Seguindo o raciocínio das construções andar-andante, crer-crente, ouvir-ouvinte, propor-proponente, desejo saber se a palavra exercente (de exercer) está correta. Não a encontrei no dicionário.
Apesar de não se encontrar registada em nenhum dos dicionários de língua portuguesa por nós consultados, a palavra exercente encontra-se bem formada a partir da adjunção do sufixo -ente, que expressa as noções de “estado”, “qualidade” ou “relação”, ao verbo exercer. Se realizar uma
pesquisa num motor de busca da Internet, poderá verificar que esta palavra é muito utilizada em áreas como o Direito, quer como adjectivo (ex.: empresa exercente de uma actividade) quer como substantivo (ex.: o exercente do mandato), com o significado “que ou aquele que exerce (algo)”.
Ambas as formas seríssimo e seriíssimo podem ser consideradas
correctas como superlativo absoluto sintético do adjectivo sério.
O
superlativo absoluto sintético simples, isto é, o grau do adjectivo que
exprime, através de uma só palavra, o elevado grau de determinado atributo,
forma-se pela junção do sufixo -íssimo ao adjectivo (ex.: altíssimo).
No caso de grande número de adjectivos terminados em -eio e em -io,
a forma gerada apresenta geralmente dois ii, um pertencente ao adjectivo,
o outro ao sufixo (ex.: cheiíssimo, feiíssimo,
maciíssimo, vadiíssimo).
Há alguns adjectivos, porém, como sério, que podem gerar duas formas de
superlativo absoluto sintético: seriíssimo ou seríssimo.
No entanto, como é referido por Celso Cunha e Lindley Cintra na sua Nova
Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p.
260), parece haver uma maior aceitação das formas com apenas um i: “Em
lugar das formas superlativas seriíssimo, necessariíssimo e outras
semelhantes, a língua actual prefere seríssimo, necessaríssimo,
com um só i”. O mesmo sucede com necessário, ordinário, precário ou sumário, por
exemplo.