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doze

dodeca- | elem. de comp.

Elemento que significa doze (ex.: dodecágono)....


Diz-se da flor que tem doze pistilos, estiletes ou estigmas sésseis....


dodecandro | adj.

Que tem doze estames independentes....


dodecastilo | n. m.

Monumento ou edifício cuja fachada é ornada com doze colunas....


borbónia | n. f.

Género de plantas faseoláceas, de que há doze espécies cultivadas em jardins....


dodecaginia | n. f.

Ordem de vegetais que compreende os que têm pelo menos doze estames e pistilos....


dodecágono | n. m.

Polígono de doze lados e doze ângulos....


dodecandria | n. f.

Classe de vegetais que têm doze estames....


pesa | n. f.

Feixe de doze estrigas espadeladas....


rota | n. f.

Tribunal pontifício que resolve os pleitos sobre benefícios, composto por doze juízes eclesiásticos....


augustinho | n. m.

Nome dado antigamente aos caracteres tipográficos hoje chamados tipo doze, corpo doze....


granate | n. m.

Pedra fina, ferruginosa, que tem a forma de um rombóide de doze faces e uma cor arroxeada....


grosa | n. f.

Doze dúzias....


vértebra | n. f.

Cada uma das doze vértebras situadas no meio das costas, entre as cervicais e as lombares....


zodíaco | n. m.

Zona circular cujo meio é ocupado pela eclíptica e que contém as doze constelações que o Sol parece percorrer no espaço de um ano. (Geralmente com inicial maiúscula.)...


arabesca | n. f.

Ornato usado em esteiras e que é constituído por dez ou doze fios....


avo | n. m.

Palavra que se junta a um denominador maior que dez para indicar a divisão da unidade no número de partes iguais indicado por esse denominador (ex.: doze vinte e cinco avos = 12/25)....



Dúvidas linguísticas



Tenho sempre uma dúvida: utiliza-se crase antes de pronomes demonstrativos como esse, essa, esta, este?
A crase é a contracção de duas vogais iguais, sendo à (contracção da preposição a com o artigo definido a) a crase mais frequente. Para que se justifique esta crase é necessário que haja um contexto em que estejam presentes a preposição a e o artigo a (ex.: A [artigo] menina estava em casa; Entregou uma carta a [preposição] uma menina; Entregou uma carta à [preposição + artigo] menina). Ora, os pronomes demonstrativos não coocorrem com preposições (ex.: Esta menina estava em casa; *A [artigo] esta menina estava em casa; Entregou a carta a [preposição] esta menina; *Entregou a carta à [preposição + artigo] esta menina; o asterisco indica agramaticalidade), pelo que não poderá haver crase antes de artigos demonstrativos, mas apenas a ocorrência da preposição, quando o contexto o justifique.

Além do que foi dito acima, é de referir que pode haver crase com um artigo demonstrativo começado por a- (ex.: Não prestou atenção àquilo [preposição a + pronome demonstrativo aquilo]), mas trata-se da contracção da preposição a com a primeira vogal do pronome demonstrativo (ex.: àquele, àqueloutro, àquilo).




Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).


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