A palavra seje existe? Tenho um colega que diz que esta palavra pode ser usada na nossa língua.
Eu disse para ele que esta palavra não existe. Estou certo ou errado?
A palavra seje não existe. Ela é erradamente utilizada
em vez de seja, a forma correcta do conjuntivo (subjuntivo, no Brasil) do
verbo ser. Frases como “Seje bem-vindo!”, “Seje feita a sua vontade.” ou
“Por favor, seje sincero.” são cada vez mais frequentes, apesar de erradas (o
correcto é: “Seja bem-vindo!”, “Seja feita a sua vontade.” e “Por
favor, seja sincero.”). A ocorrência regular de seje pode dever-se
a influências de falares mais regionais ou populares, ou até mesmo a alguma
desatenção por parte do falante, mas não deixa de ser um erro.
Qual das expressões é a correcta: de forma a ou por forma a? Caso ambas estejam correctas, qual a diferença entre elas e quando usar uma ou outra?
As duas expressões estão correctas e são locuções prepositivas sinónimas, significando ambas “para”, “a fim de” ou “de modo a” e indicando um fim ou objectivo (ex.: procedeu cautelosamente de forma a/por forma a evitar erros), sendo a locução por forma a menos usada que de forma a, como se pode verificar pela pesquisa em corpora e motores de busca na internet.
Ambas se encontram registadas em dicionários de língua portuguesa.
Estas duas expressões, construídas com a preposição a, pertencem a um
conjunto de locuções (do qual fazem parte de modo a ou de maneira a)
cujo uso é desaconselhado por alguns puristas, com o argumento de que se trata
de expressões de influência francesa, o que, neste caso, não parece constituir
argumento suficiente para as considerar incorrectas. Acresce ainda que, em
qualquer dos casos, locuções prepositivas como de/por forma a, de maneira a
ou de modo a desempenham a mesma função da preposição para,
que neste contexto introduz frases subordinadas infinitivas adverbiais de fim
(ex.: procedeu cautelosamente para evitar erros), da mesma
forma que, com alterações ao nível dos tempos verbais, as locuções conjuncionais
de/por forma que, de maneira que ou de modo que desempenham a
função da locução conjuncional para que, que neste contexto introduz
frases subordinadas finitas adverbiais de fim (ex.: procedeu
cautelosamente para que evitasse erros). Não
parece assim haver motivo para deixar de usar umas ou outras.