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bichinhas

A forma bichinhasé [derivação feminino plural de bichabicha].

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bichabicha
( bi·cha

bi·cha

)
Imagem

Tubo metálico flexível com aplicações variadas, podendo cobrir e proteger um tubo de borracha para conduzir líquidos (ex.: bicha do esquentador).


nome feminino

1. Qualquer animal de corpo comprido e sem pernas, como a cobra, a lombriga, a sanguessuga, etc.

2. Objecto ou figura de formato estreito e alongado.

3. [Portugal, Informal] [Portugal, Informal] Fileira de pessoas, umas atrás das outras (ex.: bicha da caixa do supermercado). = FILA

4. Fêmea de um animal, em especial de animal doméstico, como a fêmea do cão ou do gato.

5. Pequena peça pirotécnica que arde agitando-se no chão. = BICHA-DE-RABEAR

6. [Joalharia] [Joalheria] Arrecada em forma de serpente.

7. Tubo metálico flexível com aplicações variadas, podendo cobrir e proteger um tubo de borracha para conduzir líquidos (ex.: bicha do esquentador).Imagem

8. Tubo de borracha com que se tira vinho pela batoqueira das vasilhas.

9. O mesmo que bicha do conta-quilómetros.

10. [Informal, Depreciativo] [Informal, Depreciativo] Homossexual masculino. = LARILAS, MARICAS

11. Pessoa irada ou de trato difícil.

12. Galão ou divisa (na manga de uniforme).

13. [Marinha] [Marinha] Escaler da fiscalização aduaneira.

14. [Marinha] [Marinha] Tira de gacheta terminada em sapatilho.

15. [Calão] [Tabuísmo] Órgão sexual masculino. = PÉNIS

16. [Portugal: Trás-os-Montes, Calão] [Portugal: Trás-os-Montes, Tabuísmo] Órgão sexual feminino.

17. [Informal] [Informal] Aguardente.

18. [Brasil] [Brasil] Serpentina do alambique nos engenhos de açúcar.


adjectivo de dois génerosadjetivo de dois géneros

19. [Informal] [Informal] Relativo à homossexualidade masculina.

20. [Informal] [Informal] Que tem determinadas características que se atribuem à homossexualidade masculina. = ABICHANADO, LARILAS, MARICAS


bicha do conta-quilómetros

[Portugal] [Portugal] Veio de transmissão metálico e flexível que liga as rodas de um veículo ao conta-quilómetros.

fazer bichas

[Brasil] [Brasil] Fazer diabruras.

pegarem as bichas

[Informal] [Informal] Obterem bom resultado os meios empregados para se conseguir qualquer fim.

etimologiaOrigem etimológica:feminino de bicho.

bichinhasbichinhas


Dúvidas linguísticas



Tenho uma dúvida: a gramática da língua portuguesa não diz que um advérbio antes do verbo exige próclise? Não teria de ser "Amanhã se celebra"?
Esta questão diz respeito a uma diferença, sobretudo no registo coloquial, entre as variedades europeia e brasileira do português, que, com a natural evolução da língua, se foram distanciando relativamente a este fenómeno linguístico. No que é considerado norma culta (portuguesa e brasileira), porém, sobretudo na escrita, e em registo formal, ainda imperam regras da gramática tradicional ou normativa, fixas e pouco permissivas.

No português de Portugal, se não houver algo que atraia o pronome pessoal átono, ou clítico, para outra posição, a ênclise é a posição padrão, isto é, o pronome surge habitualmente depois do verbo (ex.: Ele mostrou-me o quadro); os casos de próclise, em que o pronome surge antes do verbo (ex.: Ele não me mostrou o quadro), resultam de condições particulares, como as que são referidas na resposta à dúvida posição dos clíticos. Nessa resposta sistematizam-se os principais contextos em que a próclise ocorre na variante europeia do português, sendo um deles a presença de certos advérbios ou locuções adverbiais, como ainda (ex.: Ainda ontem as vi), (ex.: o conheço bem), oxalá (ex.: Oxalá se mantenha assim), sempre (ex.: Sempre o conheci atrevido), (ex.: lhes entreguei o documento hoje), talvez (ex.: Talvez te lembres mais tarde) ou também (ex.: Se ainda estiverem à venda, também os quero comprar). Note-se que a listagem não é exaustiva nem se aplica a todos os advérbios e locuções adverbiais, pois como se infere a partir de pesquisas em corpora com advérbios como hoje (ex.: Hoje decide-se a passagem à final) ou com locuções adverbiais como mais tarde (ex.: Mais tarde compra-se outra lente), a tendência na norma europeia é para a colocação do pronome após o verbo. A ideia de que alguns advérbios (e não a sua totalidade) atraem o clítico é aceite até por gramáticos mais tradicionais, como Celso Cunha e Lindley Cintra, que referem, na página 313 da sua Nova Gramática do Português Contemporâneo, que a língua portuguesa tende para a próclise «[...] quando o verbo vem antecedido de certos advérbios (bem, mal, ainda, já, sempre, só, talvez, etc.) ou expressões adverbiais, e não há pausa que os separe».

No Brasil, a tendência generalizada, sobretudo no registo coloquial de língua, é para a colocação do pronome antes do verbo (ex.: Ele me mostrou o quadro). Daí a relativa estranheza que uma frase como Amanhã celebra-se o Dia Mundial do Livro possa causar a falantes brasileiros que produzirão mais naturalmente um enunciado como Amanhã se celebra o Dia Mundial do Livro. O gramático brasileiro Evanildo Bechara afirma, na página 589 da sua Moderna Gramática Portuguesa, que «Não se pospõe pronome átono a verbo modificado diretamente por advérbio (isto é, sem pausa entre os dois, indicada ou não por vírgula) ou precedido de palavra de sentido negativo.». Contrariamente a Celso Cunha e Lindley Cintra, Bechara propõe um critério para o uso de próclise que parece englobar a totalidade dos advérbios. Resta saber se se trata de um critério formulado a partir do tendência brasileira para a próclise ou de uma extensão da regra formulada pela gramática tradicional. Estatisticamente, porém, é inequívoca a diferença de uso entre as duas normas do português.




Recentemente encontrei uma palavra escrita de duas maneiras diferentes, ambas referentes a um mamífero conhecido: ouriço-cacheiro e ouriço-caixeiro. Gostaria de saber se está correcto utilizar ambas as representações.
A forma correcta é ouriço-cacheiro, uma vez que esta é a designação de várias espécies de pequenos mamíferos que se enrolam quando pressentem perigo, escondendo-se sob os espinhos. A palavra é composta por justaposição do substantivo ouriço e do adjectivo cacheiro, que significa "que se esconde". A forma *ouriço-caixeiro é incorrecta, como indica o asterisco, e resulta da confusão entre as palavras parónimas (têm pronúncia e grafia semelhantes) cacheiro e caixeiro, sendo esta última um substantivo que designa geralmente uma pessoa que efectua vendas ao público ou uma pessoa que fabrica caixas ou que trabalha com elas.