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quitáreis

Será que queria dizer quitareis?

A forma quitáreisé [segunda pessoa plural do pretérito mais-que-perfeito do indicativo de quitarquitar].

Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um clique. Experimente!
quitar1quitar1
( qui·tar

qui·tar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo e pronominal

1. Pagar ou satisfazer uma dívida, um encargo ou uma obrigação; tornar ou ficar quite (ex.: já quitou a dívida; a empresa quitou-se das suas obrigações legais). = DESOBRIGAR, LIVRAR, REMITIR

2. Evitar situação desagradável ou insedejável. = LIVRAR, POUPAR

3. Dissolver ou dissolver-se um casamento ou união afim (ex.: quitou o cônjuge; quitou-se do marido). = DESQUITAR-SE, DIVORCIAR-SE

4. Separar ou separar-se de.


verbo transitivo

5. Fazer quitação de.

6. Apoderar-se de ou retirar algo. = TIRAR

7. Não autorizar o acesso a ou determinada acção. = IMPEDIR, TOLHER, VEDAR

8. [Portugal: Trás-os-Montes] [Portugal: Trás-os-Montes] Escusar de.

etimologiaOrigem etimológica:francês quitter, do latim quieto, -are, acalmar, aquietar.

quitar2quitar2
( qui·tar

qui·tar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

[Portugal, Informal] [Portugal, Informal] Alterar ou melhorar as características ou o aspecto original de um veículo, equipamento ou aparelho (ex.: quitou o carro com acessórios comprados on-line).

etimologiaOrigem etimológica:inglês kit, conjunto, conjunto de peças + -ar.

quitáreisquitáreis

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Dúvidas linguísticas



Tenho uma dúvida na utilização dos pronomes "lhe" ou "o". Por exemplo, nesta frase, qual é a forma correta: "para Carlos não lhe perturbava a existência, ou mesmo a necessidade dos movimentos da vanguarda" ou " para Carlos não o perturbava a existência, ou mesmo a necessidade dos movimentos da vanguarda"?
A questão que nos coloca toca uma área problemática no uso da língua, pois trata-se de informação lexical, isto é, de uma estrutura que diz respeito a cada palavra ou constituinte frásico e à sua relação com as outras palavras ou outros constituintes frásicos, e para a qual não há regras fixas. Na maioria dos casos, os utilizadores conhecem as palavras e empregam as estruturas correctas, e normalmente esse conhecimento é tanto maior quanto maior for a experiência de leitura do utilizador da língua.

No caso dos pronomes clíticos de objecto directo (o, os, a, as, na terceira pessoa) ou de objecto indirecto (lhe, lhes, na terceira pessoa), a sua utilização depende da regência do verbo com que se utilizam, isto é, se o verbo selecciona um objecto directo (ex.: comeu a sopa = comeu-a) ou um objecto indirecto (ex.: respondeu ao professor = respondeu-lhe); há ainda verbos que seleccionam ambos os objectos, pelo que nesses casos poderá dar-se a contracção dos pronomes clíticos (ex.: deu a bola à criança = deu-lhe a bola = deu-lha).

O verbo perturbar, quando usado como transitivo, apenas selecciona objectos directos não introduzidos por preposição (ex.: a discussão perturbou a mulher; a existência perturbava Carlos), pelo que deverá apenas ser usado com pronomes clíticos de objecto directo (ex.: a discussão perturbou-a; a existência perturbava-o) e não com pronomes clíticos de objecto indirecto.

Assim sendo, das duas frases que refere, a frase “para Carlos, não o perturbava a existência, ou mesmo a necessidade dos movimentos da vanguarda” pode ser considerada mais correcta, uma vez que respeita a regência do verbo perturbar como transitivo directo. Note que deverá usar a vírgula depois de “para Carlos”, uma vez que se trata de um complemento circunstancial antecipado.




Meia voz ou meia-voz? Nas buscas que fiz encontrei meia voz usado comummente em Portugal e meia-voz usado no Brasil.
O registo lexicográfico não é unânime no registo de palavras hifenizadas (ex.: meia-voz) versus locuções (ex.: meia voz), como se poderá verificar pela consulta de algumas obras de referência para o português. Assim, podemos observar que é registada a locução a meia voz, por exemplo, no Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo GONÇALVES (Coimbra: Coimbra Editora, 1966), no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Editorial Verbo, 2001), no Novo Dicionário Aurélio (Curitiba: Editora Positivo, 2004); esta é também a opção do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, na entrada voz. Por outro lado, a palavra hifenizada meia-voz surge registada no Dicionário Houaiss (Lisboa: Círculo de Leitores, 2002).

Esta falta de consenso nas obras lexicográficas é consequência da dificuldade de uso coerente do hífen em português (veja-se a este respeito a Base XV do Acordo Ortográfico de 1990 ou o texto vago e pouco esclarecedor da Base XXVIII do Acordo Ortográfico de 1945 para a ortografia portuguesa). Um claro exemplo da dificuldade de registo lexicográfico é o registo, pelo Grande Dicionário da Língua Portuguesa (Porto: Porto Editora, 2004), da locução a meia voz no artigo voz a par do registo da locução a meia-voz no artigo meia-voz.