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FIOU

A forma FIOUé [terceira pessoa singular do pretérito perfeito do indicativo de fiarfiar].

Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um clique. Experimente!
fiar1fiar1
( fi·ar

fi·ar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo e pronominal

1. Ter fé ou confiança em; dar crédito a (ex.: fiou que aquilo era verdade; não me fio nele; fiou-se que ele era honesto). = ACREDITAR, CONFIAR


verbo transitivo

2. Assumir a responsabilidade por.

3. Entregar com confiança (ex.: fiou-lhe a casa e os bens).

4. Dar como empréstimo (ex.: fiaram-lhe dinheiro, porque sabem que ele paga sempre). = EMPRESTAR

5. Ser fiador de (ex.: os pais fiaram a compra da casa do filho). = ABONAR, AFIANÇAR


verbo transitivo e intransitivo

6. Vender a crédito (ex.: o merceeiro fia a alguns clientes fixos; a loja já não fia).

etimologiaOrigem etimológica:latim *fidare, de fido, -ere, ter confiança em, crer com confiança que.

fiar2fiar2
( fi·ar

fi·ar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo e intransitivo

1. Reduzir ou torcer qualquer matéria filamentosa até formar um fio.


verbo transitivo

2. Fazer tecido ou trama. = TECER, TRAMAR, URDIR

3. Planear acção ou intriga. = MAQUINAR, TRAMAR, URDIR

4. Puxar à fieira; fazer arame a partir de.

5. [Carpintaria] [Carpintaria] Serrar pelo meio, longitudinalmente (ex.: fiar a tábua).

etimologiaOrigem etimológica:latim filo, -are, fazer correr um fio, operar pouco a pouco.

FIOUFIOU

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Dúvidas linguísticas



Deparei-me com um problema linguístico ao qual não sei dar resposta. Como se deve escrever: semi sombra, semisombra, semi-sombra ou semissombra?
A grafia correcta é semi-sombra, se estiver a utilizar a ortografia segundo o Acordo Ortográfico de 1945, isto é, anterior ao Acordo Ortográfico de 1990. Segundo o Acordo de 1945, na base XXIX, e segundo o Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves, o prefixo semi- só se escreve com hífen quando a palavra que se lhe segue começa por h (ex.: semi-homem), i (ex.: semi-inconsciente), r (ex.: semi-racional) ou s (ex.: semi-selvagem). Já o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, acrescenta que este prefixo é grafado com hífen sempre que a palavra que se lhe segue começa por qualquer vogal. Daí a divergência na escrita entre a norma portuguesa (ex.: semiaberto, semiesfera, semioficial, semiuncial) e a norma brasileira (ex.: semi-aberto, semi-esfera, semi-oficial, semi-uncial).

Se, porém, estiver a utilizar a grafia segundo o Acordo Ortográfico de 1990, a grafia correcta é semissombra. Segundo este acordo, na sua Base XVI, não se emprega o hífen "nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se" (ex.: semirracional, semissegredo). Ainda segundo esta mesma base, deixa de haver divergência entre a norma portuguesa e a brasileira, pois apenas deverá ser usado o hífen quando a palavra seguinte começa por h (ex.: semi-histórico) ou pela mesma vogal em que termina o prefixo (ex.: semi-internato) e não quando se trata de vogal diferente (ex.: semiautomático).




Tenho duas questões a colocar-vos, ambas directamente relacionadas com um programa televisivo sobre língua portuguesa que me impressionou bastante pela superficialidade e facilidade na análise dos problemas da língua. Gostaria de saber então a vossa avisada opinião sobre os seguintes tópicos: 1) no plural da palavra "líder" tem de haver obrigatoriamente a manutenção da qualidade da vogal E? 2) poderá considerar-se que a expressão "prédio em fase de acabamento" é um brasileirismo?
1) No plural da palavra líder, a qualidade da vogal postónica (isto é, da vogal que ocorre depois da sílaba tónica) pode ser algo problemática para alguns falantes.
Isto acontece porque, no português europeu, as vogais a, e e o geralmente não se reduzem foneticamente quando são vogais átonas seguidas de -r em final de palavra (ex.: a letra e de líder, lê-se [ɛ], como a letra e de pé e não como a de se), contrariamente aos contextos em que estão em posição final absoluta (ex.: a letra e de chave, lê-se [i], como a letra e de se e não como a de pé). No entanto, quando estas vogais deixam de estar em posição final de palavra (é o caso do plural líderes, ou de derivados como liderar ou liderança), já é possível fazer a elevação e centralização das vogais átonas, uma regularização muito comum no português, alterando assim a qualidade da vogal átona de [ɛ] para [i], como na alternância comédia > comediante ou pedra > pedrinha. Algumas palavras, porém, mantêm inalterada a qualidade vocálica mesmo em contexto átono (ex.: mestre > mestrado), apesar de se tratar de um fenómeno não regular. Por este motivo, as pronúncias líd[i]res ou líd[ɛ]res são possíveis e nenhuma delas pode ser considerada incorrecta; esta reflexão pode aplicar-se à flexão de outras palavras graves terminadas em -er, como cadáver, esfíncter, hambúrguer, pulôver ou uréter.

2) Não há qualquer motivo linguístico nem estatístico para considerar brasileirismo a expressão em fase de acabamento. Pesquisas em corpora e em motores de busca demonstram que a expressão em fase de acabamento tem, no português europeu, uma frequência muito semelhante a em fase de acabamentos.