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baixio

cala | n. f. | n. m.

Passagem estreita entre baixios....


foto | n. m.

Flutuar, navegar sem perigo de embate em baixios ou cachopos....


asdic | n. m.

Aparelho de detecção submarina por ultra-sons, empregado na procura de submarinos, na navegação nos baixios, na localização dos bancos de peixes, etc., antecessor do sonar e desenvolvido na primeira metade do século XX....


jacente | adj. 2 g. | n. m.

Que jaz....


parcel | n. m.

Banco de areia....


restinga | n. f.

Parte do mar em que a água tem pouco fundo....


baixa | n. f.

Diminuição na altura....


baixio | n. m.

Parte do mar largo em que a água tem pouco fundo....


cachopo | n. m.

Escolho; baixio....


seco | adj. | n. m. | n. m. pl.

Baixio de areia que a vazante deixa a descoberto....


vau | n. m.

Baixio; banco; parcel....


cego | adj. n. m. | adj. | n. m.

Diz-se do baixio ou escolho que está sempre debaixo de água....


aboiar | v. tr. | v. intr.

Assinalar com bóia (um baixio, o casco de um navio imerso, etc.)....


banco | n. m.

Assento estreito e comprido....


coroa | n. f. | adj. 2 g. n. 2 g. | n. f. pl.

Baixio, produzido por aluviões nos estuários e no baixo curso dos rios....


baixo | adj. | adv. | n. m. | adj. 2 g. 2 núm. n. m. | n. m. pl.

Que tem menos altura que a ordinária (ex.: jogador baixo; casas baixas)....


encalhar | v. tr. | v. intr.

Tocar num baixio, num escolho, num banco de areia (o navio)....



Dúvidas linguísticas



Qual a diferença entre o numeral catorze e quatorze e porquê a diferença da escrita com o mesmo significado?
Não existe nenhuma diferença de significado entre catorze e quatorze, apenas uma diferença de adequação à realização fonética dessas palavras (a sílaba ca- de catorze pronuncia-se como a primeira sílaba de cavalo e a sílaba qua- de quatorze como a primeira sílaba de qualidade).

Ambas as palavras derivam do latim quattuordecim, mas a forma catorze sofreu a supressão de um fonema no interior da primeira sílaba (fenómeno a que se dá o nome de síncope).




Na frase "...o nariz afilado do Sabino. (...) Fareja, fareja, hesita..." (Miguel Torga - conto "Fronteira") em que Sabino é um homem e não um animal, deve considerar-se que figura de estilo? Não é personificação, será animismo? No mesmo conto encontrei a expressão "em seco e peco". O que quer dizer?
Relativamente à primeira dúvida, se retomarmos o contexto dos extractos que refere do conto “Fronteira” (Miguel Torga, Novos Contos da Montanha, 7ª ed., Coimbra: ed. de autor, s. d., pp. 25-36), verificamos que é o próprio Sabino que fareja. Estamos assim perante uma animalização, isto é, perante a atribuição de um verbo usualmente associado a um sujeito animal (farejar) a uma pessoa (Sabino). Este recurso é muito utilizado por Miguel Torga neste conto para transmitir o instinto de sobrevivência, quase animal, comum às gentes de Fronteira, maioritariamente contrabandistas, como se pode ver por outras instâncias de animalização: “vão deslizando da toca” (op. cit., p. 25), “E aquelas casas na extrema pureza de uma toca humana” (op. cit., p. 29), “a sua ladradela de mastim zeloso” (op. cit., p. 30), “instinto de castro-laboreiro” (op. cit., p. 31), “o seu ouvido de cão da noite” (op. cit., p. 33).

Quanto à segunda dúvida, mais uma vez é preciso retomar o contexto: “Já com Isabel fechada na pobreza da tarimba, esperou ainda o milagre de a sua obstinação acabar em tecidos, em seco e peco contrabando posto a nu” (op. cit. p.35). Trata-se de uma coocorrência privilegiada, resultante de um jogo estilístico fonético (a par do que acontece com velho e relho), que corresponde a uma dupla adjectivação pré-nominal, em que o adjectivo seco e o adjectivo peco qualificam o substantivo contrabando, como se verifica pela seguinte inversão: em contrabando seco e peco posto a nu. O que se pretende dizer é que o contrabando, composto de tecidos, seria murcho e enfezado.


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