PT
BR
Pesquisar
Definições



ora

A forma orapode ser [segunda pessoa singular do imperativo de orarorar], [terceira pessoa singular do presente do indicativo de orarorar], [advérbio], [conjunção adversativa], [conjunção disjuntiva] ou [interjeição].

Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um clique. Experimente!
oraora
|ó| |ó|
( o·ra

o·ra

)


advérbio

1. Neste momento (ex.: afinal ele tinha razão, como ora se comprova). = AGORA, PRESENTEMENTE

2. Expressão usada para acrescentar algo ao que foi dito (ex.: ora, depois disto, só podemos ficar à espera e ter paciência). = ADEMAIS, ALÉM DISSO, ALIÁS


conjunção adversativa

3. Indica uma oposição (ex.: é uma boa oportunidade, ora, em vez de a aproveitar, ele desperdiça-a). = AGORA, CONTUDO, MAS, PORÉM


conjunção disjuntiva

4. Usa-se, com repetição, para indicar uma coordenação disjuntiva ou alternativa (ex.: tem muitas alterações de humor, ora está entusiasmado, ora está deprimido). = AGORA, QUER


interjeição

5. Designativo de dúvida, desprezo ou incredulidade (ex.: ora, não diga disparates). = AGORA

6. Expressão enfática (ex.: ora, aí tem um bom exemplo do que eu falava). = AGORA


de ora em diante

Daqui para o futuro; a partir deste momento. = DORAVANTE

ora essa

Expressão que indica admiração ou espanto. = ESSA AGORA

Expressão usada como resposta a um agradecimento. = DE NADA

por ora

Neste momento, no momento actual ou pelo menos até este momento, podendo havendo alterações no futuro. = POR AGORA, POR ENQUANTO

etimologiaOrigem etimológica:alteração de hora.
Confrontar: hora.
orarorar
( o·rar

o·rar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo intransitivo

1. Discursar.

2. Falar em público.

3. Rezar.


verbo transitivo

4. Pedir, rogar.

Auxiliares de tradução

Traduzir "ora" para: Espanhol Francês Inglês

Anagramas



Dúvidas linguísticas



Qual a forma correcta: perda de tempo ou perca de tempo?
As formas perda e perca são sinónimas, e encontram-se registadas como tal, por exemplo, no Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves (Coimbra Editora, 1966) e em dicionários como o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea (Academia das Ciências/Verbo, 2001) ou o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (Círculo de Leitores, 2002).

No entanto, a forma preferencial é perda, uma vez que a variante perca tem origem mais popular, devendo ser utilizada apenas em contextos mais informais.




A descrição de "cigano" no Dicionário Priberam, entre outras coisas, diz que os ciganos são trapaceiros. Isto não devia ser revisto por ser preconceituoso?
Um dicionário deve ter palavras e sentidos que podem insultar ou ofender? Além de "cigano", palavras como "galego", "monhé", "judeu", "preto", "fufa" ou "paneleiro"?
O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (DPLP) não diz que os ciganos são trapaceiros; o que se apresenta é, entre outras acepções, um uso real, ainda que potencialmente ofensivo, da palavra cigano como sinónimo de trapaceiro, o que é substancialmente diferente.

A lexicografia actual assume que um dicionário deve seguir uma abordagem descritiva na selecção das palavras e na forma como as define, usando nomeadamente um conjunto de etiquetas ou sinais para assinalar níveis de língua (como linguagem informal ou calão) ou usos específicos (como expressões depreciativas ou insultuosas), não devendo o autor ou editor do dicionário impor a sua opinião sobre o uso da língua.

Por outras palavras, a função de um dicionário passa por uma descrição dos usos da língua, devendo basear-se essencialmente em factos linguísticos e não estabelecer juízos de valor relativamente a eles, antes apresentá-los o mais objectivamente possível. Em relação às definições da palavra cigano, o DPLP veicula o significado que ela apresenta na língua, mesmo que alguns dos seus significados possam revelar o preconceito ou a discriminação presentes no uso da língua.

A acepção que se considera preconceituosa tem curso actualmente em Portugal (como se pode verificar através de pesquisa em corpora e em motores de busca na internet), sendo usada em registos informais e com intenções pejorativas, estando registada, para além de no DPLP, nas principais obras lexicográficas de língua portuguesa, como o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea (Academia das Ciências de Lisboa/Verbo, 2001) ou o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (edição brasileira da Editora Objetiva, 2001; edição portuguesa do Círculo de Leitores, 2002). O DPLP não pode omitir ou branquear determinados significados, independentemente das convicções de cada lexicógrafo ou utilizador do dicionário.

Como acontece com qualquer palavra, o uso desta acepção de cigano decorre da selecção feita por cada utilizador da língua, consoante o registo de língua e o conhecimento das situações de comunicação e dos códigos de conduta social. O preconceito não pode ser imputado ao dicionário, que se deve limitar a registar o uso (daí as indicações de registo pejorativo [Pejor.]). Este não é, na língua portuguesa ou em qualquer outra língua, um caso único, pois as línguas, enquanto sistemas de comunicação, veiculam também os preconceitos da cultura em que se inserem.

Esta reflexão também se aplica a outros exemplos, como o uso dos chamados palavrões, ou tabuísmos, cuja utilização em determinadas situações é considerada altamente reprovável, ou ainda de palavras que têm acepções depreciativas no que se refere a distinções sexuais, religiosas, étnicas, etc.

Ao alertar para termos e empregos preconceituosos, informais ou obscenos, muitas vezes desconhecidos dos falantes, seja porque pertencem a diferentes enquadramentos socioculturais, seja porque são falantes estrangeiros, os dicionários estão a alertar os consulentes para a possibilidade de usarem linguagem ofensiva ou de ferirem as susceptibilidades de outros falantes.