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concretiza

difícil | adj. 2 g. | adv.

Que exige trabalho ou esforço para se fazer ou concretizar....


barbicacho | n. m.

Arreio de cordas para a cabeça dos animais....


caminho | n. m.

Estar realizada boa parte do esforço ou do trabalho que é preciso fazer para concretizar algo....


concretismo | n. m.

Movimento artístico experimental que preconiza a concretização material dos conceitos....


frustração | n. f.

Sentimento de insatisfação ou de contrariedade, geralmente causado pela não concretização de um desejo, de uma expectativa, de uma necessidade ou de um objectivo....


saber-fazer | n. m. 2 núm.

Capacidade ou habilidade para realizar ou concretizar algo ou resolver na prática alguma coisa....


desidério | n. m.

Aquilo que se deseja ou que se pretende alcançar ou conseguir (ex.: esta é a concretização desse desidério)....


concretizar | v. tr. e pron.

Tornar ou tornar-se concreto....


concretar | v. tr. | v. tr. e pron.

Revestir com betão. (Equivalente no português de Portugal: betonar.)...


continuar | v. tr. e intr. | v. intr. | v. auxil.

Não interromper, levar adiante....


emplacar | v. tr. | v. intr.

Colocar placa(s) em....


obviar | v. tr.

Impedir a concretização de algo desagradável ou indesejável (ex.: esta é uma tentativa de obviar o problema; fizemos uma proposta para obviar às críticas)....


realizar | v. tr. e pron. | v. tr. | v. pron.

Tornar ou tornar-se real ou concreto....


praia | n. f.

Falhar ou desistir de algo que estava prestes a ser concretizado ou bem-sucedido (ex.: é mais um daqueles projectos que vai acabar por morrer na praia)....


primavera | n. f.

Estação que precede o Verão. (Com inicial maiúscula.)...


materializar | v. tr. e pron. | v. tr.

Tornar ou tornar-se material....



Dúvidas linguísticas



Seríssimo ou seriíssimo?
Ambas as formas seríssimo e seriíssimo podem ser consideradas correctas como superlativo absoluto sintético do adjectivo sério.

O superlativo absoluto sintético simples, isto é, o grau do adjectivo que exprime, através de uma só palavra, o elevado grau de determinado atributo, forma-se pela junção do sufixo -íssimo ao adjectivo (ex.: altíssimo).

No caso de grande número de adjectivos terminados em -eio e em -io, a forma gerada apresenta geralmente dois ii, um pertencente ao adjectivo, o outro ao sufixo (ex.: cheiíssimo, feiíssimo, maciíssimo, vadiíssimo).

Há alguns adjectivos, porém, como sério, que podem gerar duas formas de superlativo absoluto sintético: seriíssimo ou seríssimo. No entanto, como é referido por Celso Cunha e Lindley Cintra na sua Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 260), parece haver uma maior aceitação das formas com apenas um i: “Em lugar das formas superlativas seriíssimo, necessariíssimo e outras semelhantes, a língua actual prefere seríssimo, necessaríssimo, com um só i”. O mesmo sucede com necessário, ordinário, precário ou sumário, por exemplo.




Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).


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