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saíssemos

A forma saíssemosé [primeira pessoa plural do pretérito imperfeito do conjuntivo de sairsair].

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sairsair
|a-í| |a-í|
( sa·ir

sa·ir

)
Conjugação:irregular.
Particípio:regular.


verbo transitivo e intransitivo

1. Ir ou passar para fora.ENTRAR

2. Passar a raia, os limites.ENTRAR

3. Tirar-se de onde estava. = AFASTAR-SE, RETIRAR-SE

4. Pôr-se a caminho a partir de um local (ex.: já saí de casa; quero apanhá-la antes de ela sair). = PARTIRCHEGAR

5. Terminar as actividades laborais ou escolares.ENTRAR

6. Distinguir-se; realçar. = SALIENTAR-SE, SOBRESSAIR

7. Formar saliência ou ficar saliente. = RESSALTAR

8. Aparecer aos sentidos. = BROTAR, JORRAR, SURGIR


verbo transitivo

9. Separar-se de um grémio, corporação ou entidade (ex.: saí da empresa). = ABANDONAR, DEIXAR

10. Deixar determinada situação (ex.: eles saíram de uma situação complicada). = LIBERTAR-SE

11. Cair em sorte (ex.: a lotaria saiu a um reformado).

12. Parecer-se com (ex.: o irmão sai à mãe).

13. Custar (ex.: isto saiu barato ao comprador).

14. Arremeter, investir.


verbo intransitivo

15. Surgir; aparecer.

16. Ser publicado (ex.: saiu um artigo demolidor). = PUBLICAR-SE

17. Ter actividades de lazer fora de casa.

18. Desaparecer (ex.: a nódoa saiu).

19. Ser objecto de venda (ex.: este artigo tem saído).


verbo pronominal

20. Dizer algo inesperado (ex.: nesta idade, as crianças saem-se com coisas muito engraçadas).

21. Obter êxito, deixar de ser tímido.


verbo copulativo

22. Ficar em certas condições (ex.: a letra saiu toda torta).


verbo auxiliar

23. Usa-se seguido de gerúndio ou da preposição a e infinitivo, para indicar resultado da acção (ex.: saiu correndo, saímos a perder).


sair-se bem

Obter bom resultado; ter êxito.

sair-se mal

Obter mau resultado; não ter êxito.

etimologiaOrigem etimológica:latim salio, -ire.

iconeConfrontar: cair.
saíssemossaíssemos

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Anagramas



Dúvidas linguísticas



Como se escreve? Eu não consigo deitar-me cedo. Eu não consigo me deitar cedo. Não consigo perceber se o não está associado ao primeiro ou segundo verbo, pois nos verbos reflexos na negativa os pronomes vêm antes do verbo.
O verbo conseguir, à semelhança de outros verbos como desejar, querer ou tentar, tem algumas propriedades análogas às de um verbo auxiliar mais típico (como o verbo ir, por exemplo). Nestes casos, este verbo forma com o verbo principal uma locução verbal, podendo o clítico estar antes do verbo auxiliar (ex.: eu não me vou deitar cedo; eu não me consigo deitar cedo) ou depois do verbo principal (ex.: eu não vou deitar-me cedo; eu não consigo deitar-me cedo). Isto acontece porque o verbo considerado auxiliar ou semiauxiliar pode formar com o verbo que o sucede uma locução verbal coesa, como se fosse um só verbo (e, nesse caso, o clítico é atraído pela partícula de negação não e desloca-se para antes da locução verbal) ou, por outro lado, o verbo conseguir pode manter algumas características de verbo pleno (e, nesse caso, o clítico me pode manter-se ligado ao verbo principal deitar, de que depende semanticamente). Nenhuma das duas construções pode ser considerada incorrecta, apesar de a segunda ser frequentemente considerada preferencial.

Nesta frase, o marcador de negação (o advérbio não) está claramente a negar o verbo conseguir e é semanticamente equivalente a "eu deito-me tarde, porque não sou capaz de me deitar cedo". Se estivesse a negar o verbo deitar-se (eu consigo não me deitar cedo), teria um valor semântico diferente, equivalente a "eu sou capaz de me deitar tarde", devendo nesse caso o clítico estar colocado antes do verbo deitar.




Tenho uma dúvida: a gramática da língua portuguesa não diz que um advérbio antes do verbo exige próclise? Não teria de ser "Amanhã se celebra"?
Esta questão diz respeito a uma diferença, sobretudo no registo coloquial, entre as variedades europeia e brasileira do português, que, com a natural evolução da língua, se foram distanciando relativamente a este fenómeno linguístico. No que é considerado norma culta (portuguesa e brasileira), porém, sobretudo na escrita, e em registo formal, ainda imperam regras da gramática tradicional ou normativa, fixas e pouco permissivas.

No português de Portugal, se não houver algo que atraia o pronome pessoal átono, ou clítico, para outra posição, a ênclise é a posição padrão, isto é, o pronome surge habitualmente depois do verbo (ex.: Ele mostrou-me o quadro); os casos de próclise, em que o pronome surge antes do verbo (ex.: Ele não me mostrou o quadro), resultam de condições particulares, como as que são referidas na resposta à dúvida posição dos clíticos. Nessa resposta sistematizam-se os principais contextos em que a próclise ocorre na variante europeia do português, sendo um deles a presença de certos advérbios ou locuções adverbiais, como ainda (ex.: Ainda ontem as vi), (ex.: o conheço bem), oxalá (ex.: Oxalá se mantenha assim), sempre (ex.: Sempre o conheci atrevido), (ex.: lhes entreguei o documento hoje), talvez (ex.: Talvez te lembres mais tarde) ou também (ex.: Se ainda estiverem à venda, também os quero comprar). Note-se que a listagem não é exaustiva nem se aplica a todos os advérbios e locuções adverbiais, pois como se infere a partir de pesquisas em corpora com advérbios como hoje (ex.: Hoje decide-se a passagem à final) ou com locuções adverbiais como mais tarde (ex.: Mais tarde compra-se outra lente), a tendência na norma europeia é para a colocação do pronome após o verbo. A ideia de que alguns advérbios (e não a sua totalidade) atraem o clítico é aceite até por gramáticos mais tradicionais, como Celso Cunha e Lindley Cintra, que referem, na página 313 da sua Nova Gramática do Português Contemporâneo, que a língua portuguesa tende para a próclise «[...] quando o verbo vem antecedido de certos advérbios (bem, mal, ainda, já, sempre, só, talvez, etc.) ou expressões adverbiais, e não há pausa que os separe».

No Brasil, a tendência generalizada, sobretudo no registo coloquial de língua, é para a colocação do pronome antes do verbo (ex.: Ele me mostrou o quadro). Daí a relativa estranheza que uma frase como Amanhã celebra-se o Dia Mundial do Livro possa causar a falantes brasileiros que produzirão mais naturalmente um enunciado como Amanhã se celebra o Dia Mundial do Livro. O gramático brasileiro Evanildo Bechara afirma, na página 589 da sua Moderna Gramática Portuguesa, que «Não se pospõe pronome átono a verbo modificado diretamente por advérbio (isto é, sem pausa entre os dois, indicada ou não por vírgula) ou precedido de palavra de sentido negativo.». Contrariamente a Celso Cunha e Lindley Cintra, Bechara propõe um critério para o uso de próclise que parece englobar a totalidade dos advérbios. Resta saber se se trata de um critério formulado a partir do tendência brasileira para a próclise ou de uma extensão da regra formulada pela gramática tradicional. Estatisticamente, porém, é inequívoca a diferença de uso entre as duas normas do português.