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podem

A forma podempode ser [terceira pessoa plural do imperativo de podarpodar], [terceira pessoa plural do presente do conjuntivo de podarpodar] ou [terceira pessoa plural do presente do indicativo de poderpoder].

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poderpoder
|dê| |dê|
( po·der

po·der

)
Conjugação:irregular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Ter a faculdade de (ex.: eu posso fazer o que me apetecer).

2. Ter ocasião ou possibilidade de (ex.: não pôde falar com ele ontem).

3. Estar sujeito a (ex.: cuidado que podes cair).

4. Ter autorização ou permissão para (ex.: os filhos dele ainda não podem sair até tarde).

5. Estar em condições para (ex.: posso conduzir porque não bebi álcool).

6. Ter direito, razão ou motivo para (ex.: tenho de ir para casa porque os gatos podem estar com fome).

7. Suportar, tolerar (ex.: ela não pode com os amigos do marido).

8. Ter capacidade ou força para (ex.: não pode ver cenas de violência).

9. Ter autoridade para (ex.: ele acha que pode dizer o que quiser, porque é o patrão).


verbo transitivo e intransitivo

10. Ter força física ou moral para (ex.: ainda é novo, mas já pode com muitos quilos; não posso com estes sacos; é mulher, mas pode como qualquer homem).


verbo intransitivo

11. Ter força, possibilidade, autoridade, influência para (ex.: ela acha que pode e faz).


verbo auxiliar

12. Usa-se seguido de infinitivo para indicar possibilidade de ocorrência (ex.: isso pode acontecer) ou pedido de autorização (ex.: posso entrar?).


nome masculino

13. Possibilidade, faculdade.

14. Força física, vigor do corpo ou da alma.

15. Império, soberania.

16. Mando, autoridade.

17. Força ou influência.

18. Posse, jurisdição, domínio, faculdade, atribuição.

19. Governo de um Estado.

20. Importância, consideração.

21. Grande quantidade, abundância.

22. Força militar.

23. Eficácia, efeito, virtude.

24. [Jurídico, Jurisprudência] [Jurídico, Jurisprudência] Capacidade de fazer uma coisa.

25. Mandato, procuração.

26. Meios, recursos.

poderes


nome masculino plural

27. Procuração, mandato.


a poder de

À força de.

pátrio poder

[Direito] [Direito]  O mesmo que poder paternal.

poder de compra

Capacidade financeira de aquisição de bens e serviços.

poder espiritual

Autoridade eclesiástica.

poder executivo

Autoridade do Estado, responsável pela execução de leis e afins, pelo Governo e pela administração dos negócios do Estado.

poder moderador

Atribuições do chefe de um Estado constitucional.

poder paternal

[Direito] [Direito]  Conjunto de direitos e obrigações dos pais em relação aos filhos menores.

poder radiante

Faculdade que têm os corpos mais quentes que o meio ambiente de emitir calor por meio de radiação.

poder temporal

Autoridade civil; soberania política; braço secular.

etimologiaOrigem etimológica:latim vulgar *potere, do latim possum, posse, ser capaz de, poder.

podarpodar
( po·dar

po·dar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Cortar a rama inútil das árvores e das cepas.

2. [Figurado] [Figurado] Cortar, desbastar.

etimologiaOrigem etimológica:latim puto, -are, limpar, desbastar, apurar, calcular, apreciar.

podempodem

Auxiliares de tradução

Traduzir "podem" para: Espanhol Francês Inglês

Anagramas



Dúvidas linguísticas



Estava com dúvida quanto à escrita do algarismo 16, e procurando resposta no site, fiquei com mais dúvida ainda: dezesseis ou dezasseis? E porquê?
O algarismo 16 pode escrever-se de duas formas: dezasseis é a forma usada em Portugal e dezesseis a forma usada no Brasil. A forma com e aparenta ser a mais próxima da etimologia: dez + e + seis; a forma com a é uma divergência dessa. Esta dupla grafia, cuja razão exacta se perde na história da língua, verifica-se também com os números 17 (dezassete/dezessete) e 19 (dezanove/dezenove).




Tenho assistido a várias discussões sobre as palavras escoteiro/escuteiro e sobre escotismo/escutismo e gostaria de uma explicação linguística. São sinónimos ou são coisas diferentes?
Relativamente ao uso geral da língua, as palavras escoteiro/escuteiro e escotismo/escutismo correspondem a dois pares de sinónimos, a que se podem juntar outros pares como escotista/escutista ou escoteirismo/escuteirismo. Qualquer delas está correcta ortograficamente e pode dizer-se que são pares de variantes gráficas homófonas.

