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andado

A forma andadopode ser [masculino singular particípio passado de andarandar] ou [adjectivoadjetivo].

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andadoandado
( an·da·do

an·da·do

)


adjectivoadjetivo

1. Que se andou ou percorreu.

2. Decorrido.

andarandar
( an·dar

an·dar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo intransitivo

1. Mover-se, mudando de lugar.

2. Dar passos (ex.: o menino ainda não anda). = CAMINHAR

3. Estar em actividade ou funcionamento (ex.: o relógio precisa de corda para andar). = FUNCIONAR, TRABALHAR

4. Divagar, percorrer (ex.: vou andar um pouco).

5. Passar, decorrer (ex.: não sentiram o tempo andar).

6. Sentir-se (com prolongação de tempo).

7. Portar-se, proceder, agir.

8. Ter desenvolvimento (ex.: parece que o processo não anda). = DESENVOLVER-SE, PROSSEGUIR

9. [Informal] [Informal] Desaparecer rapidamente (ex.: o bolo já andou).


verbo transitivo

10. Caminhar durante determinada extensão (ex.: andou um metro e caiu). = PERCORRER

11. Achar-se, encontrar-se (ex.: ele andava no Norte do país, não sei bem onde). = ESTAR

12. Deslocar-se com um meio de transporte (ex.: andar de carro; andar a cavalo).

13. Corresponder aproximadamente a (ex.: o preço anda pelos 2€).

14. Estar ocupado numa actividade (ex.: ele anda na jardinagem).

15. Estar acompanhado por (ex.: não andes com estranhos).


verbo transitivo e intransitivo

16. [Informal] [Informal] Ter com outrem uma relação amorosa (ex.: ele anda com uma colega; andaram durante uns meses). = NAMORAR


verbo copulativo

17. Apresentar como qualidade ou característica temporária (ex.: tu andas cansada).


verbo auxiliar

18. Usa-se seguido de gerúndio ou da preposição a e infinitivo, para indicar continuidade da acção (ex.: andou correndo, andas a comer pouco). = ESTAR

19. Usa-se seguido da preposição para e infinitivo, para indicar intenção (ex.: ando para te perguntar isso desde ontem). = ESTAR


nome masculino

20. Modo de andar.

21. Acto ou efeito de andar.

22. Cada uma das camadas ou fiadas sobrepostas (ex.: bolo de quatro andares).

23. [Figurado] [Figurado] Modo de proceder.

24. Pavimento de uma edificação acima do rés-do-chão (ex.: mora no terceiro andar). = PISO

25. Cada uma das moradias de um edifício de habitação (ex.: o prédio tem quatro andares por piso; vende-se andar com vista para o mar). = APARTAMENTO

26. [Geologia] [Geologia] Estrato que corresponde a uma idade.


andar modelo

Apartamento que se destina a ser mostrado aos possíveis compradores de outros apartamentos do mesmo edifício ou projecto de construção.

pôr a andar

Mandar embora.

pôr-se a andar

Ir-se embora.

etimologiaOrigem etimológica:latim ambulo, -are, caminhar, passear.
andadoandado

Auxiliares de tradução

Traduzir "andado" para: Espanhol Francês Inglês


Dúvidas linguísticas



Agradeço que me informem porque é que se ouve dizer islamistas e não islamitas?
A utilização da forma islamista pode explicar-se pela regularização derivada da analogia com outros casos de substantivos terminados em -ismo (ex.: abstencionismo, catolicismo, socialismo), aos quais correspondem adjectivos terminados em -ista (ex.: abstencionista, catolicista, socialista). Não se pode considerar que essa forma esteja errada, pois segue as normas de derivação da língua portuguesa, com o sufixo -ista, bastante produtivo na língua, aposto ao substantivo islame, variante menos usada de islão. Trata-se, contudo, de uma forma não consensual e mesmo polémica, tanto em relação ao uso, quanto em relação ao significado, e são poucos os dicionários de língua portuguesa que a registam.

A forma registada pela maioria dos dicionários de português é islamita, palavra derivada da aposição do sufixo -ita (que exprime a noção de origem ou naturalidade) ao substantivo islame. Esta palavra tem no seu significado uma relação com islamismo, que nos dicionários de português é frequentemente sinónimo de islão ou religião islâmica.
É importante referir ainda que vários dicionários que não registam a forma islamista registam no entanto pan-islamista (é o caso, por exemplo, do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa [2001], do Dicionário Houaiss [2002], do Dicionário Aurélio [2010]), não havendo registo de pan-islamita. Fica clara neste derivado a relação -ismo/-ista que é polémica em islamismo/islamista.

Esta problemática não diz respeito apenas ao português, mas é transversal a outras línguas e as soluções lexicográficas encontradas nessas línguas também não são unânimes.

Em relação ao espanhol, veja-se, a título de exemplo a distinção feita no Diccionário de la Léngua Española, da Real Academia Española [consultas em 2015-12-03], entre islamita (muçulmano) e islamista (pertencente ou relativo ao integrismo muçulmano); deve registar-se ainda que islamismo tem a definição relativa apenas ao conjunto de crenças e preceitos morais que constituem a religião de Maomé. O Diccionario de uso del español de América y España (Barcelona: SPES EDITORIAL, 2003 [CD-ROM]) só regista islamita (que professa o islamismo) e islamismo (islão).

