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caneco

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canecocaneco
|é| |é|
( ca·ne·co

ca·ne·co

)


nome masculino

1. Vasilha destapada de madeira, mais larga no fundo que na boca, para transportar líquidos ao ombro.

2. Caneca alta.

3. [Informal] [Informal] [Desporto] [Esporte] Troféu atribuído ao vencedor ou à equipa vitoriosa numa prova desportiva (ex.: começaram mal, mas conseguiram trazer o caneco para casa). = TAÇA

4. [Informal, Jocoso] [Informal, Jocoso] [Vestuário] [Vestuário] Chapéu alto. = CARTOLA

5. [Informal] [Informal] Região das nádegas. = TRASEIRO

6. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Diabo.


adjectivo e nome masculinoadjetivo e nome masculino

7. [Portugal, Informal, Depreciativo] [Portugal, Informal, Depreciativo] Que ou quem é natural ou descendente de naturais das antigas possessões portuguesas na Índia. = CANARIM


adjectivoadjetivo

8. [Regionalismo] [Regionalismo] Que está um tanto ébrio.


interjeição

9. [Portugal, Informal] [Portugal, Informal] Expressão designativa de aborrecimento, impaciência ou irritação. = CANUDO


do caneco

[Portugal, Informal] [Portugal, Informal] Que é muito grande ou que surpreende ou causa espanto (ex.: os vizinhos fizeram um barulho do caneco esta noite). = DO CARAÇAS

[Portugal, Informal] [Portugal, Informal] Admirável, espectacular ou sensacional. = DO CARAÇAS

pintar o caneco

[Informal] [Informal] Divertir-se ou fazer diabruras. = PINTAR O SETE

etimologiaOrigem etimológica: alteração de caneca.
canecocaneco

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Dúvidas linguísticas



Como se escreve, em números, um milhão? Com pontos, sem pontos e com espaços ou sem pontos e sem espaços? 1.000.000, 1 000 000 ou 1000000?
Não há qualquer norma ortográfica para o uso de um separador das classes de algarismos (unidades, milhares, milhões, etc.) ou para o separador das casas decimais, pois o Acordo Ortográfico de 1945 e o Acordo Ortográfico de 1990 (os textos legais reguladores da ortografia portuguesa) são omissos.

Há várias opiniões sobre o assunto e a maioria dos livros de estilo (veja-se, a título de exemplo, o texto disponibilizado pelo jornal Público no seu Livro de Estilo, artigo "Números", ponto 1.), prontuários e consultores linguísticos para o português defende o uso do ponto a separar as classes de algarismos (ex.: 1.000.000) e da vírgula para separar a parte inteira da parte decimal (ex.: 100,5).

Como se trata de uma questão de metrologia, mais do que de ortografia, a resolução n.º 10 (https://www.bipm.org/fr/CGPM/db/22/10/) da 22.ª Conferência Geral de Pesos e Medidas (Paris, 12 - 17 de Outubro de 2003) organizada pelo Bureau International des Poids et Mesures, em que Portugal participou, é importante e pode contribuir para a uniformização nesta questão (esta resolução apenas reforça a resolução n.º 7 [https://www.bipm.org/fr/CGPM/db/9/7/] da 9.ª Conferência ocorrida em 1948, que apontava no mesmo sentido): o símbolo do separador decimal poderá ser a vírgula ou o ponto (sobretudo nos países anglo-saxónicos e em teclados de computadores e calculadoras); apenas para facilitar a leitura, os números podem ser divididos em grupos de três algarismos (que correspondem às classes das unidades, milhares, milhões, etc.), a contar da direita, mas estes grupos não devem nunca ser separados por pontos ou por vírgulas (ex.: 1 000 000,5 ou 1 000 000.5 e não 1.000.000,5 ou 1,000,000.5).

Por respeito pelas convenções internacionais e por uma questão de rigor (é fácil de concluir que a utilização do ponto ou da vírgula para separar as classes de algarismos num número que contenha casas decimais pode gerar equívocos), é aconselhável não utilizar outro separador para as classes de algarismos senão o espaço (ex.: 1000000 ou 1 000 000).




Tenho sempre uma dúvida: utiliza-se crase antes de pronomes demonstrativos como esse, essa, esta, este?
A crase é a contracção de duas vogais iguais, sendo à (contracção da preposição a com o artigo definido a) a crase mais frequente. Para que se justifique esta crase é necessário que haja um contexto em que estejam presentes a preposição a e o artigo a (ex.: A [artigo] menina estava em casa; Entregou uma carta a [preposição] uma menina; Entregou uma carta à [preposição + artigo] menina). Ora, os pronomes demonstrativos não coocorrem com preposições (ex.: Esta menina estava em casa; *A [artigo] esta menina estava em casa; Entregou a carta a [preposição] esta menina; *Entregou a carta à [preposição + artigo] esta menina; o asterisco indica agramaticalidade), pelo que não poderá haver crase antes de artigos demonstrativos, mas apenas a ocorrência da preposição, quando o contexto o justifique.

Além do que foi dito acima, é de referir que pode haver crase com um artigo demonstrativo começado por a- (ex.: Não prestou atenção àquilo [preposição a + pronome demonstrativo aquilo]), mas trata-se da contracção da preposição a com a primeira vogal do pronome demonstrativo (ex.: àquele, àqueloutro, àquilo).