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Ouve-se em certos telejornais expressões como a cujo
ou em cujo; contudo gostaria de saber se gramaticalmente a palavra
cujo pode ser antecedida de preposição.
O uso do pronome relativo cujo, equivalente à expressão do qual, pode ser antecedido de preposição em contextos que o justifiquem, nomeadamente quando a regência de
alguma palavra ou locução a tal obrigue. Nas frases abaixo podemos verificar que o pronome está correctamente empregue antecedido de várias preposições (e não apenas a ou em) seleccionadas por determinadas palavras (nos exemplos de 1 e 2) ou na construção de adjuntos adverbiais (nos exemplos de 3 e 4):
1) O aluno faltoua alguns exames. O aluno reprovou nas disciplinas a cujo exame faltou. (=O aluno reprovou nas disciplinas ao exame das quaisfaltou);
2) Não haverá recursoda decisão. Os casos serão julgados pelo tribunal, de cuja
decisão não haverá recurso. (=Os casos serão julgados pelo tribunal, dadecisão do qual não haverá recurso);
4) Houve danos em algumas casas.Os moradores emcujas casas houve danos foram indemnizados. (=Os moradores nas casas dos quais houve danos foram indemnizados);
5) Exige-se grande responsabilidade para o exercício desta profissão. Esta é uma profissão paracujo exercício se exige grande responsabilidade.
(=Esta é uma profissão para o exercício da qual se exige grande responsabilidade).
Tenho uma dúvida em relação ao emprego ou não do hífen na palavra
dessincronizar. A palavra escrita deste modo lê-se /de-ssin-cro-ni-zar/ e
normalmente ouve-se pronunciar /des-sin-cro-ni-zar/. Ou seja, o prefixo des-
normalmente não perde a sua autonomia quando pronunciado. Neste caso não se
devia também usar o hífen? Ou será que o termo dessincronizado é
normalmente mal pronunciado, separando-se os dois ss?
A aglutinação do prefixo des- à palavra seguinte não obriga à pronúncia /s/.
Aliás, os poucos dicionários que fazem a transcrição fonética das palavras às
quais dão entrada registam /des-sin-cro-ni-zar/ e não /de-ssin-cro-ni-zar/.