Tira de tecido ou de outro material que passa pelos ombros, usada para segurar certas peças de roupa (ex.: vestido de alças cruzadas; sutiã com alças de silicone)....
Gostaria de saber qual é a diferença entre haver e ter, quando estes verbos são utilizados como auxiliares: eu tinha dito/eu havia dito, ele tinha feito/ele havia feito.
Também gostaria de saber se há diferença entre o português luso do português do
Brasil.
Os verbos ter e haver são sinónimos como auxiliares de tempos compostos e são usados nos mesmos contextos sem qualquer diferença (ex.: eu tinha dito/eu havia dito);
sendo que a única diferença é a frequência de uso, pois, tanto no português
europeu como no português brasileiro, o verbo ter é mais usado.
Estes dois verbos têm também uso em locuções verbais que não correspondem a
tempos compostos de verbos e aí há diferenças semânticas significativas. O verbo
haver seguido da preposição de e de outro verbo no infinitivo
permite formar locuções verbais que indicam valor futuro (ex.: havemos de ir a
Barcelona; os corruptos hão-de ser castigados), enquanto o verbo ter
seguido da preposição de e de outro verbo no infinitivo forma locuções
que indicam uma obrigação (ex.: temos de ir a Barcelona; os corruptos têm de
ser castigados).
Note-se uma diferença ortográfica entre as normas brasileira e portuguesa
relativa ao verbo haver seguido da preposição de: no português europeu,
as formas monossilábicas do verbo haver ligam-se por hífen à preposição
de (hei-de, hás-de, há-de, hão-de) enquanto no português do Brasil
tal não acontece (hei de, hás de, há de, hão de). Esta diferença é anulada com a aplicação do Acordo Ortográfico de 1990, uma vez que deixa de haver hífen neste contexto (isto é, em qualquer das variedades deverão ser usadas apenas as formas hei de, hás de, há de, hão de).
Para outras
diferenças entre as normas europeia e brasileira, queira, por favor, consultar
outra resposta sobre o mesmo assunto em
variedades de português.
Qual a maneira correcta de escrever o nome da freguesia alentejana Évoramonte, Evoramonte, Évora Monte, Évora-Monte? Não encontro consenso...
A grafia correcta desta povoação alentejana deverá ser
Évora Monte, segundo as principais obras de referência, nomeadamente o
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves (Coimbra:
Editora Coimbra, 1966) ou o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua
Portuguesa, de José Pedro Machado (Lisboa: Livros Horizonte, 2003). Do ponto
de vista oficial, também é a forma Évora Monte que consta no
Sistema de Informação e Gestão do Recenseamento Eleitoral, da
Direcção Geral da Administração Interna e na
lista de freguesias publicada pelo STAPE em 2005.
No Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, José Pedro
Machado refere que o nome da povoação “está por Évora do monte ou
Évora a do monte” e apresenta-nos uma abonação do que deverá ser a mais
antiga ocorrência conhecida deste topónimo: Euoramonti (ocorre em 1271,
na Chancelaria de D. Afonso III), o que, de alguma forma, poderá explicar
a forma Evoramonte, que é desaconselhável. Esta forma é, no entanto,
bastante frequente, provavelmente também por
analogia com outros topónimos em que a palavra monte se aglutinou com
outras palavras, como Belmonte, Vaiamonte ou Videmonte.
A grafia Évora-Monte é de evitar e a
forma Évoramonte é claramente
violadora das regras ortográficas do português, uma vez que as palavras em
português só podem ser graficamente acentuadas numa das três últimas sílabas.