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desculpo-lhe

desculpado | adj.

Absolvido da culpa; relevado....


desculpante | adj. 2 g.

Quer desculpa ou serve de desculpa (ex.: estado de necessidade desculpante; obediência desculpante)....


Quando nos queremos conservar isentos de defeitos, não devemos ser complacentes com os dos nossos amigos, pois os vícios são contagiosos....


Virgílio dizia haver tirado algumas pérolas do esterco de Énio, para se desculpar de lhe haver apanhado alguns dos seus melhores versos....


A ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento nem isenta as pessoas das sanções nela estabelecidas; este aforismo vem consignado no artigo 6.º do Código Civil Português....


escusado | adj.

Que se escusou ou foi objecto de escusa....


escapatória | n. f.

Maneira de escapar a algo desagradável ou difícil....


perdão | n. m. | interj.

Remissão de culpa, dívida ou pena....


desculpa | n. f.

Perdão de culpa ou ofensa....


pretexto | n. m.

Razão aparente que se alega para encobrir o verdadeiro motivo por que se fez ou deixou de fazer alguma coisa....


álibi | n. m.

Alegação ou prova de presença em lugar diferente ao do crime na ocasião em que foi cometido....


efúgio | n. m.

Meio de escapar ou de se desculpar....


evasiva | n. f.

Meio artificioso ou subtil que se emprega para sair de uma dificuldade....


indulgente | adj. 2 g. | n. 2 g.

Que tem disposição para perdoar ou desculpar....



Dúvidas linguísticas



Tenho uma dúvida na utilização dos pronomes "lhe" ou "o". Por exemplo, nesta frase, qual é a forma correta: "para Carlos não lhe perturbava a existência, ou mesmo a necessidade dos movimentos da vanguarda" ou " para Carlos não o perturbava a existência, ou mesmo a necessidade dos movimentos da vanguarda"?
A questão que nos coloca toca uma área problemática no uso da língua, pois trata-se de informação lexical, isto é, de uma estrutura que diz respeito a cada palavra ou constituinte frásico e à sua relação com as outras palavras ou outros constituintes frásicos, e para a qual não há regras fixas. Na maioria dos casos, os utilizadores conhecem as palavras e empregam as estruturas correctas, e normalmente esse conhecimento é tanto maior quanto maior for a experiência de leitura do utilizador da língua.

No caso dos pronomes clíticos de objecto directo (o, os, a, as, na terceira pessoa) ou de objecto indirecto (lhe, lhes, na terceira pessoa), a sua utilização depende da regência do verbo com que se utilizam, isto é, se o verbo selecciona um objecto directo (ex.: comeu a sopa = comeu-a) ou um objecto indirecto (ex.: respondeu ao professor = respondeu-lhe); há ainda verbos que seleccionam ambos os objectos, pelo que nesses casos poderá dar-se a contracção dos pronomes clíticos (ex.: deu a bola à criança = deu-lhe a bola = deu-lha).

O verbo perturbar, quando usado como transitivo, apenas selecciona objectos directos não introduzidos por preposição (ex.: a discussão perturbou a mulher; a existência perturbava Carlos), pelo que deverá apenas ser usado com pronomes clíticos de objecto directo (ex.: a discussão perturbou-a; a existência perturbava-o) e não com pronomes clíticos de objecto indirecto.

Assim sendo, das duas frases que refere, a frase “para Carlos, não o perturbava a existência, ou mesmo a necessidade dos movimentos da vanguarda” pode ser considerada mais correcta, uma vez que respeita a regência do verbo perturbar como transitivo directo. Note que deverá usar a vírgula depois de “para Carlos”, uma vez que se trata de um complemento circunstancial antecipado.




Descomentar: no FLiP existe a conjugação do verbo mas pelo que pesquisei na net e dicionários esta palavra não existe em Português. Penso que só é usada em termos informáticos e no Brasil. Qual será o seu significado?
O verbo descomentar não se encontra registado em nenhum dicionário de língua portuguesa à nossa disposição, mas uma pesquisa na Internet revela que é usado tanto em sites portugueses como em sites brasileiros. Nenhum dicionário consegue registar exaustivamente o léxico de uma língua, nomeadamente no que diz respeito a neologismos, dada a grande produtividade da língua, especialmente pela aposição de afixos a palavras já existentes. A palavra encontra-se bem formada, resultando da aposição do prefixo des- ao verbo comentar, e significa “retirar o carácter de comentário a” (ex.: o programador descomentou algumas linhas do código do programa).

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