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bocazitas

A forma bocazitasé [derivação feminino plural de bocaboca].

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boca1boca1
|ô| |ô|
( bo·ca

bo·ca

)
Imagem

Parte exterior dessa cavidade, formada pelos dois lábios.


nome feminino

1. [Anatomia] [Anatomia] Orifício e cavidade entre os lábios e a faringe, que forma a primeira parte do aparelho digestivo e na qual estão contidos.

2. Parte exterior dessa cavidade, formada pelos dois lábios.Imagem

3. Abertura anterior.

4. Entrada (ex.: boca do metro).

5. Foz.

6. Cada uma das partes de um fogão onde se pode colocar um recipiente para cozinhar (ex.: boca de gás; boca eléctrica; fogão de quatro bocas).

7. Mossa, recorte ou falha num rebordo ou numa superfície (ex.: louça com bocas).Imagem

8. Cratera.

9. Pessoa a sustentar.

10. Pessoa que protesta.

11. [Portugal, Informal] [Portugal, Informal] Comentário provocatório ou crítico (ex.: ele gosta muito de mandar bocas).

12. [Portugal, Informal] [Portugal, Informal] Comentário ou opinião sem fundamento ou sem pertinência (ex.: que boca tão parva!). = BITAITE, BITATE

13. [Armamento] [Armamento] Orifício circular por onde sai o projéctil de uma arma de fogo.

14. [Culinária] [Culinária] Apêndice de diversos crustáceos (ex.: bocas de caranguejo, bocas de sapateira).

15. [Música] [Música] Abertura no tampo de um instrumento de cordas que influencia o seu timbre (ex.: boca circular; boca de raia).Imagem

16. [Náutica] [Náutica] Parte mais larga do navio.

17. [Figurado] [Figurado] [Teatro] [Teatro] Proscénio.

18. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Ocasião propícia para algo. = OPORTUNIDADE

19. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Local onde se vende droga ilegalmente. = BOCA-DE-FUMO

20. [Angola, Informal] [Angola, Informal] Pessoa muito faladora ou intrometida.


nome masculino

21. [Zoologia] [Zoologia] Espécie de caranguejo (Uca tangeri) da família dos ocipodídeos, com distribuição na costa atlântica, de carapaça lisa ou com pequenas granulações, pedúnculos oculares de grandes dimensões, tendo o macho uma das patas muito desenvolvida. = BOCA-CAVA-TERRA, CARANGUEJO-VIOLINISTA


interjeição

22. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Expressão usada para impor silêncio. = CALUDA


à boca cheia

Em voz alta, sem rebuço.

à boca pequena

Em privado ou em voz baixa.

abrir a boca

Bocejar.

Falar.

adoçar a boca

Agradar.

boca da noite

O anoitecer.

boca de cena

Frente do palco, junto à ribalta. = PROSCÉNIO

boca de fumo

[Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Local onde se vende droga ilegalmente. = BOCA

boca de siri

[Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Exclamação que visa impor silêncio ou impedir que se fale sobre determinado assunto. = BICO, CALUDA, PSIU

boca do corpo

[Informal] [Informal] Conjunto das partes genitais femininas. = VULVA

boca do estômago

Região do tórax acima do estômago, à frente do coração (ex.: levou um soco na boca do estômago). = ANTICÁRDIO, PRECÓRDIO

boca do lixo

[Brasil: São Paulo, Informal] [Brasil: São Paulo, Informal] Zona de prostituição ou de tráfico de droga.

com a boca na botija

Em flagrante.

de boca

De viva voz; de maneira oral (ex.: acordaram o negócio de boca; promessa de boca).

fazer boca

Comer um bocado para beber uma bebida alcoólica.

na boca de

Na opinião de.

na boca do lobo

No lugar mais perigoso.

rijo de boca

Que não obedece bem ao freio.

tirar à boca

Privar-se, passar mal.

etimologiaOrigem etimológica:latim bucca, -ae.
boca2boca2
|ó| |ó|
( bo·ca

bo·ca

)


interjeição

Voz com que se chamam cães, especialmente para comerem ou apanharem qualquer objecto com a boca.

etimologiaOrigem etimológica:forma do verbo bocar.


Dúvidas linguísticas



Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).




Gostaria de saber qual a forma correcta: 1) deve realçar-se que o tema... ou 2) deve-se realçar que o tema...
Para resposta à dúvida colocada, por favor consulte outra dúvida respondida sobre o mesmo assunto em posição dos clíticos em locuções verbais. Nos exemplos referidos, o verbo dever forma com o verbo realçar uma locução verbal e tem um comportamento que se aproxima do de um verbo auxiliar. Por este motivo, o clítico se poderá ser colocado depois do verbo principal (ex.: deve realçar-se), do qual depende semanticamente, ou a seguir ao verbo auxiliar (ex.: deve-se realçar). É de realçar que a posição mais consensual (e aconselhada por vários gramáticos) é a primeira, isto é, depois do verbo principal.