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Correia

bandoleira | n. f.

Correia, geralmente de couro, tecido ou material sintético, presa longitudinalmente a um utensílio, que serve para o suspender ou transportar ao ombro ou a tiracolo (ex.: bandoleira regulável de carabina)....


debuxo | n. m.

Peça de correeiro para fazer riscos na borda das correias....


disciplina | n. f. | n. f. pl.

Conjunto de tiras ou correias usadas para flagelação....


encorreadura | n. f.

Conjunto de correias que prestam um serviço....


faceira | n. f. | n. f. pl. | n. m. | n. 2 g.

Correias da cabeçada que suspendem as extremidades do freio....


fuzilhão | n. m.

Peça metálica da fivela, a que se prende cinto, correia ou afim....


gamarra | n. f.

Correia dos arreios para impedir o animal de levantar a cabeça....


gamarrilha | n. f.

Pequena correia entre as cambas do freio do cavalo, junto da barbela....


sobarba | n. f.

Fita ou correia que segura por baixo da barba o chapéu, a barretina, etc....


sobrebrocha | n. f.

A correia maior que se liga às brochas (nos carros de bois)....


socairo | n. m.

Correia, corrente ou corda que passa por uma argola na extremidade do cabeçalho e cujas pontas se prendem à canga....


soleira | n. f.

Correia que nas esporas passa por baixo do pé....


soveiro | n. m.

Correia grossa para prender o carro ou o arado ao jugo....


mangueira | n. f.

Instrumento para malhar cereais, composto de dois paus ligados por uma correia....


cobra | n. f.

Estrofe, geralmente quadra ou sextilha, usada em composições de poesia trovadoresca, de assunto ligeiro, destinadas ao canto....


áclide | n. f.

Espécie de dardo ou de flecha que se arremessava preso a uma correia ou corda....


boldrié | n. m.

Correia a tiracolo, a que se prende uma arma ou em que se firma o conto da haste da bandeira....


aspiração | n. f.

No marginador automático, operação que consiste em retirar por meios mecânicos a folha de papel da pilha e depositá-la nas correias transportadoras....


braceira | n. f.

Correia ou aro no escudo para enfiar o braço....



Dúvidas linguísticas



Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).




"de que" ou apenas "que"? E.g.: "foram avisados que" ou "foram avisados de que"?
Nenhuma das formulações apresentadas pode ser considerada errada, apesar de a expressão "foram avisados de que" ser mais consensual do que a expressão em que se omite a preposição.

Para uma análise desta questão, devemos referir que os exemplos dados estão na voz passiva, mas a estrutura sintáctica do verbo é a mesma do verbo na voz activa, onde, no entanto, é mais fácil observar a estrutura argumental do verbo:

Eles foram avisados do perigo. (voz PASSIVA) = Ele avisou-os do perigo. (voz ACTIVA)
Eles foram avisados de que podia haver perigo. (voz PASSIVA) = Ele avisou-os de que podia haver perigo. (voz ACTIVA)

Trata-se de um verbo bitransitivo, que selecciona um complemento directo ("os", que na voz passiva corresponde ao sujeito "Eles") e um complemento preposicional, neste caso introduzido pela preposição "de" ("do perigo" ou "de que podia haver perigo"). Nas frases em que o complemento preposicional contém uma frase completiva introduzida pela conjunção "que" (ex.: "avisou-os de que" ou "foram avisados de que"), é frequente haver a omissão da preposição "de" (ex.: "avisou-os que" ou "foram avisados que"), mas este facto, apesar de ser muito frequente, é por vezes condenado por alguns puristas da língua.


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