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falta

A forma faltapode ser [feminino singular de faltofalto], [segunda pessoa singular do imperativo de faltarfaltar], [terceira pessoa singular do presente do indicativo de faltarfaltar] ou [nome feminino].

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faltafalta
( fal·ta

fal·ta

)


nome feminino

1. Acto ou efeito de faltar.

2. Ausência de coisa precisa, útil ou agradável. = CARESTIAABUNDÂNCIA, FARTURA

3. Privação, carência.

4. Não comparência a evento aprazado, obrigatório ou habitual. = AUSÊNCIA

5. Atitude ou conduta digna de reprovação. = DEFEITO, ERRO, FALHA, IMPERFEIÇÃO

6. [Religião católica] [Religião católica] Transgressão de preceito religioso. = CULPA, PECADO

7. [Desporto] [Esporte] Desrespeito ou não cumprimento de regras desportivas. = INFRACÇÃO

8. Falecimento, morte.


à falta de

Não havendo; na ausência de.

em falta

Sem existência ou com necessidade de reposição (ex.: teremos de comprar os artigos em falta).

Em situação de dívida moral ou monetária (ex.: ainda estou em falta para convosco).

falta de chá

[Informal] [Informal] Modos grosseiros; ausência de educação (ex.: isso só revela a falta de chá de algumas pessoas; que grande falta de chá).

na falta de

O mesmo que à falta de.

ter falta de pau

[Calão] [Tabuísmo] Não ter actividade sexual com um homem.

[Portugal: Madeira, Informal] [Portugal: Madeira, Informal] Ter comichão nas costas.

etimologiaOrigem etimológica:latim *fallita, feminino de *fallitus, alteração de falsus, -a, -um, particípio passado de fallo, -ere, enganar.

faltofalto
( fal·to

fal·to

)


adjectivoadjetivo

1. Que tem necessidade, carência de algo; que precisa de (ex.: estavam faltos de víveres). = CARECIDO, NECESSITADO

2. Que tem falta de algo; que está privado de (ex.: falto de saúde; falto de sonhos). = DESPROVIDO, DESTITUÍDO

sinonimo ou antonimoSinónimoSinônimo geral: FALHO

etimologiaOrigem etimológica:de faltar.

faltarfaltar
( fal·tar

fal·tar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo intransitivo

1. Não haver (o que é preciso); haver falta (de alguma coisa).

2. Ser preciso.

3. Não comparecer; não chegar.

4. Haver de menos.

5. Gastar-se, acabar-se.

6. Deixar de cumprir.

7. Delinquir, pecar.

8. Desamparar.

9. Ausentar-se (de algum lugar).

10. Falhar.

11. Iludir.

12. Desaparecer; morrer.

faltafalta

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Anagramas



Dúvidas linguísticas



Estava com dúvida quanto à escrita do algarismo 16, e procurando resposta no site, fiquei com mais dúvida ainda: dezesseis ou dezasseis? E porquê?
O algarismo 16 pode escrever-se de duas formas: dezasseis é a forma usada em Portugal e dezesseis a forma usada no Brasil. A forma com e aparenta ser a mais próxima da etimologia: dez + e + seis; a forma com a é uma divergência dessa. Esta dupla grafia, cuja razão exacta se perde na história da língua, verifica-se também com os números 17 (dezassete/dezessete) e 19 (dezanove/dezenove).




Na frase: Nós convidámo-vos, o pronome é enclítico, o que obriga à omissão do -s final na desinência -mos ao contrário do que o V. corrector on-line propõe: Nós convidamos-vos, o que, certamente, é erro. Nós convidamos-vos, Nós convidámos-vos, Nós convidamo-vos, Nós convidámo-vos: afinal o que é que está correcto?
A forma nós convidámos-vos encontra-se correcta, tal como é verificado pelo FLiP on-line.

A forma *nós convidámo-vos corresponde a um erro muito frequente dos utilizadores da língua, por analogia com o uso enclítico do pronome nos (como em nós convidámo-nos); apesar de aparentemente semelhantes, estes dois casos correspondem a contextos diferentes que determinaram a grafia actual. Em casos como nós convidámo-nos, estamos perante a terminação da primeira pessoa do plural -mos, seguida do clítico nos; estas duas terminações são quase homófonas, pelo que a língua encontrou uma forma de as dissimilar ou diferenciar, num fenómeno designado “dissimilação das sílabas parafónicas” por Martins de Aguiar, citado por CUNHA e CINTRA na Nova Gramática do Português Contemporâneo (Ed. João Sá da Costa, 1998, p. 318). No caso de nós convidámos-vos não há necessidade de dissimilação, pelo que a grafia deverá incluir o -s final da desinência da primeira pessoa do plural.

Relativamente ao uso dos clíticos e às alterações ortográficas que estes implicam quando se seguem à forma verbal (ênclise), pode dizer-se que não há qualquer alteração ortográfica com os pronomes pessoais átonos que são complemento indirecto (me, te, lhe, vos, lhes), excepto com o pronome nos, que provoca a já referida redução da forma verbal da desinência da primeira pessoa do plural (de *-mos-nos para -mo-nos). A este respeito, veja-se o anexo relativo aos verbos no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (Círculo de Leitores, 2002) ou 12 000 verbes portugais et brésiliens - Formes et emplois (“Collection Bescherelle”, Paris, Hatier, 1993), duas das poucas obras de referência que explicitamente referem este fenómeno.

Em relação aos clíticos de complemento directo (o, a, os as), quando há ênclise apresentam alteração para -lo, la, -los, -las se se seguirem a forma verbal terminada em -r, -s ou -z ou ao advérbio eis, sendo que há redução da forma verbal (ex.: convidá-lo, convidamo-las, di-lo, ei-la), por vezes com necessidade de acentuação gráfica (ver também outra dúvida sobre este assunto em escreve-lo e escrevê-lo). Se a forma verbal terminar em nasal (ex.: convidam, convidaram), o pronome enclítico altera-se para -no, -na, -nos, -nas (ex.: convidam-no, convidaram-nas).

As construções *nós convidamo-vos e *nós convidámo-vos estão então incorrectas, pois não há motivo para retirar o -s à terminação da primeira pessoa do plural quando seguida do clítico vos. No português europeu, as construções nós convidamos-vos e nós convidámos-vos estão ambas correctas, distinguindo-se apenas pelo tempo verbal. A primeira corresponde ao presente do indicativo (ex.: Hoje convidamos-vos para uma visita às grutas) e a segunda ao pretérito perfeito do indicativo (ex.: Ontem convidámos-vos para um passeio de barco).