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Dúvidas linguísticas


Qual a forma correcta de pronúncia da palavra menu : "ménu" ou "menú"?
Na questão colocada, não está em causa a acentuação (a palavra é sempre acentuada na última sílaba: menu), mas a qualidade da vogal. Por exemplo, uma vogal que corresponde à letra e pode corresponder ao som [È], como em fé, ao som [e], como em dedo, ao som [i], como em de ou medicina, ou ainda ao som [á], como por vezes em coelho.

No português, como regra geral (com muitas excepções), as vogais que não pertencem a uma sílaba tónica são elevadas. Por exemplo, no caso da vogal e nas palavras génio e genial, o som [È] (vogal mais baixa) da palavra nio (com acento tónico em ) passa a pronunciar-se [i] (vogal mais alta) em genial pois a sílaba tónica passou a ser a última genial.

Esta regra geral aplica-se a menu e aí, como a sílaba tónica é nu, a sílaba me pode pronunciar-se [mi]nu, como em de ou medicina, (e é esta a pronúncia registada no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia da Ciências/Verbo e, posteriormente, no Grande Dicionário Língua Portuguesa, da Porto Editora). A palavra menu, apesar de já ser usada correntemente em português, é de origem francesa, sendo pronunciada com [i] também nessa língua. Desta forma, não há então motivo fonológico ou etimológico para se pronunciar menu com é aberto.




Gostaria de saber se se diz pronto ou prontos numa frase como pronto(s), fica assim combinado. Já agora, o porquê, a explicação.
Apesar de ser muito usual em contextos informais, a forma prontos deverá ser evitada.

A palavra pronto pode corresponder a várias classes gramaticais com diferentes usos semânticos e sintácticos. Pronto pode ser, por exemplo, um adjectivo definido como "que está preparado ou em condições", sendo flexionável em género e número (ex.: a casa está pronta para as visitas; os quartos já estão prontos).

Frequentemente, pronto é usado como interjeição para indicar a conclusão de algo (ex.: pronto, ela finalmente terminou a carta), compreensão ou consolo (ex.: pronto, já está tudo bem) ou desagrado (ex.: pronto, estou farto). Neste caso, visto que as interjeições são uma classe de palavras invariáveis, é aconselhável usar apenas a forma pronto, independentemente do género ou número do sujeito.

A indicação acima tem em conta os registos lexicográficos da palavra e segue os conselhos mais comuns de consultores da língua. É possível, contudo, admitir que se possa formar outra interjeição de origem expressiva a partir da forma masculina plural do adjectivo (prontos), à semelhança de outras interjeições, formadas a partir de flexões plurais (ex.: caraças, céus, cruzes). A interjeição prontos é muito usual em registos coloquiais quotidianos, mas, como tal forma não é normalmente aceite em obras de referência, será desaconselhado utilizá-la.