A discussão que se gera à volta delas decorre essencialmente do registo lexicográfico destas palavras (ou da ausência dele) ou de visões ligeiramente diferentes do chamado movimento escutista (ou escotista).

Para compreendermos melhor os argumentos utilizados, é necessário fazer alguma pesquisa, não tanto linguística, mas acerca da história do próprio movimento escutista em Portugal, que permita perceber o motivo da existência destas variantes (no Brasil, o problema não se coloca, pois as variantes com -u- são consideradas lusismos). Para isso, é esclarecedora a breve nota a que podemos aceder no sítio da Associação de Escoteiros de Portugal, que nos apresenta brevemente a história do movimento, salientando que esta foi a primeira associação de Portugal que utilizou a palavra escoteiro, já existente na língua e com o significado de "pessoa que viaja sem bagagem", para traduzir o inglês scout. Só mais tarde apareceu o Corpo Nacional de Escutas, movimento católico que assumiu uma dimensão maior e que, para a tradução de scout, utilizou a palavra escuta (de que depois derivaram escuteiro e escutista), já existente na língua como derivado regressivo do verbo escutar.

Sem ter a pretensão de fazer um levantamento exaustivo na lexicografia portuguesa, podemos verificar no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado que a palavra escoteiro está documentada na língua desde o séc. XVI em Lendas da Índia por Gaspar Correia, publicadas pela Ordem da Classe de Ciências Morais, Políticas e Belas Letras da Academia Real das Ciências de Lisboa, sob a direcção de Rodrigo José de Lima Felner, 1858: "…tudo puderam bem carregar, ficando os homens escoteiros e despejados para andar o caminho". O registo da acepção que diz respeito aos membros de movimentos semelhantes àquele que foi criado por Baden-Powell é bem mais recente.

Rebelo Gonçalves, no seu Vocabulário da Língua Portuguesa (Coimbra: Coimbra Editora, 1966), referência importante para a lexicografia portuguesa, considera escoteiro, escotismo e escotista como variantes brasileiras de escuteiro, escutismo e escutista, respectivamente. Nesta opção, segue o que está no Vocabulário Ortográfico Resumido da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1947).

Também o dicionário de Cândido de Figueiredo regista escoteiro como brasileirismo, na acepção que aqui nos interessa e as formas escuta e escuteiro como as preferenciais em Portugal. De notar que estamos a falar da edição coordenada por Rui Guedes (25.ª ed., 1996), pois em edições antigas, nomeadamente na edição de 1913, por exemplo, apenas consta a entrada escoteiro, com a acepção "aquele que viaja sem bagagem".

José Pedro Machado, nas várias edições do Grande Dicionário da Língua Portuguesa (por exemplo, Lisboa: Amigos do Livro, 1981 e Lisboa: Círculo de Leitores, 1991), outra grande referência na lexicografia portuguesa, regista também escuteiro (assinalando neste verbete, que "No Brasil, usa-se a forma escoteiro"), escutismo e escutista (nestes dois últimos verbetes, confrontando com as formas em -o- para avisar o consulente de que se trata de verbetes diferentes, não sinónimos). Curiosamente, não regista escuteirismo, mas sim escoteirismo, definindo-o de maneira bastante abrangente, de modo a incluir o movimento idealizado por Baden-Powell e qualquer movimento organizado em moldes semelhantes. Por outro lado, se no verbete escuteiro este dicionário assinala a forma escoteiro como brasileira, no verbete escoteiro, com o sentido sobre os qual nos debruçamos, não tem qualquer indicação de que se trata de brasileirismo, estando o verbete escoteiro definido, com etimologia e sem qualquer registo geográfico (o mesmo acontece com escotismo, que remete para escoteirismo).

O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Verbo, 2001), por sua vez, parece ser o primeiro a registar os vários pares de variantes gráficas, sem distinguir registos de língua pertinentes. Neste sentido apresenta a definição nas formas com -u-, por serem mais usuais, e uma remissão nas formas com -o-.

Por motivos diversos, quer etimológicos, quer históricos, estes pares de palavras surgiram na língua, à semelhança de muitos outros casos de variação, e podem ser considerados sinónimos, sem que haja motivo para considerar uma ou outra forma mais correcta do que outra. Adicionalmente, e sobretudo entre os membros ou simpatizantes do movimento escotista/escutista em Portugal, a distinção escoteiro ou escuteiro permite também distinguir, respectivamente, entre os membros da Associação de Escoteiros de Portugal (de cariz interconfessional) e os membros, bem mais numerosos, do Corpo Nacional de Escutas (de cariz católico e estruturado numa relação directa com as dioceses).