Principal
Pesquisa nas Definições
Sobre
Como consultar
Abreviaturas
Gramática
Toggle dark mode
Principal
Sobre
Pesquisa nas Definições
Como consultar
Abreviaturas
Gramática
Escolha o modo pretendido
Toggle dark mode
PT
BR
Definições
Acordo Ortográfico de 1990
Destacar grafias alteradas
Usar Acordo Ortográfico
Antes
Depois
Variedade do Português
Norma europeia
Norma brasileira
Importante:
as definições acima são guardadas em cookies. Se os cookies não forem permitidos, esta janela aparecerá sempre que visitar o site.
Cancelar
Guardar
Mais pesquisadas do dia
significa
cornucópia
exceção
marqueteiro
entrar
disponível
bónus
receber
grelo
ratificar
saque
mitigar
inefável
sacar
acessar
inerente
grátis
diligência
também
recebido
radiometeorólogo
Palavra não encontrada.
Sugerir a inclusão no dicionário
da palavra pesquisada.
Dúvidas linguísticas
meia voz / meia-voz
Meia voz
ou
meia-voz
? Nas buscas que fiz encontrei
meia voz
usado comummente em Portugal e
meia-voz
usado no Brasil.
O registo lexicográfico não é unânime no registo de palavras hifenizadas (ex.:
meia-voz
)
versus
locuções (ex.:
meia voz
), como se poderá verificar pela consulta de algumas obras de referência para o português. Assim, podemos observar que é registada a locução
a meia voz
, por exemplo, no
Vocabulário da Língua Portuguesa
, de Rebelo GONÇALVES (Coimbra: Coimbra Editora, 1966), no
Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea
da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Editorial Verbo, 2001), no
Novo Dicionário Aurélio
(Curitiba: Editora Positivo, 2004); esta é também a opção do
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
, na entrada
voz
. Por outro lado, a palavra hifenizada
meia-voz
surge registada no
Dicionário Houaiss
(Lisboa: Círculo de Leitores, 2002).
Esta falta de consenso nas obras lexicográficas é consequência da dificuldade de uso coerente do hífen em português (veja-se a este respeito a
Base XV
do Acordo Ortográfico de 1990 ou o texto vago e pouco esclarecedor da Base XXVIII do
Acordo Ortográfico de 1945
para a ortografia portuguesa). Um claro exemplo da dificuldade de registo lexicográfico é o registo, pelo
Grande Dicionário da Língua Portuguesa
(Porto: Porto Editora, 2004), da locução
a meia voz
no artigo
voz
a par do registo da locução
a meia-voz
no artigo
meia-voz
.
escoteiro ou escuteiro? escotista ou escutista?
Tenho assistido a várias discussões sobre as palavras escoteiro/escuteiro e sobre escotismo/escutismo e gostaria de uma explicação linguística. São sinónimos ou são coisas diferentes?
Relativamente ao uso geral da língua, as palavras
escoteiro
/
escuteiro
e
escotismo
/
escutismo
correspondem a dois pares de sinónimos, a que se podem juntar outros pares como
escotista
/
escutista
ou
escoteirismo
/
escuteirismo
. Qualquer delas está correcta ortograficamente e pode dizer-se que são pares de variantes gráficas homófonas.
A discussão que se gera à volta delas decorre essencialmente do registo lexicográfico destas palavras (ou da ausência dele) ou de visões ligeiramente diferentes do chamado movimento escutista (ou escotista).
Para compreendermos melhor os argumentos utilizados, é necessário fazer alguma pesquisa, não tanto linguística, mas acerca da história do próprio movimento escutista em Portugal, que permita perceber o motivo da existência destas variantes (no Brasil, o problema não se coloca, pois as variantes com
-u-
são consideradas lusismos). Para isso, é esclarecedora a breve nota a que podemos aceder no sítio da
Associação de Escoteiros de Portugal
, que nos apresenta brevemente a história do movimento, salientando que esta foi a primeira associação de Portugal que utilizou a palavra
escoteiro
, já existente na língua e com o significado de "pessoa que viaja sem bagagem", para traduzir o inglês
scout
. Só mais tarde apareceu o Corpo Nacional de Escutas, movimento católico que assumiu uma dimensão maior e que, para a tradução de
scout
, utilizou a palavra
escuta
(de que depois derivaram
escuteiro
e
escutista
), já existente na língua como derivado regressivo do verbo
escutar
.
