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decisão

aturado | adj.

Que é feito ou mantido por muito tempo, geralmente com esforço (ex.: tomou a decisão depois de aturada reflexão)....


Que mostra decisão, determinação ou firmeza....


contundente | adj. 2 g.

Que mostra decisão ou firmeza (ex.: resposta contundente)....


decisivo | adj.

Que decide ou em que há decisão (ex.: aquele foi o momento decisivo para encontrar o vencedor)....


definitivo | adj.

Que não vai ser alterado (ex.: decisão definitiva)....


errático | adj.

Que erra ou que não tem destino certo (ex.: percurso errático)....


Em grau elevado (ex.: essa decisão é completamente idiota)....


puramente | adv.

De modo restrito ou exclusivo (ex.: ele agiu puramente por instinto; foi uma decisão puramente política)....


Que antecede o exame do processo (ex.: decisão prelibatória, juízo prelibatório)....


ab ira | loc.

Num impulso de cólera (ex.: nunca se deve deixar tomar uma decisão grave ab ira)....


ab irato | loc.

Num impulso de cólera (ex.: nunca se deve deixar tomar uma decisão ab irato)....


De livre vontade; espontaneamente, sem obedecer à sugestão ou impulso de outrem (ex.: tomou a decisão motu proprio)....


Em último lugar (ex.: a decisão proferida in terminis é a que põe termo ao processo)....


Que autoriza ou dá autorização (ex.: decisão autorizatória, mas não definitiva)....


decidendo | adj.

Que está em processo de decisão; que está a ser decidido (ex.: caso decidendo; questão decidenda)....


Que se autoproclamou ou resultou de uma autoproclamação; que foi anunciado publicamente como decisão unilateral (ex.: governo autoproclamado)....


decisório | adj.

Que decide ou em que há decisão (ex.: momento decisório)....


aresto | n. m.

Decisão do tribunal....


compromisso | n. m.

Obrigação contraída entre diferentes pessoas de sujeitarem a um árbitro a decisão de um pleito....



Dúvidas linguísticas



Tenho uma dúvida: a gramática da língua portuguesa não diz que um advérbio antes do verbo exige próclise? Não teria de ser "Amanhã se celebra"?
Esta questão diz respeito a uma diferença, sobretudo no registo coloquial, entre as variedades europeia e brasileira do português, que, com a natural evolução da língua, se foram distanciando relativamente a este fenómeno linguístico. No que é considerado norma culta (portuguesa e brasileira), porém, sobretudo na escrita, e em registo formal, ainda imperam regras da gramática tradicional ou normativa, fixas e pouco permissivas.

No português de Portugal, se não houver algo que atraia o pronome pessoal átono, ou clítico, para outra posição, a ênclise é a posição padrão, isto é, o pronome surge habitualmente depois do verbo (ex.: Ele mostrou-me o quadro); os casos de próclise, em que o pronome surge antes do verbo (ex.: Ele não me mostrou o quadro), resultam de condições particulares, como as que são referidas na resposta à dúvida posição dos clíticos. Nessa resposta sistematizam-se os principais contextos em que a próclise ocorre na variante europeia do português, sendo um deles a presença de certos advérbios ou locuções adverbiais, como ainda (ex.: Ainda ontem as vi), (ex.: o conheço bem), oxalá (ex.: Oxalá se mantenha assim), sempre (ex.: Sempre o conheci atrevido), (ex.: lhes entreguei o documento hoje), talvez (ex.: Talvez te lembres mais tarde) ou também (ex.: Se ainda estiverem à venda, também os quero comprar). Note-se que a listagem não é exaustiva nem se aplica a todos os advérbios e locuções adverbiais, pois como se infere a partir de pesquisas em corpora com advérbios como hoje (ex.: Hoje decide-se a passagem à final) ou com locuções adverbiais como mais tarde (ex.: Mais tarde compra-se outra lente), a tendência na norma europeia é para a colocação do pronome após o verbo. A ideia de que alguns advérbios (e não a sua totalidade) atraem o clítico é aceite até por gramáticos mais tradicionais, como Celso Cunha e Lindley Cintra, que referem, na página 313 da sua Nova Gramática do Português Contemporâneo, que a língua portuguesa tende para a próclise «[...] quando o verbo vem antecedido de certos advérbios (bem, mal, ainda, já, sempre, só, talvez, etc.) ou expressões adverbiais, e não há pausa que os separe».

No Brasil, a tendência generalizada, sobretudo no registo coloquial de língua, é para a colocação do pronome antes do verbo (ex.: Ele me mostrou o quadro). Daí a relativa estranheza que uma frase como Amanhã celebra-se o Dia Mundial do Livro possa causar a falantes brasileiros que produzirão mais naturalmente um enunciado como Amanhã se celebra o Dia Mundial do Livro. O gramático brasileiro Evanildo Bechara afirma, na página 589 da sua Moderna Gramática Portuguesa, que «Não se pospõe pronome átono a verbo modificado diretamente por advérbio (isto é, sem pausa entre os dois, indicada ou não por vírgula) ou precedido de palavra de sentido negativo.». Contrariamente a Celso Cunha e Lindley Cintra, Bechara propõe um critério para o uso de próclise que parece englobar a totalidade dos advérbios. Resta saber se se trata de um critério formulado a partir do tendência brasileira para a próclise ou de uma extensão da regra formulada pela gramática tradicional. Estatisticamente, porém, é inequívoca a diferença de uso entre as duas normas do português.




Está errado escrever compania ou companhia?
A grafia correcta é companhia (cuja definição poderá encontrar no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, seguindo a hiperligação).

Esta é uma dúvida frequente em falantes da variedade do português do Brasil, provavelmente pelo facto de ser comum nesta variedade uma certa despalatalização da consoante nasal palatal equivalente ao dígrafo nh.

Este facto faz com que no Dicionário Priberam a forma *compania seja uma das grafias erradas mais pesquisadas (a correcção feita pelo FLiP apresenta companhia como primeira sugestão de pesquisa).


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