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enchiam

A forma enchiamé [terceira pessoa plural do pretérito imperfeito do indicativo de encherencher].

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encherencher
|ê| |ê|
( en·cher

en·cher

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo, intransitivo e pronominal

1. Tornar ou ficar cheio (ex.: os estudantes enchem o auditório; o balde pequeno enche num instante; a sala não se encheu). = LOCUPLETARESVAZIAR, VAZAR


verbo transitivo e pronominal

2. Deixar ou ficar coberto ou ocupado por algo ou alguém (ex.: o povo encheu a rua; se não limpar regularmente, os livros enchem-se de pó). = COBRIR, OCUPAR, PREENCHER

3. Provocar ou criar algo em quantidade ou com intensidade (ex.: a conversa encheu a moça de dúvidas; enchi-me de medo).

4. Deixar ou ficar satisfeito. = FARTAR, SACIAR, SATISFAZER


verbo transitivo

5. Ocupar todo ou quase todo o espaço ou o tempo de (ex.: as sessões de autógrafos enchem a agenda). = PREENCHER

6. Espalhar-se por (ex.: o perfume encheu a sala).


verbo intransitivo

7. Crescer gradualmente; ir subindo (ex.: a maré já encheu). = SUBIRDESCER, VAZAR

8. [Informal] [Informal] Fazer exercícios físicos repetidos, geralmente flexões de braços, sobretudo como punição (ex.: quem chegar atrasado ao treino, vai encher).

9. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Perder a paciência. = AMOLAR-SE, CHATEAR-SE, INCOMODAR-SE, IMPORTUNAR-SE


verbo pronominal

10. [Informal] [Informal] Ganhar muito dinheiro. = ENRIQUECER, LOCUPLETAR-SE

etimologiaOrigem etimológica:latim impleo, -ere.

enchiamenchiam

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Dúvidas linguísticas



Devemos colocar um hífen a seguir a "não" em palavras como "não-governamental"? "Não governamental" é igual a "não-governamental"? O novo Acordo Ortográfico de 1990 muda alguma coisa?
A utilização e o comportamento de não- como elemento prefixal seguido de hífen em casos semelhantes aos apresentados é possível e até muito usual e tem sido justificada por vários estudos sobre este assunto.

Este uso prefixal tem sido registado na tradição lexicográfica portuguesa e brasileira em dicionários e vocabulários em entradas com o elemento não- seguido de adjectivos, substantivos e verbos, mas como virtualmente qualquer palavra de uma destas classes poderia ser modificada pelo advérbio não, o registo de todas as formas possíveis seria impraticável e de muito pouca utilidade para o consulente.

O Acordo Ortográfico de 1990 não se pronuncia em nenhum momento sobre este elemento.

Em 2009, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras (ABL), sem qualquer explicação ou argumentação, decidiu excluir totalmente o uso do hífen neste caso, pelo que as ferramentas da Priberam para o português do Brasil reconhecerão apenas estas formas sem hífen. Sublinhe-se que esta é uma opção que decorre da publicação do VOLP e não da aplicação do Acordo Ortográfico.

Também sem qualquer explicação ou argumentação, os "Critérios de aplicação das normas ortográficas ao Vocabulário Ortográfico do Português"  [versão sem data ou número, consultada em 01-02-2011] do Vocabulário Ortográfico do Português (VOP), desenvolvido pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC), e adoptado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011 do governo português, aprovada em 9 de Dezembro de 2010 e publicada no Diário da República n.º 17, I Série, pág. 488, em tudo à semelhança do VOLP da ABL, afirmam excluir o uso do hífen nestes casos. A aplicar-se este critério, deve sublinhar-se que esta é uma opção que decorre da publicação do VOP e não da aplicação do Acordo Ortográfico. No entanto, a consulta das entradas do VOP [em 01-02-2011] permite encontrar formas como não-apoiado, não-eu, não-filho, o que implica o efectivo reconhecimento da produtividade deste elemento. Por este motivo, os correctores e o dicionário da Priberam para o português europeu reconhecerão formas com o elemento não- seguido de hífen (ex.: não-agressão, não-governamental). A este respeito, ver também os Critérios da Priberam relativamente ao Acordo Ortográfico de 1990.




É possível (correto) construir locuções com três verbos?
Uma locução é um conjunto de palavras que corresponde ao comportamento de uma palavra de determinada categoria. O número não é um critério linguístico de correcção; desde que esteja correcto do ponto de vista sintáctico e semântico, é possível uma locução com vários verbos. O mais comum são locuções com dois verbos, correspondendo a tempos compostos (ex.: tinha comido), tempos passivos (ex.: foi comido) ou a perifrásticas (ex.: começou a comer), mas é possível haver locuções com mais verbos, especialmente se se tratar de passivas ou de perifrásticas conjugadas com o auxiliar num tempo composto (ex.: tinha sido comido; tinha começado a comer). Em situações excepcionais, é possível encontrar sequências longas de formas verbais (ex.: contamos poder começar a comer às três; tínhamos contado ter podido começar a comer às três).