ou instrumento (ex.: o ponto fraco do intérprete foram os graves). = BAIXO

15. [Numismática] [Numismática] Moeda de prata, do valor de 20 réis, no tempo de D. Fernando.

16. [Portugal: Alentejo] [Portugal: Alentejo] Indivíduo trajado cerimoniosamente.

etimologiaOrigem etimológica:latim gravis, -e.
gravar1gravar1
( gra·var

gra·var

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Esculpir (com cinzel ou buril).

2. Estampar ou marcar.

3. Perpetuar.

4. Fixar na memória. = MEMORIZAR

5. Registar som, imagem ou outros dados num suporte (ex.: gravar os ficheiros num CD).DESGRAVAR


verbo pronominal

6. Imprimir-se; fixar-se.

etimologiaOrigem etimológica:francês graver.
gravar2gravar2
( gra·var

gra·var

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Causar opressão; tornar gravoso. = MOLESTAR

2. Sujeitar a encargos, custos ou impostos.

sinonimo ou antonimoSinónimoSinônimo geral: ONERAR

etimologiaOrigem etimológica:latim gravo, -are, pesar sobre, sobrecarregar, carregar, aumentar.

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Dúvidas linguísticas



Qual a forma correcta: perda de tempo ou perca de tempo?
As formas perda e perca são sinónimas, e encontram-se registadas como tal, por exemplo, no Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves (Coimbra Editora, 1966) e em dicionários como o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea (Academia das Ciências/Verbo, 2001) ou o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (Círculo de Leitores, 2002).

No entanto, a forma preferencial é perda, uma vez que a variante perca tem origem mais popular, devendo ser utilizada apenas em contextos mais informais.




Sou portuguesa e trabalho com colegas brasileiros e sei que eles escrevem Bahia, Cingapura e Irã quando eu escrevo Baía, Singapura e Irão. Não tenho ouvido falar destes casos quando se fala do novo Acordo Ortográfico. Como é que fica agora?

Alguns topónimos têm tradicionalmente grafias ou pronúncias diferentes na norma europeia e na norma brasileira. É o caso, por exemplo, de Amesterdão, Bagdad ou Bagdade, Gronelândia, Havai, Jugoslávia, Madagáscar, Madrid, Médio Oriente, Moscovo, Vietname na norma europeia, que correspondem usualmente a Amsterdã, Bagdá, Groenlândia, Havaí, Iugoslávia, Madagascar, Madri, Oriente Médio, Moscou, Vietnã na norma brasileira. É aqui que se inserem também os topónimos Baía e Irão, mais usuais no português de Portugal, e Bahia e Irã, mais usuais no português de Brasil.

Em geral, o novo Acordo Ortográfico de 1990 não se pronuncia em relação a topónimos (nomes de lugares) ou outros nomes próprios, pois trata-se de uma questão lexical e não ortográfica, a não ser que se trate de um padrão ortográfico específico previsto numa das bases do Acordo (ex.: Castanheira de Pêra, Côa, Tróia). Por este motivo, estas diferenças não são resolvidas e deverão manter-se com a aplicação do Acordo.

O caso de Singapura/Cingapura parece ser diferente, apesar de ter sido também, até ao Acordo Ortográfico de 1990, um caso em que a tradição lexicográfica (isto é, o registo em dicionários e vocabulários) portuguesa e brasileira divergia.
Esta divergência vinha pelo menos do Acordo Ortográfico de 1945 (que o Brasil não aplicou), onde se pode ler, na Base V, "[...] 3.° Distinção entre as sibilantes surdas s, ss, c, ç e x: ânsia, ascensão, aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão, remanso, seara, seda, Seia, sertã, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa [...]" [sublinhado nosso]. Anos antes, em 1940, era Cingapura a forma registada no Vocabulário da Academia das Ciências de Lisboa, considerada "grafia preferível a Singapura". A explicação para a alteração preconizada pelo Acordo de 1945 é dada por Rebelo Gonçalves, no seu Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (Coimbra: Atlântida - Livraria Editora, L.da, 1947, p. 41, nota 4): "Se bem que o Vocabulário da A. C. L. tenha registado a escrita com c, Cingapura, fundando-se na preferência que lhe dão filólogos do nosso tempo (entre outros, Cândido de Figueiredo, Novo Dicionário, "Apenso Geográfico"), não nos repugna, antes pelo contrário, que na Base V do Acordo Ortográfico se haja preferido Singapura. A verdade é que se a escrita com c tem abonação de Barros, Camões, Castanheda (Cincapura), Mendes Pinto (idem), a escrita com s ocorre também em escritores antigos, como Galvão (Sincapura), Couto (idem), Godinho de Herédia (idem), Bocarro (Sincapur); é a que se torna corrente do século XVIII em diante [...]; e tem a vantagem, decerto apreciável, de não destoar das formas correspondentes de outras línguas modernas."

O Acordo Ortográfico de 1990, aceite pelos dois países, viria, aparentemente, pôr fim a esta divergência, uma vez que esta parte do texto legal é quase igual à de 1945: "[...] 3.º Distinção gráfica entre as letras s, ss, c, ç e x, que representam sibilantes surdas: ânsia, ascensão, aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão, remanso, seara, seda, Seia, Sertã, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa [...]" [sublinhado nosso]. É então referida explicitamente a forma Singapura, mas o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras (São Paulo: Global, 2009, 5.ª ed.; versão em linha em http://www.academia.org.br/nossa-lingua/vocabulario-ortografico [consultado em 2016-05-05]) regista os gentílicos cingapurense e cingapuriano, a par de singapurense (note-se que este vocabulário não regista nomes próprios). Este facto parece ter condicionado a manutenção das variantes com c em alguns dicionários com a aplicação do Acordo Ortográfico, nomeadamente o Dicionário Priberam, uma vez que o VOLP é considerado a obra de referência para o português do Brasil, fazendo com que as duas variantes (singapurense e cingapurense) sejam aceitáveis no português do Brasil, mesmo depois da aplicação do Acordo Ortográfico.

Deve referir-se que esta não é a única opção que decorre da publicação do VOLP e não da aplicação do Acordo Ortográfico; veja-se, sobre este assunto, o que é dito nos Critérios da Priberam relativamente ao Acordo Ortográfico de 1990 (português do Brasil).