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anatemizar

anatemizar | v. tr.

Pronunciar anátema contra....


excomungar | v. tr.

Lançar excomunhão contra....



Dúvidas linguísticas



Gostaria de saber se escrever ou dizer o termo deve de ser é correcto? Eu penso que não é correcto, uma vez que neste caso deverá dizer-se ou escrever deverá ser... Vejo muitas pessoas a usarem este tipo de linguagem no seu dia-a-dia e penso que isto seja uma espécie de calão, mas já com grande influência no vocabulário dos portugueses em geral.
Na questão que nos coloca, o verbo dever comporta-se como um verbo modal, pois serve para exprimir necessidade ou obrigação, e como verbo semiauxiliar, pois corresponde apenas a alguns dos critérios de auxiliaridade geralmente atribuídos a verbos auxiliares puros como o ser ou o estar (sobre estes critérios, poderá consultar a Gramática da Língua Portuguesa, de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, pp. 303-305). Neste contexto, o verbo dever pode ser utilizado com ou sem preposição antes do verbo principal (ex.: ele deve ser rico = ele deve de ser rico). Há ainda autores (como Francisco Fernandes, no Dicionário de Verbos e Regimes, p. 240, ou Evanildo Bechara, na sua Moderna Gramática Portuguesa, p. 232) que consideram existir uma ligeira diferença semântica entre as construções com e sem a preposição, exprimindo as primeiras uma maior precisão (ex.: deve haver muita gente na praia) e as segundas apenas uma probabilidade (ex.: deve de haver muita gente na praia). O uso actual não leva em conta esta distinção, dando preferência à estrutura que prescinde da preposição (dever + infinitivo).



Ao fazer a pesquisa do termo prescindir, observei que constava como verbo intransitivo. Pesquisei, no entanto, no dicionário Aurélio e constava como verbo transitivo. Gostaria de alertar para esse possível erro.
Apesar de, actualmente, o verbo prescindir dever ser considerado um verbo transitivo indirecto, como faz o Aurélio, a classificação mais tradicional em dicionários portugueses (diferentemente de dicionários brasileiros como o Aurélio ou o Houaiss) é classificar verbos com regência de proposições que não sejam a (como "entregar a") como intransitivos (como é o caso de "prescindir de"). Em casos semelhantes, é normal encontrar discrepâncias entre dicionários portugueses e brasileiros, sendo a classificação dos segundos geralmente mais rigorosa.

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