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picarmos

A forma picarmospode ser [primeira pessoa plural do futuro do conjuntivo de picarpicar] ou [primeira pessoa plural infinitivo flexionado de picarpicar].

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picarpicar
( pi·car

pi·car

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo e pronominal

1. Ferir ou ferir-se com objecto pontiagudo ou perfurante.

2. Causar ou sentir excitação ou estímulo (ex.: o treinador tentava picar a equipa; o estudante picou-se quando começou a investigar). = AGUILHOAR, DESPERTAR, INCITAR

3. [Figurado] [Figurado] Causar ou sentir incómodo ou melindre. = DESGOSTAR, INCOMODAR, INQUIETAR, MELINDRAR, OFENDER

4. Causar ou sentir irritação ou zanga. = IRRITAR, ZANGAR

5. [Informal] [Informal] Provocar ou desafiar alguém.


verbo transitivo

6. Perfurar ou ferir com o bico. = BICAR

7. Lavrar pedra com o picão.

8. Dotar de picos ou protuberâncias afiadas (ex.: picar limas).

9. Fazer buracos, falando de insectos (ex.: a traça picou a roupa quase toda). = CORROER, PERFURAR, TRAÇAR

10. Arremessar arpão contra. = ARPAR, ARPEAR, ARPOAR

11. [Tauromaquia] [Tauromaquia] Pôr bandarilhas ou farpas em. = BANDARILHAR, FARPEAR

12. Dar com esporas ou instrumento semelhante em (ex.: picar o cavalo). = ESPOREAR

13. Cortar em pequenos pedaços (ex.: picar a cebola).

14. Tornar mais rápido (ex.: picaram o passo porque anoitecia; vamos picar o ritmo de trabalho). = ACELERAR, APRESSAR

15. [Informal] [Informal] Levar ou tirar o que é de outrem sem a sua autorização. = ROUBARDEVOLVER, RESTITUIR

16. Cobrir um lanço em leilão.

17. [Regionalismo] [Regionalismo] Subir o preço ou o valor de algo.

18. [Regionalismo] [Regionalismo] [Agricultura] [Agricultura] Dar a primeira sacha em.

19. [Desporto] [Esporte] Dar um toque na bola de forma a provocar um efeito especial.

20. [Informal] [Informal] Fazer um sinal gráfico, geralmente semelhante à letra V, que indica que algo foi feito ou verificado (ex.: foi picando a lista de tarefas conforme as foi despachando).


verbo transitivo e intransitivo

21. Causar ou sentir comichão ou ardor (ex.: a malagueta pica a língua; sinto a pele a picar).

22. Morder o engodo (ex.: o peixe não picou o isco; fico à espera que o peixe pique).

23. [Aeronáutica] [Aeronáutica] Fazer voar ou voar com o nariz para baixo.CABRAR


verbo intransitivo

24. Voar a pique, quase na vertical (ex.: o falcão consegue picar para apanhar a presa).


verbo pronominal

25. Ficar com agitação ou ondulação (ex.: o mar está a picar-se). = AGITAR-SE, ENCRESPAR-SE

etimologiaOrigem etimológica:latim *piccare, de picus, -i, picanço, grifo.

picarmospicarmos

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Anagramas



Dúvidas linguísticas



Desde sempre usei a expressão quando muito para exprimir uma dúvida razoável ou uma cedência como em: Quando muito, espero por ti até às 4 e 15. De há uns tempos para cá, tenho ouvido E LIDO quanto muito usado para exprimir o mesmo. Qual deles está certo?
No que diz respeito ao registo lexicográfico de quando muito ou de quanto muito, dos dicionários de língua que habitualmente registam locuções, todos eles registam apenas quando muito, com o significado de “no máximo” ou “se tanto”, nomeadamente o Grande Dicionário da Língua Portuguesa (coordenado por José Pedro Machado, Lisboa: Amigos do Livro Editores, 1981), o Dicionário Houaiss (Lisboa: Círculo de Leitores, 2002) e o Dicionário Aurélio (Curitiba: Positivo, 2004). A única excepção é o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências (Lisboa: Verbo, 2001), que regista como equivalentes as locuções adverbiais quando muito e quanto muito. Do ponto de vista lógico e semântico, e atendendo às definições e distribuições de quando e quanto, a locução quando muito é a que parece mais justificável, pois uma frase como quando muito, espero por ti até às 4 e 15 seria parafraseável por espero por ti até às 4 e 15, quando isso já for muito ou demasiado. Do ponto de vista estatístico, as pesquisas em corpora e em motores de busca evidenciam que, apesar de a locução quanto muito ser bastante usada, a sua frequência é muito inferior à da locução quando muito. Pelos motivos acima referidos, será aconselhável utilizar quando muito em detrimento de quanto muito.



No Presente do Indicativo do verbo sair, qual a razão por que a 3ª pessoa do plural não acompanha a raiz do verbo? Porque é saem e não saiem?
O verbo sair é um verbo parcialmente irregular, devido ao hiato (encontro de vogais que não formam ditongo; no caso de sair, -ai-) no infinitivo, decorrente da evolução da palavra ao longo da história da língua (lat. salire > sa(l)ir(e) > port. sair). Como este verbo conjugam-se outros que apresentam o mesmo hiato, como cair (lat. cadere > ca(d)er(e) > port. cair) ou trair (lat. tradere > tra(d)er(e) > port. trair), e derivados.
Por comparação com um verbo regular da terceira conjugação, como partir, é possível verificar as pequenas irregularidades:
a) Normalmente o radical de um verbo corresponde à forma do infinitivo sem a terminação -ar, -er ou -ir que identifica o verbo como sendo, respectivamente, da primeira, segunda ou terceira conjugações; no caso do verbo partir será part-, no caso de sair o regular seria sa-, mas há formas em que é sai-, como se pode ver na alínea seguinte.
b) Um verbo regular conjuga-se adicionando ao radical as desinências de pessoa, número, modo e tempo verbal. Por exemplo, as desinências do futuro do indicativo (-irei, -irás, -irá, -iremos, -ireis, -irão) juntam-se aos radicais regulares para formar partirei, partirás, etc. ou sairei, sairás, etc. No caso do presente do indicativo, esta regularidade é alterada em verbos como sair, só sendo regulares as formas que têm o radical sa- seguido das desinências (saímos, saís, saem); as outras formas do presente do indicativo (saio, sais, sai) e todo o presente do conjuntivo (saia, saias, saiamos, saiais, saiam) formam-se a partir do radical sai-.
c) A estas irregularidades junta-se a adequação ortográfica necessária, através de acento gráfico agudo, para manter o hiato do infinitivo em outras formas verbais (ex.: saísse/partisse; saíra/partira).

Muitos verbos que apresentam hiatos nas suas terminações do infinitivo têm geralmente particularidades (principalmente no presente do indicativo) que os tornam parcialmente irregulares (vejam-se, por exemplo, as conjugações de construir ou moer).

Respondendo directamente à questão colocada, saem não tem i por ser uma forma que retoma o radical regular sa- e não o radical sai-, como em formas como saio, sais, saia ou saiamos.