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cobertos

A forma cobertospode ser [masculino plural de cobertocoberto] ou [masculino plural particípio passado de cobrircobrir].

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coberto1coberto1
|é| |é|
( co·ber·to

co·ber·to

)


adjectivoadjetivo

1. Tapado, resguardado.

2. Forrado.

3. Oculto.

4. Cheio.

5. Protegido; amparado.

6. Que tem côdea de açúcar.

7. Anuviado (tempo).

8. Excedido (lanço).

etimologiaOrigem etimológica:latim coopertus, -a, -um, de cooperio, -ire, cobrir completamente.

coberto2coberto2
|ê| ou |é| |ê| ou |é|
( co·ber·to

co·ber·to

)


nome masculino

1. Lugar coberto. = ALPENDRE, CABANAL, TELHEIRO

2. Vegetação que cobre o solo (ex.: coberto arbóreo; coberto vegetal arbustivo; coberto herbáceo).

3. O que serve para cobrir. = COBERTURA

etimologiaOrigem etimológica:latim coopertus, -a, -um, de cooperio, -ire, cobrir completamente.

cobrircobrir
( co·brir

co·brir

)
Conjugação:irregular.
Particípio:irregular.


verbo transitivo

1. Pôr uma coisa em cima de outra para a esconder, adornar, tapar.

2. Juncar, atapetar.

3. Encher.

4. Ser em grande quantidade em.

5. Alargar-se por cima de.

6. Fazer cobrição.

7. Ser mais forte que.

8. Abater.

9. Proteger.

10. Exceder.

11. Lançar terra em roda da haste da planta.


verbo pronominal

12. Pôr o chapéu.

13. Abafar-se.

14. Defender-se.

15. Amparar-se.

16. Toldar-se.

etimologiaOrigem etimológica:latim cooperio, -ire, cobrir completamente.

cobertoscobertos

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Dúvidas linguísticas



Gostaria de saber se é correcto dizer a gente em vez de nós.
A expressão a gente é uma locução pronominal equivalente, do ponto de vista semântico, ao pronome pessoal nós. Não é uma expressão incorrecta, apenas corresponde a um registo de língua mais informal. Por outro lado, apesar de ser equivalente a nós quanto ao sentido, implica uma diferença gramatical, pois a locução a gente corresponde gramaticalmente ao pronome pessoal ela, logo à terceira pessoa do singular (ex.: a gente trabalha muito; a gente ficou convencida) e não à primeira pessoa do plural, como o pronome nós (ex.: nós trabalhamos muito; nós ficámos convencidos).

Esta equivalência semântica, mas não gramatical, em relação ao pronome nós origina frequentemente produções dos falantes em que há erro de concordância (ex.: *a gente trabalhamos muito; *a gente ficámos convencidos; o asterisco indica agramaticalidade) e são claramente incorrectas.

A par da locução a gente, existem outras, também pertencentes a um registo de língua informal, como a malta ou o pessoal, cuja utilização é análoga, apesar de terem menor curso.




Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).