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pouquinha

A forma pouquinhaé [derivação feminino singular de poucopouco].

Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um clique. Experimente!
poucopouco
( pou·co

pou·co

)


quantificador existencial e pronome indefinido

1. Em pequena quantidade (ex.: a sopa tem pouco sal; havia pouco tempo; levámos muita roupa na mala, mas usámos pouca).BASTANTE, MUITO


pronome indefinido

2. Indica curto período de tempo (ex.: chegámos há pouco).MUITO


advérbio

3. Com intensidade ou com frequência baixa (ex.: choveu pouco este ano).BASTANTE, MUITO

4. De modo insuficiente (ex.: o problema é estudar pouco).BASTANTE, MUITO

5. De modo raro ou em número reduzido de vezes (ex.: eles vão pouco ao cinema). = RARAMENTEAMIÚDE, FREQUENTEMENTE


nome masculino

6. O que é ou existe em diminuta quantidade ou intensidade (ex.: espalhe um pouco de alegria; juntei um pouco de leite).

7. Quantidade pequena de algo (ex.: o pouco que fizemos é muito mais do que já tinha sido feito).MUITO

8. Coisa de reduzida importância ou de valor pequeno (ex.: habituou-se a viver com pouco).MUITO


a pouco e pouco

Um pouco de cada vez; de forma progressiva. = AOS POUCOS, LENTAMENTE, PAULATINAMENTE, PROGRESSIVAMENTE

aos poucos

Um pouco de cada vez; de forma progressiva. = A POUCO E POUCO, LENTAMENTE, PAULATINAMENTE, POUCO A POUCO, PROGRESSIVAMENTE

daí a pouco

Pouco tempo depois; daqui a alguns instantes (ex.: saiu sem fechar a porta porque daí a pouco estaria de volta).

dali a pouco

Pouco tempo depois; dali a alguns instantes (ex.: adoeceu de repente e dali a pouco faleceu).

daqui a pouco

Pouco tempo depois; daqui a alguns instantes (ex.: embarcamos daqui a pouco). = BREVEMENTE

e pouco

[Informal] [Informal] O mesmo que e poucos.

e poucos

[Informal] [Informal] Usa-se para indicar um pouco mais do que determinado valor ou quantidade (ex.: fui almoçar às duas e poucos; não sei a idade dela, mas deve ter quarenta e poucos). = E PICOS

fazer pouco

Fazer troça ou chacota (ex.: alguns colegas fizeram pouco da ideia; ele tropeçou e caiu, não façam pouco). = GOZAR, TROÇAR, ZOMBAR

por (um) pouco

Por uma pequena diferença (ex.: falhou o alvo por pouco). = POR UM TRIZ, QUASE

pouco a pouco

Gradualmente e devagar; a pequenos intervalos (ex.: a família foi aumentando pouco a pouco). = AOS POUCOS, PAULATINAMENTE

pouco e pouco

O mesmo que pouco a pouco.

saber a pouco

Acabar depressa aquilo que é bom ou que se quer prolongar (ex.: as férias souberam a pouco).

etimologiaOrigem etimológica:latim paucus, -a, -um.

iconeConfrontar: porco.
pouquinhapouquinha


Dúvidas linguísticas



Gostaria de saber qual é o plural de pneumotórax: pneumotóraxes ou pneumotóraces?
A palavra pneumotórax é considerada uma palavra de dois números ou invariável, isto é, o seu plural deverá ser igual ao singular.

Segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra (Lisboa, Edições João Sá da Costa, 1998, p. 180), as palavras paroxítonas ou graves (palavras cujo acento de intensidade recai na penúltima sílaba) terminadas em -x (ex.: clímax, córtex, tórax) são invariáveis em número, seguindo a mesma regra das palavras paroxítonas terminadas em -s (ex.: lápis, oásis). Sendo assim, a sua forma mantém-se inalterada quer estejam no singular (ex.: córtex cerebral, um lápis, o pneumotórax) quer estejam no plural (ex.: córtex cerebrais, dois lápis, os pneumotórax).

Este não é, no entanto, um assunto consensual, havendo dicionários (nomeadamente brasileiros) que registam plural para palavras graves terminadas em -x. O Dicionário Houaiss, por exemplo, na sua edição portuguesa (Lisboa: Círculo de Leitores, 2002) regista córtex e pneumotórax como substantivos invariáveis, enquanto na edição brasileira (Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2001) regista os plurais córtices e pneumotóraces.

Adenda de 15-09-2010: Esta flutuação, principalmente em dicionários e vocabulários brasileiros, parece ser menor a partir da última edição do Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras (5.ª edição, 2009), uma vez que os dicionários brasileiros com edições posteriores registam grande parte destas palavras como substantivos invariáveis, seguindo a opção da Academia Brasileira de Letras (veja-se a edição do Dicionário Houaiss de 2009, por exemplo).




Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).