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Vasilha

marrado | adj.

Diz-se do vinho que se toldou na vasilha, tornando-se impróprio para beber....


pegado | adj.

Diz-se da comida quando parte dela fica aderente à vasilha em que foi ao lume e adquire cheiro a esturro....


almotolia | n. f.

Vasilha portátil, de forma cónica, para azeite e outros líquidos oleaginosos....


arqueação | n. f.

Medição de vasilhas arqueadas ou da capacidade dos navios....


barrica | n. f.

Vasilha de aduelas em forma de pipa....


barrileira | n. f.

Vasilha em que se faz a decoada com que se lavam as formas tipográficas....


chafurdo | n. m.

Fonte em que se tira a água com a própria vasilha....


chantel | n. m.

Última peça que o tanoeiro põe no fundo ou em cada tampo da vasilha....


chiquel | n. m.

Vasilha de couro ou borracha, para água, em jornada....


empino | n. m.

Beber até ver o fundo à vasilha....


escorralhas | n. f. pl.

Conjunto das borras de líquido que ficam nas bordas ou no fundo das vasilhas....


escorredura | n. f.

Conjunto das borras de líquido que ficam no fundo das vasilhas....


escotilha | n. f.

Abertura na parte superior do tonel, para limpeza da vasilha e entrada de uvas ou bagaço....


falhadura | n. f.

Falha ou boca de vasilha esboicelada....


gafa | n. f.

Vasilha em que se transporta o sal, nas salinas....


mecha | n. f.

Enxofre preparado para defumar vasilhas de aduela....


remendo | n. m.

Diz-se do conserto de vasilhas ou utensílios....


repartideira | n. f.

Pequena vasilha de cobre com que se reparte o melaço apurado nas formas dos engenhos de açúcar....


repartidor | adj. | n. m.

Repartideira (vasilha)....



Dúvidas linguísticas



Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).




É possível (correto) construir locuções com três verbos?
Uma locução é um conjunto de palavras que corresponde ao comportamento de uma palavra de determinada categoria. O número não é um critério linguístico de correcção; desde que esteja correcto do ponto de vista sintáctico e semântico, é possível uma locução com vários verbos. O mais comum são locuções com dois verbos, correspondendo a tempos compostos (ex.: tinha comido), tempos passivos (ex.: foi comido) ou a perifrásticas (ex.: começou a comer), mas é possível haver locuções com mais verbos, especialmente se se tratar de passivas ou de perifrásticas conjugadas com o auxiliar num tempo composto (ex.: tinha sido comido; tinha começado a comer). Em situações excepcionais, é possível encontrar sequências longas de formas verbais (ex.: contamos poder começar a comer às três; tínhamos contado ter podido começar a comer às três).

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