As expressões ter a ver com e ter que ver com são ambas admissíveis ou só uma delas é correcta?
As duas expressões citadas são semanticamente equivalentes.
Alguns puristas da língua têm considerado como
galicismo a expressão ter a ver com, desaconselhando o seu uso. No
entanto, este argumento apresenta-se frágil (como a maioria dos que condenam
determinada forma ou expressão apenas por sofrer influência de uma outra
língua), na medida em que a estrutura da locução ter que ver com possui
uma estrutura menos canónica em termos das classes gramaticais que a compõem,
pois o que surge na posição que corresponde habitualmente à de uma
preposição em construções perifrásticas verbais (por favor, consulte também
sobre este assunto a dúvida
ter de/ter que).
Ao utilizar o vosso dicionário, obtive o seguinte resultado para a palavra amoníaco:
do Lat. ammoniacu < Gr. ammoniakón
s. m.,
gás incolor, de cheiro intenso, sabor acre e com efeitos lacrimogéneos;
gás composto de azoto e hidrogénio, que se encontra na urina e nas matérias em decomposição. A partir de lacrimogéneos obtive:
masc. plu. de lacrimogéneo,
do Lat. lacrima + Gr. gen, r. de gígnomai, gerar.
No entanto a palavra lacrimogéneo não aparece no vosso dicionário, mas sim lacrimogénio (com i em vez de e):
adj.,
que provoca ou produz lágrimas;
que faz chorar.
Assim, gostaria de saber se existem as duas formas ou se uma se encontra errada.
Como muito bem observou, a informação disponibilizada não é coerente. De facto, não se pode dizer que a forma lacrimogénio seja errada, mas, sendo possível, é uma variante de lacrimogéneo, menos usada e praticamente não registada em dicionários e vocabulários de língua portuguesa.
O DPLP deveria ter registado a entrada lacrimogéneo (e lacrimogénio, a ser registado, deveria remeter para lacrimogéneo, sendo esta última a forma preferencial).