Sem ter a pretensão de fazer um levantamento exaustivo na lexicografia portuguesa, podemos verificar no
Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa
de José Pedro Machado que a palavra
escoteiro
está documentada na língua desde o séc. XVI em
Lendas da Índia
por Gaspar Correia, publicadas pela Ordem da Classe de Ciências Morais, Políticas e Belas Letras da Academia Real das Ciências de Lisboa, sob a direcção de Rodrigo José de Lima Felner, 1858: "
…tudo puderam bem carregar, ficando os homens escoteiros e despejados para andar o caminho
". O registo da acepção que diz respeito aos membros de movimentos semelhantes àquele que foi criado por Baden-Powell é bem mais recente.
Rebelo Gonçalves, no seu
Vocabulário da Língua Portuguesa
(Coimbra: Coimbra Editora, 1966), referência importante para a lexicografia portuguesa, considera
escoteiro, escotismo
e
escotista
como variantes brasileiras de
escuteiro, escutismo
e
escutista
, respectivamente. Nesta opção, segue o que está no
Vocabulário Ortográfico Resumido da Língua Portuguesa
, da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1947).
Também o dicionário de Cândido de Figueiredo regista
escoteiro
como brasileirismo, na acepção que aqui nos interessa e as formas
escuta
e
escuteiro
como as preferenciais em Portugal. De notar que estamos a falar da edição coordenada por Rui Guedes (25.ª ed., 1996), pois em edições antigas, nomeadamente na edição de 1913, por exemplo, apenas consta a entrada
escoteiro
, com a acepção "aquele que viaja sem bagagem".
José Pedro Machado, nas várias edições do
Grande Dicionário da Língua Portuguesa
(por exemplo, Lisboa: Amigos do Livro, 1981 e Lisboa: Círculo de Leitores, 1991), outra grande referência na lexicografia portuguesa, regista também
escuteiro
(assinalando neste verbete, que "No Brasil, usa-se a forma
escoteiro
"),
escutismo
e
escutista
(nestes dois últimos verbetes, confrontando com as formas em
-o-
para avisar o consulente de que se trata de verbetes diferentes, não sinónimos). Curiosamente, não regista
escuteirismo
, mas sim
escoteirismo
, definindo-o de maneira bastante abrangente, de modo a incluir o movimento idealizado por Baden-Powell e qualquer movimento organizado em moldes semelhantes. Por outro lado, se no verbete
escuteiro
este dicionário assinala a forma
escoteiro
como brasileira, no verbete
escoteiro
, com o sentido sobre os qual nos debruçamos, não tem qualquer indicação de que se trata de brasileirismo, estando o verbete
escoteiro
definido, com etimologia e sem qualquer registo geográfico (o mesmo acontece com
escotismo
, que remete para
escoteirismo
).
O
Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa
(Lisboa: Verbo, 2001), por sua vez, parece ser o primeiro a registar os vários pares de variantes gráficas, sem distinguir registos de língua pertinentes. Neste sentido apresenta a definição nas formas com
-u-
, por serem mais usuais, e uma remissão nas formas com
-o-
.
Por motivos diversos, quer etimológicos, quer históricos, estes pares de palavras surgiram na língua, à semelhança de muitos outros casos de variação, e podem ser considerados sinónimos, sem que haja motivo para considerar uma ou outra forma mais correcta do que outra. Adicionalmente, e sobretudo entre os membros ou simpatizantes do movimento escotista/escutista em Portugal, a distinção
escoteiro
ou
escuteiro
permite também distinguir, respectivamente, entre os membros da Associação de Escoteiros de Portugal (de cariz interconfessional) e os membros, bem mais numerosos, do Corpo Nacional de Escutas (de cariz católico e estruturado numa relação directa com as dioceses).
Ver todas
Palavra do dia
graúlho
graúlho
(
gra·ú·lho
gra·ú·lho
)
nome masculino
Semente da uva.
=
BAGULHO, GRAINHA
Origem etimológica:
grão + -ulho
.