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mandriai

mândria | n. f.

Qualidade de quem é mandrião ou preguiçoso....


perna | n. f.

Cada um dos dois membros inferiores ou posteriores do corpo animal....


calaceiro | adj. n. m.

Que ou quem não gosta de trabalhar ou de estudar, preferindo mandriar....


morangueiro | adj. n. m.

Que ou quem passa a vida a morangar ou a mandriar....


cera | n. f.

Substância que constitui os favos da colmeia....


calacear | v. intr.

Levar vida de ociosidade; ser calaceiro....


enconar | v. intr.

Demorar muito a fazer alguma coisa....


engonhar | v. intr.

Trabalhar de má vontade ou devagar....


madracear | v. intr.

Levar vida de madraço....


madraçar | v. intr.

Mandriar, preguiçar....


mandriar | v. intr.

Levar vida de ociosidade; ser mandrião ou madraço....


mandrianar | v. intr.

Levar vida de mandrião ou madraço....


mandrionar | v. intr.

Levar vida de mandrião ou madraço....


mangonhar | v. intr.

Ter falta de vontade para trabalhar ou para estudar....


mangonar | v. intr.

Ter mangona ou preguiça; não ter vontade de trabalhar....


mangonear | v. intr.

Ter mangona ou preguiça; não ter vontade de trabalhar....


morangar | v. intr.

Trabalhar pouco, fingindo que faz alguma coisa....




Dúvidas linguísticas



Gostaria de saber algo sobre a palavra tauba, pois ouvi dizer que a palavra não está errada, mas achei em dicionário algum... Então fiquei em dúvida se ela é uma palavra nativa da língua portuguesa, ou é uma forma errada de pronunciá-la!
A palavra tauba não se encontra averbada em nenhum dicionário de língua portuguesa por nós consultado e o seu uso é desaconselhado na norma portuguesa. Trata-se de uma deturpação por metátese (troca da posição de fonemas ou sílabas de um vocábulo) da palavra tábua. Essa forma deturpada é usada em registos informais ou populares de língua, mais característicos da oralidade.

Regra geral, os dicionários registam o léxico da norma padrão, respeitando a ortografia oficial e descurando as variantes dialectais e populares. Ao fazê-lo, demarca-se o português padrão, aquele que é ensinado oficialmente, do português não padrão, aquele que se vai mantendo por tradição oral, em diferentes regiões do espaço lusófono. Ainda assim, há alguns exemplos deste português não padrão que se encontram registados em dicionários da língua padrão, seja porque surgem com alguma frequência em textos literários, seja porque se generalizaram em alguns estratos, seja para reencaminhar o consulente para a forma correcta. Tal acontece em obras como o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (edição brasileira da Editora Objetiva, 2001; edição portuguesa do Círculo de Leitores, 2002), que regista, por exemplo, palavras como açucre, fror, frechada, prantar, pregunta, preguntar ou saluço a par das formas oficiais açúcar, flor, flechada, plantar, pergunta, perguntar, soluço, ou o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, que regista palavras como bonecra, noute e aguantar a par das formas boneca, noite e aguentar.




Podem informar-me se o verbo queixar-se pode ser utilizado sem o pronome reflexivo e em que situação isso ocorre.
O verbo queixar-se é um verbo pronominal; no entanto, o pronome se não é um pronome reflexo, mas o que é designado por “se inerente”. Esta construção é diferente da construção reflexa lavar-se, em que o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente da sua acção (eu lavo-me = eu sou lavado por mim), ou da construção reflexa recíproca beijar-se, em que um sujeito complexo ou colectivo é ao mesmo tempo agente e paciente da mesma acção (o casal beija-se = cada um dos elementos do casal beija e é beijado); em ambas estas construções, o pronome reflexo desempenha uma função de complemento directo. Na construção queixar-se, porém, não há uma acção do sujeito sobre si próprio (eu queixo-me = *eu sou queixado por mim; o asterisco indica agramaticalidade), e o pronome pessoal não tem valor reflexo, nem reflexo recíproco, nem impessoal, nem apassivante, mas parece fazer parte do verbo e das suas propriedades lexicais. No caso de queixar-se, nenhuma das acepções do verbo permite outra forma que não a pronominal (ex.: *ele queixou à irmã; *o doente queixava de dores de cabeça). Há ainda o caso de outros verbos que admitem quer uma construção não pronominal (ex.: esqueci o livro em casa) quer uma construção pronominal com um se inerente (ex.: esqueci-me do livro em casa).

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