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enxárcias

arreigada | n. f. | n. f. pl.

Espiga das unhas....


batocaduras | n. f. pl.

Chapas e cavilhas que seguram as mesas das enxárcias contra o costado do navio....


calcês | n. m.

Parte do mastro em que encapela a enxárcia real....


encapeladura | n. f. | n. f. pl.

Lugares onde encapelam os seios das enxárcias....


sirgideira | n. f.

Corda para carregar as velas ou para servir na enxárcia....


enfrechadura | n. f.

Conjunto dos cabos que se fixam horizontalmente nos ovéns da enxárcia, em forma de escada; conjunto de enfrechates....


enfrechate | n. m.

Cada um dos degraus de cabo, madeira ou metal, que se fixam horizontalmente nos ovéns da enxárcia....


enrascada | n. f.

Acto de se enrascarem enxárcias, velas, etc....


antigalho | n. m.

Peça que segura a verga, à falta de enxárcia....


enxárcia | n. f.

Conjunto de todos os cabos de um navio que seguram os mastros e mastaréus....


baiardo | n. m.

Cada um dos pedaços de antena com que se defendem as mesas da enxárcia ou do traquete, quando o navio está de querena....


sarta | n. f.

Conjunto de coisas enfiadas num fio....


colhedor | adj. n. m. | n. m.

Cabo com que se fortificam enxárcias, estais, etc....


cupez | n. m.

Cada um dos dois ovéns que ficam mais à ré das enxárcias de cada mastro....


aparelho | n. m.

Conjunto do velame e enxárcias de um navio....


encapelar | v. tr. | v. intr. e pron.

Encrespar....



Dúvidas linguísticas



Gostaria de saber se "frigidíssimo" é superlativo absoluto sintético de "frio".
Os adjectivos frio e frígido têm em comum o superlativo absoluto sintético frigidíssimo, pois provêm ambos do étimo latino frigidus.



A minha dúvida é relativa ao novo Acordo Ortográfico: gostava que me esclarecessem porque é que "lusodescendente" escreve-se sem hífen e "luso-brasileiro", "luso-americano" escreve-se com hífen. É que é um pouco difícil de se compreender, e já me informei com algumas pessoas que não me souberam dizer o porquê de ser assim. Espero uma resposta de vossa parte com a maior brevidade possível.
Não há no texto legal do Acordo Ortográfico de 1990 uma diferença clara entre as palavras que devem seguir o disposto na Base XV e o disposto na Base XVI. Em casos como euroafricano/euro-africano, indoeuropeu/indo-europeu ou lusobrasileiro/luso-brasileiro (e em outros análogos), poderá argumentar-se que se trata de "palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido" (Base XV) para justificar o uso do hífen. Por outro lado, poderá argumentar-se que não se justifica o uso do hífen uma vez que se trata de "formações com prefixos (como, por exemplo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e de formações por recomposição, isto é, com elementos não autónomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.)" (Base XVI).

Nestes casos, e porque afro-asiático, afro-luso-brasileiro e luso-brasileiro surgem no texto legal como exemplos da Base XV, a Priberam aplicou a Base XV, considerando que "constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido". Trata-se de uma estrutura morfológica de coordenação, que estabelece uma relação de equivalência entre dois elementos (ex.: luso-brasileiro = lusitano e brasileiro; sino-japonês = chinês e japonês).

São, no entanto, excepção os casos em que o primeiro elemento não é uma unidade sintagmática e semântica e se liga a outro elemento análogo, não podendo tratar-se de justaposição (ex.: lusófono), ou quando o primeiro elemento parece modificar o valor semântico do segundo elemento, numa estrutura morfológica de subordinação ou de modificação, que equivale a uma hierarquização dos elementos (ex.:  eurodeputado = deputado [que pertence ao parlamento europeu]; lusodescendente = descendente [que provém de lusitanos]).

É necessário referir ainda que o uso ou não do hífen nestes casos não é uma questão nova na língua portuguesa e já se colocava antes da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Em diversos dicionários e vocabulários anteriores à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 já havia práticas ortográficas que distinguiam, tanto em Portugal como no Brasil, o uso do hífen entre euro-africano (sistematicamente com hífen) e eurodeputado (sistematicamente sem hífen).


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