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Azarezinhos

A forma Azarezinhosé [derivação masculino plural de azarazar].

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azar1azar1
( a·zar

a·zar

)


nome masculino

1. Tendência para circunstâncias maioritariamente negativas; má sorte (ex.: nesse dia, por azar, faltou à aula; como é possível ter tanto azar?). = ADVERSIDADE, DESGRAÇA, DESDITA, ENGUIÇO, INFELICIDADE, INFORTÚNIO, MALDIÇÃOFORTUNA, SORTE

2. Acontecimento desafortunado, infeliz (ex.: sagraram-se campeões, apesar dos azares que surgiram ao longo da prova). = DESGRAÇA, INFELICIDADE, INFORTÚNIO

3. [Antigo] [Antigo] [Numismática] [Numismática] Moeda asiática.

4. [Botânica] [Botânica] Planta de flores brancas odoríferas.

5. [Viticultura] [Viticultura] Casta de uva branca.

6. [Brasil: Rio de Janeiro] [Brasil: Rio de Janeiro] O mesmo que azarão.


interjeição

7. Expressão que indica resignação, conformidade em relação à má sorte.

etimologiaOrigem etimológica:árabe az-zahar, felicidade, acaso feliz, dado, de zahr, flor [pintava-se uma flor numa das faces do dado].
Confrontar: asar.
azar2azar2
( a·zar

a·zar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Dar azo, oportunidade a. = CAUSAR, MOTIVAR


verbo pronominal

2. Apresentar-se, oferecer-se.

etimologiaOrigem etimológica:azo + -ar.
Confrontar: asar.


Dúvidas linguísticas



Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).




É possível (correto) construir locuções com três verbos?
Uma locução é um conjunto de palavras que corresponde ao comportamento de uma palavra de determinada categoria. O número não é um critério linguístico de correcção; desde que esteja correcto do ponto de vista sintáctico e semântico, é possível uma locução com vários verbos. O mais comum são locuções com dois verbos, correspondendo a tempos compostos (ex.: tinha comido), tempos passivos (ex.: foi comido) ou a perifrásticas (ex.: começou a comer), mas é possível haver locuções com mais verbos, especialmente se se tratar de passivas ou de perifrásticas conjugadas com o auxiliar num tempo composto (ex.: tinha sido comido; tinha começado a comer). Em situações excepcionais, é possível encontrar sequências longas de formas verbais (ex.: contamos poder começar a comer às três; tínhamos contado ter podido começar a comer às três).