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peia

falaca | n. f.

Peia que trava os pés dos condenados a bastonadas, entre os Turcos....


larga | n. f. | interj.

Com largueza; sem peias; generosamente; sem medida....


andorinho | n. m. | adj.

Cria de andorinha....


maneia | n. f.

Correia de couro com que se peia a besta....


maniota | n. f.

Peia para prender a mão dos animais....


trabelho | n. m.

Peça de madeira que por um lado prende ao meio do cairo da serra e pelo outro assenta no alfeizar....


cabramo | n. m.

Peia que vai do pé ao chifre do boi andejo....


peadouro | n. m.

Lugar onde se peiam as cavalgaduras....


prema | n. f.

Peia; opressão....


solta | n. f. | n. f. pl.

Peia para as bestas....


trava | n. f.

Acto de travar....


travado | adj. | n. m. pl.

Unido, ligado estreitamente....


travadouro | n. m. | n. m. pl.

Parte delgada da perna da besta onde se prende a trava ou peia....


travão | n. m.

Peia, trava ou cadeia para travar bestas....


unhão | n. m.

Nó com que se peiam os chicotes de um cabo quebrado acidentalmente....


rasgado | adj. | adv. | adj. n. m. | n. m.

Sem peias nem cerimónias que coarctem a liberdade....


absoluto | adj. | n. m.

Que não tem peias nem restrições....



Dúvidas linguísticas



As expressões ter a ver com e ter que ver com são ambas admissíveis ou só uma delas é correcta?
As duas expressões citadas são semanticamente equivalentes.

Alguns puristas da língua têm considerado como galicismo a expressão ter a ver com, desaconselhando o seu uso. No entanto, este argumento apresenta-se frágil (como a maioria dos que condenam determinada forma ou expressão apenas por sofrer influência de uma outra língua), na medida em que a estrutura da locução ter que ver com possui uma estrutura menos canónica em termos das classes gramaticais que a compõem, pois o que surge na posição que corresponde habitualmente à de uma preposição em construções perifrásticas verbais (por favor, consulte também sobre este assunto a dúvida ter de/ter que).




"de que" ou apenas "que"? E.g.: "foram avisados que" ou "foram avisados de que"?
Nenhuma das formulações apresentadas pode ser considerada errada, apesar de a expressão "foram avisados de que" ser mais consensual do que a expressão em que se omite a preposição.

Para uma análise desta questão, devemos referir que os exemplos dados estão na voz passiva, mas a estrutura sintáctica do verbo é a mesma do verbo na voz activa, onde, no entanto, é mais fácil observar a estrutura argumental do verbo:

Eles foram avisados do perigo. (voz PASSIVA) = Ele avisou-os do perigo. (voz ACTIVA)
Eles foram avisados de que podia haver perigo. (voz PASSIVA) = Ele avisou-os de que podia haver perigo. (voz ACTIVA)

Trata-se de um verbo bitransitivo, que selecciona um complemento directo ("os", que na voz passiva corresponde ao sujeito "Eles") e um complemento preposicional, neste caso introduzido pela preposição "de" ("do perigo" ou "de que podia haver perigo"). Nas frases em que o complemento preposicional contém uma frase completiva introduzida pela conjunção "que" (ex.: "avisou-os de que" ou "foram avisados de que"), é frequente haver a omissão da preposição "de" (ex.: "avisou-os que" ou "foram avisados que"), mas este facto, apesar de ser muito frequente, é por vezes condenado por alguns puristas da língua.


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