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cabecinha

A forma cabecinhapode ser [derivação feminino singular de cabeçacabeça] ou [nome feminino].

Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um clique. Experimente!
cabecinhacabecinha
( ca·be·ci·nha

ca·be·ci·nha

)


nome feminino

1. Cabeça pequena.

2. Farinha grossa de trigo que fica na peneira com o rolão.

etimologiaOrigem etimológica: cabeça + -inha, feminino de -inho.
cabeçacabeça
|ê| |ê|
( ca·be·ça

ca·be·ça

)
Imagem

MúsicaMúsica

Parte final do braço de um instrumento de cordas, onde estão as cravelhas.


nome feminino

1. Parte do corpo humano que assenta no pescoço.

2. Zona dessa parte do corpo que no estado normal é coberta de cabelo.

3. Parte anterior dos animais.

4. Parte superior e mais grossa de um objecto.

5. Parte superior. = TOPO

6. Alto, princípio.

7. [Brasil] [Brasil] Parte superior de uma queda-d'água, quando separada da parte inferior.

8. Qualquer pessoa (ex.: tenho sete cabeças à minha responsabilidade).

9. Animal, peça viva (ex.: tem cerca de 5000 cabeças de gado).

10. Ponto principal. = CAPITAL, SEDE

11. Sede das capacidades intelectuais, da memória, das emoções e das decisões (ex.: tem juízo nessa cabeça).

12. [Figurado] [Figurado] Capacidade para agir racional ou sensatamente (ex.: não tenho cabeça para isso). = DISCERNIMENTO, JUÍZO, TALENTO, TINO

13. [Construção] [Construção] Pedra grossa que se põe onde a construção exige mais resistência.

14. [Encadernação] [Encadernação] Parte superior do livro, oposta ao pé.

15. [Música] [Música] Parte final do braço de um instrumento de cordas, onde estão as cravelhas.Imagem

16. [Tipografia] [Tipografia] Parte superior de uma página impressa, oposta ao pé.

17. Termo de um livro oposto ao encerramento.


nome de dois géneros

18. Pessoa ou entidade que dirige ou está à frente de algo. = CHEFE, LÍDER


adjectivo de dois géneros e de dois númerosadjetivo de dois géneros e de dois números

19. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Que demonstra cultura ou inteligência (ex.: teatro cabeça).


bater cabeça

Estar em desavença (ex.: presidente e comissão técnica do clube bateram cabeça sobre treino aberto). = DESAVIR, DESENTENDER

[Religião] [Religião]  Prostrar-se e encostar a testa no chão, como forma de mostrar respeito ou reverência.

[Brasil] [Brasil] Dançar abanando a cabeça com movimentos violentos ao ritmo da música.

cabeça de burro

[Informal, Depreciativo] [Informal, Depreciativo] Pessoa estúpida.

cabeça de proa

[Brasil] [Brasil] [Náutica] [Náutica]  Figura de proa nas embarcações à vela com forma de cabeça.Imagem = CARRANCA

de cabeça

Sem pensar nas consequências.

Sem auxílio de mais nada senão o raciocínio (ex.: fazer contas de cabeça).

duro de cabeça

Cabeçudo, casmurro, pertinaz.

fazer a cabeça

[Informal] [Informal] Levar alguém a mudar de ideias, opinião ou procedimento (ex.: foi o amigo que lhe fez a cabeça para emigrar; o presidente do clube ligou e fez a cabeça do jogador). = CONVENCER

meter a cabeça na areia

Ignorar ou fingir não ver problemas ou dificuldades.

passado da cabeça

[Portugal, Informal] [Portugal, Informal] Doido, maluco. = PASSADO

passar-se da cabeça

[Portugal, Informal] [Portugal, Informal] Perder a calma ou o juízo; ficar transtornado ou doido. = PASSAR-SE DA MARMITA, PIRAR

perder a cabeça

Enervar-se muito; não conseguir manter a calma (ex.: era difícil não perder a cabeça com tantas provocações).

Ter grande entusiasmo em relação a alguma coisa.

etimologiaOrigem etimológica: latim vulgar capitia, do latim caput, -itis, cabeça.
cabecinhacabecinha


Dúvidas linguísticas



Com a nova terminologia como é classificada a palavra "inverno"? Nome próprio ou comum? Esta dúvida prende-se ao facto de este vocábulo passar a ser escrito com letra minúscula por força do novo acordo ortográfico.
A classificação da palavra "inverno" não muda com a aplicação do Acordo Ortográfico de 1990, pois este acordo visa alterar apenas a ortografia e não a classificação das classes de palavras.

