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raiox

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raioraio
( rai·o

rai·o

)


nome masculino

1. Fluido eléctrico que se desprende de nuvem electrizada. = CENTELHA, CORISCO, FAÍSCA

2. Jacto de luz.

3. [Geometria] [Geometria] Segmento de recta que parte do centro e termina na periferia de um círculo ou de uma esfera.

4. [Geometria] [Geometria] Meio diâmetro de uma circunferência.

5. Tudo o que parte de um centro comum.

6. [Por extensão] [Por extensão] Sinal, mostra, indício.

7. [Figurado] [Figurado] Desgraça; sinal; vislumbre; clarão; aparência; lembrança.

8. [Informal] [Informal] Pessoa muito viva ou travessa.


como um raio

Com extrema rapidez; com violência.

por que raio

[Informal] [Informal] Usa-se para questionar qual a singular ou estranha casualidade de algo.

raio de eloquência

Orador eloquentíssimo.

raio verde

Clarão de cor verde que aparece acima do mar quando o Sol desaparece completamente no horizonte e que é devido à dispersão atmosférica.

raio vector

[Geometria] [Geometria]  Segmento orientado que tem por origem um ponto fixo, e cuja extremidade se pode deslocar sobre uma dada curva.

raio visual

Linha recta que vai do olho do observador ao objecto.

raio X

[Física nuclear] [Física nuclear]  Radiação electromagnética invisível capaz de atravessar matéria, muito utilizada na medicina e na indústria. (Mais usado no plural.)

[Radiologia] [Radiologia]  Equipamento usado para fazer exames com esse tipo de radiação (ex.: o hospital instalou um novo raio X; o conteúdo das malas é verificado no raio X antes do embarque).

[Radiologia] [Radiologia]  Exame feito usando esse tipo de radiação (ex.: a médica pediu um raio X à coluna lombar).

[Figurado, Por extensão] [Figurado, Por extensão] Descrição objectiva e detalhada de algo (ex.: o documentário faz o raio X da cidade no virar do século). = RADIOGRAFIA

raios catódicos

[Física] [Física]  Feixe de electrões emitido pelo cátodo num tubo de gás muito rarefeito.

raios cósmicos

Raios diversos provenientes do espaço cósmico.

raios da Igreja

Excomunhão.

raios (de) Röntgen

[Física nuclear] [Física nuclear]  Nome dado às radiações invisíveis que aparecem no tubo de Crookes, quando nele se produzem os raios catódicos. = RAIOS X

raios do Vaticano

O mesmo que raios da Igreja.

raios gama

[Física nuclear] [Física nuclear]  Radiações emitidas pelos corpos radioactivos, análogos aos raios X, mas muito mais penetrantes e de menor comprimento de onda, com uma acção fisiológica potente.

raios partam

[Informal] [Informal] Expressão usada para indicar irritação (ex.: raios partam este computador).

etimologiaOrigem etimológica:latim radius, -i, raio.
raioxraiox

Anagramas

Esta palavra no dicionário



Dúvidas linguísticas



Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).




Gostaria de saber se em palavras nas quais o prefixo termina com a mesma vogal que inicia a outra palavra (como anti+inflamatório; poli+insaturado, etc...) há necessidade de se usar hífen ou se é possível fusionar as duas vogais (e.g., antiinflamatório; poliinsaturado).
Esta questão tem uma resposta diferente se pretender a ortografia antes ou depois do Acordo Ortográfico de 1990 (AO de 1990).

Segundo o Acordo Ortográfico de 1945 (válido para a norma portuguesa antes do AO de 1990) e também segundo o Formulário Ortográfico de 1943 (válido para a norma brasileira antes do AO de 1990), o elemento de formação anti- apenas deve ser ligado por hífen a palavras que comecem por h (ex.: anti-higiénico), i (ex.: anti-ibérico), r (ex.: anti-rugas) ou s (ex.: anti-semita).

Relativamente ao emprego do prefixo poli-, não é tão fácil chegar a uma resposta conclusiva e peremptória para a ortografia antes da aplicação do AO de 1990. Este prefixo não é expressamente referido no Acordo Ortográfico de 1945 (vd. bases XXVIII a XXXII, sobre o uso do hífen), nem no Formulário Ortográfico de 1943, pelo que só se pode inferir o comportamento de poli- a partir do registo lexicográfico de outras palavras com o mesmo prefixo. Assim sendo, a consulta de obras de referência revela um comportamento análogo ao de outros prefixos que nunca são seguidos de hífen, como mono- ou bi- (ex: monoinsaturado, biebdomadário, poliarticular, polirrítmico, polissacarídeo, poliúria), o que valida a forma poliinsaturado, que é, aliás, a forma registada pelo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
Outra opção tomam o Grande Dicionário Língua Portuguesa, da Porto Editora, e o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências, que registam a forma polinsaturado, com a elisão da vogal (i oral) em que termina o prefixo. A este respeito, Rebelo Gonçalves, no seu Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (Coimbra: Atlântida, 1947, pp. 252-253), refere que se deve prever também esta opção com estes prefixos que nunca são seguidos de hífen, isto é, "o caso de um prefixo não aparecer em forma plena, por terminar em vogal e esta se elidir ante uma vogal do elemento imediato: endartrite, etc".

Nas obras consultadas, é de referir que não há registo de nenhuma outra forma com o mesmo contexto de poli-+insaturado (poli- seguido de i nasal), mas apenas com um contexto de poli- seguido de i oral: formas como poliide (género de algas) ou poliidrite (mineral) surgem averbadas no Grande Dicionário da Língua Portuguesa (12 vol., Porto, Amigos do Livro Editores, 1981), de José Pedro Machado. Pesquisas em corpora e em motores de busca da Internet revelam uma maior ocorrência de poliinsaturado (e suas flexões) no português do Brasil e de polinsaturado (e suas flexões) no português europeu, provável reflexo do diferente registo lexicográfico nas duas normas do português, não podendo, no entanto, nenhuma destas duas formas ser considerada incorrecta.

Com a aplicação do Acordo Ortográfico de 1990, estes dois prefixos terão tratamento idêntico, uma vez que passa a haver regras mais gerais e contextuais do que nos textos legais anteriores. Assim, segundo a Base XVI, 1º, alínea b), quando um prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento deverá usar-se hífen, pelo que deverá escrever-se anti-inflamatório e poli-insaturado (a par de polinsaturado).