Gostaria de saber qual a forma correta para se escrever a palavra reveillon, se há ou não o acento, bem como uma referência sobre a resposta.
A grafia correcta é réveillon, com acento agudo, termo francês que designa "festa da passagem de ano". O termo encontra-se averbado, por exemplo, no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (edição portuguesa do Círculo de Leitores, 2002; edição brasileira da Editora Objetiva, 2001).
A comunicação social (falada e escrita) tem vindo a vulgarizar as palavras negoceio, negoceias, negoceie, etc. Há alguma fonte fidedigna que legitime esta maneira irregular de conjugar o verbo negociar?
Os verbos terminados em -iar conjugam-se na sua grande maioria pelo paradigma mais regular da primeira conjugação, substituindo a terminação -ar pelas desinências verbais regulares (ex.: copiar conjuga-se exactamente com as mesmas terminações de andar: copio, copias; copie, copies). Há um pequeno grupo de verbos (como ansiar, incendiar, mediar, odiar e remediar) que se conjuga pelo padrão dos verbos em -ear (ex.: odiar
conjuga-se com as mesmas terminações de passear nas 1.ª, 2.ª e 3.ª pessoas do singular e na 3.ª pessoa do plural presente do indicativo e do conjuntivo e no imperativo, havendo nas restantes formas apenas a substituição do -e- pelo -i-: odeio, odeias,
odeie, odeies, odiava). Um outro grupo relativamente pequeno de verbos
terminados em -iar (é o caso de negociar, mas também, por exemplo,
de comerciar, diligenciar, licenciar, premiar, presenciar ou
sentenciar, entre outros) admite a conjugação por ambos os paradigmas
referidos (ex.: negocio/negoceio, negocias/negoceias;
negocie/negoceie, negocies/negoceies). Esta
particularidade do português europeu (no português do Brasil estes verbos
conjugam-se em geral apenas pelo paradigma mais regular) é registada em alguns
dicionários, gramáticas, prontuários e conjugadores de verbos, bem como em
obras de referência importantes como o Vocabulário da Língua Portuguesa,
de Rebelo Gonçalves (Coimbra Editora, 1966) ou no Grande Vocabulário da
Língua Portuguesa, de José Pedro Machado (Âncora Editora, 2001).