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Soco

A forma Socopode ser [primeira pessoa singular do presente do indicativo de socarsocar], [interjeição] ou [nome masculino].

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soco1soco1
|ó| |ó|
( so·co

so·co

)
Imagem

ArquitecturaArquiteturaArquitetura

Parte do pedestal da coluna que lhe serve de base.


nome masculino

1. Calçado, aberto no calcanhar, com sola de madeira. = SOCA, TAMANCO

2. [Teatro] [Teatro] Calçado rústico usado na comédia pelos actores da antiga Roma (por oposição ao coturno trágico).

3. [Arquitectura] [Arquitetura] [Arquitetura] Parte do pedestal da coluna que lhe serve de base.Imagem = SUPEDÂNEO

4. [Arquitectura] [Arquitetura] [Arquitetura] A mesma parte de uma cruz de pedra.

5. [Marinha] [Marinha] Parte do mastaréu, imediatamente superior à pega, onde descansa o enxertário da gávea.

vistoPlural: socos |ó|.
etimologiaOrigem etimológica:latim soccus, -i.
iconPlural: socos |ó|.
soco2soco2
|ô| |ô|
( so·co

so·co

)


nome masculino

1. Pancada com a mão fechada. = MURRO, PUNHADA

2. Mossa que o pião faz no outro que lhe serve de alvo.


interjeição

3. [Brasil] [Brasil] Indica reprovação.

vistoPlural: socos |ô|.
etimologiaOrigem etimológica:derivação regressiva de socar.
iconPlural: socos |ô|.
soco3soco3
|ô| |ô|
( so·co

so·co

)
Imagem

Mercado árabe.


nome masculino

Mercado árabe.Imagem = AZOQUE, SUCO

vistoPlural: socos |ô|.
etimologiaOrigem etimológica:árabe suq, mercado, feira.
iconPlural: socos |ô|.
socar1socar1
( so·car

so·car

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Dar socos em. = ESMURRAR, ESMURRAÇAR, SOQUEAR

2. Causar contusão. = CONTUNDIR, PISAR

3. [Artilharia] [Artilharia] Calcar a pólvora com o soquete.

4. [Culinária] [Culinária] Espalmar ou mexer com os punhos cerrados (ex.: socar a massa do pão). = AMASSAR, SOVAR

5. [Náutica] [Náutica] Apertar com muita força a volta ou o nó de um cabo de navio.

6. [Brasil] [Brasil] Pisar no gral ou no pilão. = ESMAGAR

7. [Brasil] [Brasil] Meter dentro. = ESCONDER

etimologiaOrigem etimológica:soco + -ar.
socar2socar2
( so·car

so·car

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo intransitivo

[Brasil] [Brasil] Renascer; brotar (a cana-de-açúcar).

etimologiaOrigem etimológica:soca + -ar.
SocoSoco

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Dúvidas linguísticas



Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).




Tenho duas questões a colocar-vos, ambas directamente relacionadas com um programa televisivo sobre língua portuguesa que me impressionou bastante pela superficialidade e facilidade na análise dos problemas da língua. Gostaria de saber então a vossa avisada opinião sobre os seguintes tópicos: 1) no plural da palavra "líder" tem de haver obrigatoriamente a manutenção da qualidade da vogal E? 2) poderá considerar-se que a expressão "prédio em fase de acabamento" é um brasileirismo?
1) No plural da palavra líder, a qualidade da vogal postónica (isto é, da vogal que ocorre depois da sílaba tónica) pode ser algo problemática para alguns falantes.
Isto acontece porque, no português europeu, as vogais a, e e o geralmente não se reduzem foneticamente quando são vogais átonas seguidas de -r em final de palavra (ex.: a letra e de líder, lê-se [ɛ], como a letra e de pé e não como a de se), contrariamente aos contextos em que estão em posição final absoluta (ex.: a letra e de chave, lê-se [i], como a letra e de se e não como a de pé). No entanto, quando estas vogais deixam de estar em posição final de palavra (é o caso do plural líderes, ou de derivados como liderar ou liderança), já é possível fazer a elevação e centralização das vogais átonas, uma regularização muito comum no português, alterando assim a qualidade da vogal átona de [ɛ] para [i], como na alternância comédia > comediante ou pedra > pedrinha. Algumas palavras, porém, mantêm inalterada a qualidade vocálica mesmo em contexto átono (ex.: mestre > mestrado), apesar de se tratar de um fenómeno não regular. Por este motivo, as pronúncias líd[i]res ou líd[ɛ]res são possíveis e nenhuma delas pode ser considerada incorrecta; esta reflexão pode aplicar-se à flexão de outras palavras graves terminadas em -er, como cadáver, esfíncter, hambúrguer, pulôver ou uréter.

2) Não há qualquer motivo linguístico nem estatístico para considerar brasileirismo a expressão em fase de acabamento. Pesquisas em corpora e em motores de busca demonstram que a expressão em fase de acabamento tem, no português europeu, uma frequência muito semelhante a em fase de acabamentos.