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bagaço

alvergue | n. m.

Tanque do lagar em que se apura o azeite que solta o bagaço....


escotilha | n. f.

Abertura na parte superior do tonel, para limpeza da vasilha e entrada de uvas ou bagaço....


troça | n. f.

Primeira aguardente do bagaço....


cardaço | n. m.

Resíduo das uvas, depois de pisadas e de extraído o vinho....


comboia | n. f.

Cesto grande, com varais, para transporte de bagaço nos engenhos de bangué....


cadraço | n. m.

Resíduo das uvas, depois de pisadas e de extraído o vinho....


cincho | n. m.

Prensa em que se espreme o bagaço....


gravela | n. f.

Bagaço seco da uva....


vinhaço | n. m.

Balsa ou pé, bagaço de uvas que contém ainda muito vinho....


bagaceiro | n. m. | adj.

Aquele que remove o bagaço....


brulho | n. m.

Bagaço de azeitona....


burusso | n. m.

Resíduo de frutos espremidos....


malafaia | n. m.

Aguardente de fraca graduação que se tira no fim das alambicadas de boa aguardente, para se refinar ou juntar ao cadraço....


travia | n. f.

Massa de farelo e bagaço para os porcos....


fúsel | adj. n. m.

Diz-se de ou óleo que é produzido a partir da fermentação alcoólica e tem usos industriais (ex.: o bagaço e o óleo fúsel são subprodutos da cana-de-açúcar; estimaram a produção de 2,5 litros de fúsel por cada 1000 litros de álcool)....


bagacina | n. f.

Conjunto de fragmentos sólidos de rocha basáltica, geralmente de tamanho entre 0,5 e 5 centímetros, resultantes de projecções de lava (ex.: chão de bagacina; extracção de bagacina)....


lia | n. f.

Bagaço de que se faz a água-pé....


empesar | v. tr.

Espremer o bagaço (das uvas) para lhe extrair o vinho....



Dúvidas linguísticas



Ouve-se em certos telejornais expressões como a cujo ou em cujo; contudo gostaria de saber se gramaticalmente a palavra cujo pode ser antecedida de preposição.
O uso do pronome relativo cujo, equivalente à expressão do qual, pode ser antecedido de preposição em contextos que o justifiquem, nomeadamente quando a regência de alguma palavra ou locução a tal obrigue. Nas frases abaixo podemos verificar que o pronome está correctamente empregue antecedido de várias preposições (e não apenas a ou em) seleccionadas por determinadas palavras (nos exemplos de 1 e 2) ou na construção de adjuntos adverbiais (nos exemplos de 3 e 4):

1) O aluno faltou a alguns exames. O aluno reprovou nas disciplinas a cujo exame faltou. (=O aluno reprovou nas disciplinas ao exame das quais faltou);
2) Não haverá recurso da decisão. Os casos serão julgados pelo tribunal, de cuja decisão não haverá recurso. (=Os casos serão julgados pelo tribunal, dadecisão do qual não haverá recurso);
4) Houve danos em algumas casas. Os moradores em cujas casas houve danos foram indemnizados. (=Os moradores nas casas dos quais houve danos foram indemnizados);
5) Exige-se grande responsabilidade para o exercício desta profissão. Esta é uma profissão para cujo exercício se exige grande responsabilidade. (=Esta é uma profissão para o exercício da qual se exige grande responsabilidade).




Gostaria de saber a diferença entre os verbos gostar e querer, se são transitivos e como são empregados.
Não obstante a classificação de verbo intransitivo por alguns autores, classificação que não dá conta do seu verdadeiro comportamento sintáctico, o verbo gostar é essencialmente transitivo indirecto, sendo os seus complementos introduzidos por intermédio da preposição de ou das suas contracções (ex.: As crianças gostam de brincar; Eles gostavam muito dos primos; Não gostou nada daquela sopa; etc.). Este uso preposicionado do verbo gostar nem sempre é respeitado, sobretudo com alguns complementos de natureza oracional, nomeadamente orações relativas, como em O casaco (de) que tu gostas está em saldo, ou orações completivas finitas, como em Gostávamos (de) que ficassem para jantar. Nestes casos, a omissão da preposição de tem vindo a generalizar-se.

O verbo querer é essencialmente transitivo directo, não sendo habitualmente os seus complementos preposicionados (ex.: Quero um vinho branco; Ele sempre quis ser cantor; Estas plantas querem água; Quero que eles sejam felizes; etc.). Este verbo é ainda usado como transitivo indirecto, no sentido de "estimar, amar" (ex.: Ele quer muito a seus filhos; Ele lhes quer muito), sobretudo no português do Brasil.

Pode consultar a regência destes (e de outros) verbos em dicionários específicos de verbos como o Dicionário Sintáctico de Verbos Portugueses (Coimbra: Almedina, 1994), o Dicionário de Verbos e Regimes, (São Paulo: Globo, 2001) ou a obra 12 000 verbes portugais et brésiliens - Formes et emplois, (“Collection Bescherelle”, Paris: Hatier, 1993). Alguns dicionários de língua como o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (edição brasileira da Editora Objetiva, 2001; edição portuguesa do Círculo de Leitores, 2002) também fornecem informação sobre o uso e a regência verbais. O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea (Lisboa: Academia das Ciências/Verbo, 2001), apesar de não ter classificação explícita sobre as regências verbais, fornece larga exemplificação sobre o emprego dos verbos e respectivas regências.


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