Para além da convenção de usar maiúsculas em início de frase e das opções estilísticas de cada utilizador da língua, o uso de maiúsculas está previsto pelos documentos legais que regulam a ortografia do português (o Acordo Ortográfico de 1990, ou, anteriormente, o Acordo Ortográfico de 1945, para o português europeu, e o Formulário Ortográfico de 1943, para o português do Brasil).

O Acordo Ortográfico de 1990 deixou de obrigar as maiúsculas, por exemplo, nas estações do ano, mas deve referir-se que o Acordo Ortográfico de 1945 também não obrigava a maiúscula inicial nas palavras "inverno", "primavera", "verão" e "outono" nos significados que não correspondem a estações do ano (ex.: o menino já tem 12 primaveras [=anos]; este ano não tivemos verão [=tempo quente]; o outono da vida).

Um nome próprio designa um indivíduo ou uma entidade única, específica e definida. Antes ou depois da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990, a palavra "inverno" tem um comportamento que a aproxima de um nome comum, pois admite restrições (ex.: tivemos um inverno seco ) e pode variar em número (ex.: já passámos vários invernos no Porto), havendo inclusivamente uma acepção da palavra em que é sinónima de "ano" (ex.: era um homem já com muitos invernos).

A reflexão acima aplica-se a outras divisões do calendário (nomeadamente nomes de meses e outras estações do ano).




Se entre vogais s vale z, o porquê de cozinha e certeza se escreverem com z e não s e o porquê de casa se escrever com s e não com z? Porquê, por exemplo, vaso, casinha, casita, vasito com s entre duas vogais e porquê, por exemplo, leãozinho, leãozito, cãozinho?
A ortografia do português, como a ortografia de qualquer língua, é um conjunto de regras convencionadas e artificiais que procuram reflectir o sistema fonológico e morfológico da língua, em muitos casos com invocação de motivos etimológicos, desconhecidos da maioria dos utilizadores da língua. Por este motivo, são normalmente os utilizadores da língua que mais lêem e escrevem quem melhor domina a ortografia, por desenvolverem uma memória e uma prática ortográfica.

A ortografia portuguesa só começou a ter alguma estabilidade a partir do final do séc. XIX, com o início das reformas ortográficas. A instabilidade anterior a esta altura poderá facilmente ser verificada em textos antigos, em dicionários etimológicos ou em dicionários com formas históricas, como o Dicionário Houaiss (edição brasileira da Editora Objetiva, 2001; edição portuguesa do Círculo de Leitores, 2002). Poderá verificar, por exemplo, que a grafia de casa se encontra atestada como casa em 1221, como quasa, em 1278, como caza, em 1352 ou como cassa, no séc. XIV. Este é apenas um exemplo, mas é possível encontrar casos afins, até no séc. XX, de grafias que nos parecerão muito estranhas, atendendo à ortografia actual, fixada sobretudo a partir da década de 40 do séc. XX, com o Acordo Ortográfico de 1945, para o português europeu e com o Formulário Ortográfico de 1943, para o português do Brasil.

A juntar a estes factores, e também decorrente deles, há o facto de a relação entre os sinais gráficos (as letras) e os sons por eles representados não serem unívocos. Para uma letra (ex.: s) pode então haver várias pronúncias (ex.: [s] em sal, [z] em casa, [S] em cais, [Z] em mesmo) e para um som (ex.: [s]) pode haver várias grafias (ex. sal, massa, macio, coçar, trouxe). Apesar do que foi dito anteriormente, há ortografias que decorrem de processos regulares de derivação etimológica, em muitos casos a partir do latim. Desta forma, o facto de a letra -s- se pronunciar [z] em contextos intervocálicos não invalida que a letra -z- possa ocorrer nesses mesmos contextos, por motivos etimológicos, sobretudo ligados à transformação, na passagem do latim ao português, de consoantes oclusivas latinas (o -c- latino tinha valor de [k]) em consoantes sibilantes antes das letras -e- e -i- (ex.: gallicia > galiza; judiciu(m) > juízo; luce(m) > luz; minacia > ameaça). Este fenómeno, designado assibilação, é comum a várias línguas neolatinas (ex.: judiciu(m) > judicieux [francês], juicio [espanhol]; minacia > menace [francês], amenaza [espanhol]).

Os últimos exemplos apresentados na dúvida colocada são diminutivos e apresentam dois sufixos distintos apostos à palavra ou ao radical. Nos casos de cão > cãozinho e de leão > leãozinho, leãozito, são utilizados os sufixos -zinho ou -zito. Nos casos de casa > casinha, casita e de vaso > vasito, aos radicais de cada uma das palavras foram acrescentados os sufixos -inho ou -ito e o -s- que aparece nestas palavras pertence ao radical e não ao sufixo diminutivo. Sobre os sufixos diminutivos, consulte ainda a resposta diminutivos (I).