Relativamente ao francês, no Trésor de la Langue Française informatisé [consultas em 2015-12-03] apenas surge como entrada o verbete islamite (que é da religião ou civilização islâmica), sendo a forma islamiste indicada como variante. Já Le CD-ROM du Petit Robert (versão 2.1, Dictionnaires Le Robert / VUEF, 2001) regista somente a entrada islamiste, que define apenas como relativo ao islamismo, sendo islamisme quer a religião muçulmana, quer o movimento político e religioso que preconiza a expansão do ou o respeito pelo islão.

Como exemplo para o italiano, o Dizionario Garzanti Linguistica [consultas em 2015-12-03] mostra-nos uma definição de islamista relativa ao islão ou ao islamismo e regista ainda as acepções de estudioso do islamismo ou de assuntos islâmicos e de seguidor ou defensor do islamismo, em particular seguidor do islão tendente ao fundamentalismo. Em islamita, este dicionário apresenta a definição de que ou quem é seguidor do islamismo.

Nos dicionários de língua inglesa será porventura mais fácil encontrar exemplos do registo das formas equivalentes em inglês para islamista, islamita e islamismo com relação com o fundamentalismo islâmico ou, simultaneamente, com o fundamentalismo islâmico e com a religião islâmica, mas raramente se encontra apenas a relação com a religião islâmica [consultas em 2015-12-03]. Veja-se, por exemplo, que islamism aparece registado apenas como movimento fundamentalista islâmico (ver Oxford Dictionaries ou Collins English Dictionary) ou, simultaneamente, como fundamentalismo islâmico e como a religião islâmica (ver The American Heritage ou Merriam-Webster's Online Dictionary).

Os dicionários veiculam frequentemente informações relativas ao uso das palavras, por vezes baseadas em critérios estatísticos (que é cada vez mais o caminho da lexicografia contemporânea), outras vezes baseadas no conhecimento linguístico dos lexicógrafos ou numa combinação de ambos. Como na maioria das questões linguísticas, o problema não se esgota aqui e inclui outras variáveis que têm de ser analisadas ou pelo menos ponderadas para explicar a falta de unanimidade. Neste campo, as respostas peremptórias são normalmente redutoras.

Estudiosos, jornalistas e investigadores de assuntos relacionados com o Islão vêm estabelecendo uma distinção entre islamitas (crentes muçulmanos) e islamistas (integristas ou fundamentalistas muçulmanos) e ainda entre islão (religião e fé) e islamismo (ideologia ou activismo político). Esta distinção, que poderá ter a função de estabelecer conceitos operatórios, tem vingado na comunicação social e na literatura especializada, onde a forma islamista tem curso e grande número de ocorrências.

Seria menos polémico utilizar locuções explicativas como "fundamentalista islâmico", "extremista islâmico", "radical muçulmano" ou semelhantes, em vez de islamista ou islamita, mas é claro que se trata sempre de uma opção do utilizador da língua ou, no caso de órgãos de imprensa ou agências noticiosas, de opções editoriais ou de estilo. Em muitos casos, trata-se ainda da utilização de palavras próximas das formas utilizadas pelas agências noticiosas estrangeiras, nomeadamente em língua inglesa ou francesa.





Das seguintes, que forma está correcta? a) Noventa por cento dos professores manifestaram-se. b) Noventa por cento dos professores manifestou-se.
A questão que nos coloca não tem uma resposta peremptória, originando muitas vezes dúvidas quer nos falantes quer nos gramáticos que analisam este tipo de estruturas.

João Andrade Peres e Telmo Móia, na sua obra Áreas Críticas da Língua Portuguesa (Lisboa, Editorial Caminho, 1995, pp. 484-488), dedicam-se, no capítulo que diz respeito aos problemas de concordância com sujeitos de estrutura de quantificação complexa, à análise destes casos com a expressão n por cento seguida de um nome plural. Segundo eles, nestes casos em que se trata de um numeral plural (ex.: noventa) e um nome encaixado também plural (professores), a concordância deverá ser feita no plural (ex.: noventa por cento dos professores manifestaram-se), apesar de referirem que há a tendência de alguns falantes para a concordância no singular (ex.: noventa por cento dos professores manifestou-se). Nos casos em que a expressão numeral se encontra no singular, a concordância poderá ser realizada no singular (ex.: um por cento dos professores manifestou-se) ou no plural, com o núcleo nominal encaixado (ex.: um por cento dos professores manifestaram-se). Há, no entanto, casos, como indicam os mesmos autores, em que a alternância desta concordância não é de todo possível, sendo apenas correcta a concordância com o núcleo nominal que segue a expressão percentual (ex.: dez por cento do parque ardeu, mas não *dez por cento do parque arderam).

Face a esta problemática, o mais aconselhável será talvez realizar a concordância com o nome que se segue à expressão "por cento", visto que deste modo nunca incorrerá em erro (ex.: noventa por cento dos professores manifestaram-se, um por cento dos professores manifestaram-se, dez por cento da turma reprovou no exame, vinte por cento da floresta ardeu). De acordo com Evanildo Bechara, na sua Moderna Gramática Portuguesa (Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2002, p. 566), esta será também a tendência mais comum dos falantes de língua portuguesa.