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azedo

A forma azedopode ser [primeira pessoa singular do presente do indicativo de azedarazedar], [adjectivoadjetivo] ou [nome masculino].

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azedoazedo
|ê| |ê|
( a·ze·do

a·ze·do

)


adjectivoadjetivo

1. Acerbo ao paladar.

2. Que se azedou.

3. [Figurado] [Figurado] Áspero, desabrido.

4. Irado, colérico.

5. Veemente.


nome masculino

6. Sabor do que é azedo.

7. [Figurado] [Figurado] Incómodo.

8. O que, numa coisa, é desagradável.

9. Desgosto.

10. [Portugal: Trás-os-Montes] [Portugal: Trás-os-Montes] [Culinária] [Culinária] Enchido de sabor azedo, feito com carnes cozidas de porco e aves, misturadas com pão de trigo, azeite, alho, sal e colorau.

azedarazedar
( a·ze·dar

a·ze·dar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo e intransitivo

1. Tornar ou ficar com sabor azedo, geralmente após fermentação (ex.: o calor pode azedar a feijoada; o leite azedou).

2. [Figurado] [Figurado] Deixar ou ficar tenso, desagradável, difícil (ex.: o assunto acabou por azedar a relação entre colegas; a discussão depressa azedou).


verbo transitivo, intransitivo e pronominal

3. [Figurado] [Figurado] Deixar ou ficar irritado, de mau humor ou com azedume (ex.: o comentário azedou a moça; ele azedou quando descobriu a verdade; azedou-se comigo porquê?). = AGASTAR, ENERVAR, INDIGNAR

etimologiaOrigem etimológica:azedo + -ar.

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Traduzir "azedo" para: Espanhol Francês Inglês


Dúvidas linguísticas



Qual é o plural de porta-voz?
De acordo com a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra (p. 188), quando uma palavra hifenizada é composta por um verbo e um substantivo, apenas este último adquire a flexão do plural. Assim, o plural de porta-voz é porta-vozes, tal como o plural de guarda-chuva é guarda-chuvas e o de beija-flor é beija-flores.



A palavra fim de semana, aparece em todo o lado escrita com hífen, inclusive no vosso dicionário. Contudo, quando estudei a língua portuguesa nas cadeiras da faculdade, foi-nos dado como referência um manual que nos serviu como a Bíblia da Língua Portuguesa: a Nova Gramática do Português Contemporâneo. Esta gramática de Celso Cunha e Lindley Cintra afirma na página 107 que a palavra fim de semana é um exemplo de quando os elementos justapostos conservam a sua "autonomia gráfica", tais como Idade Média e pai de família. Assim sendo, gostaria que me informassem se é correcto a utilização das duas formas, ou se a Nova Gramática já está desactualizada.
O registo de fim-de-semana como palavra hifenizada é feito pela esmagadora maioria das obras de referência do português europeu, nomeadamente o Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo GONÇALVES, o Grande Vocabulário da Língua Portuguesa, de José Pedro MACHADO, o Dicionário da Língua Portuguesa On-line, o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa ou o Grande Dicionário Língua Portuguesa, da Porto Editora.

Como contraponto, a palavra hifenizada está praticamente ausente das obras de referência do português do Brasil, não constando, por exemplo, do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras. A locução fim de semana é registada em obras como o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa ou o Aulete Digital - Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa.

É interessante, neste aspecto, comparar a edição brasileira (Ed. Objetiva, 2001) e a portuguesa (Círculo de Leitores, 2002) do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa e verificar que apesar de fim de semana estar registado nas duas edições como locução e não como palavra hifenizada, na edição portuguesa foi acrescentada a observação "também se escreve com hífen".

Relativamente ao que está estipulado nos textos legais que regem a ortografia portuguesa, a regulamentação sobre o uso do hífen é tão vaga que permitiria justificar que grande parte das locuções nominais fosse escrita com hífen. Leia-se, por exemplo, parte do texto da base XXVIII, a respeito de palavras/locuções com a mesma estrutura de fim-de-semana: "Emprega-se o hífen nos compostos em que entram [...] dois ou mais substantivos, ligados ou não por preposição ou outro elemento [...] e em que o conjunto dos elementos, mantida a noção da composição, forma um sentido único ou uma aderência de sentidos. Exemplos: água-de-colónia, arco-da-velha, bispo-conde, brincos-de-princesa, cor-de-rosa". Se aplicarmos estas indicações a fim-de-semana, podemos concluir que esta locução pode corresponder a um sentido único, pois corresponde a um intervalo temporal específico que não se limita a ser o fim de uma semana de trabalho, uma vez que pode a semana pode começar ao domingo e este está incluído no fim-de-semana.

A Nova Gramática do Português Contemporâneo de Celso CUNHA e Lindley CINTRA não se encontra desactualizada, nem está incorrecta. O que acontece é que o ponto de partida desta gramática de 1985 foi a Gramática da língua portuguesa, de Celso Cunha (1972). Apesar de a colaboração de Lindley Cintra ter permitido incluir informação adicional sobre o português de Portugal e um contraste entre as duas normas, alguma informação veiculada segue a tradição lexicográfica do português do Brasil, como parece ser o caso com fim de semana. Citando os autores da referida gramática, "reitere-se que o emprego do hífen é uma simples convenção ortográfica" (p. 107) e, atendendo à sua parca regulamentação nos textos legais, baseia-se essencialmente nas tradições lexicográficas portuguesa e brasileira.

Em conclusão, pode dizer-se que não se trata de uma incorrecção escrever de uma ou de outra forma, pois não há determinação ortográfica que impeça nenhuma delas, tratando-se apenas de uma questão de respeito pela tradição lexicográfica das duas normas. Actualmente, será preferível escrever fim-de-semana no português de norma europeia, e fim de semana no português de norma brasileira, mas é de referir ainda que o Acordo Ortográfico assinado em 1990 (que, saliente-se, não está em vigor) preconiza (na alínea a) do art. 6.º da base XV), a forma fim de semana, ignorando o texto do parágrafo anterior que defende excepções "já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa)".