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aticemos

tiçoeiro | n. m.

Varinha de ferro terminada em ângulo com que se atiça o lume....


atiça | n. m.

Indivíduo que incita outro a brigar....


atiçador | adj. | n. m.

Que atiça ou serve para atiçar....


conflação | n. f.

Combinação ou fusão de uma ou mais coisas numa só (ex.: conflação de ideias; conflação textual)....


desencadear | v. tr. | v. tr. e pron. | v. pron.

Soltar o que estava preso ou encadeado....


despertar | v. tr., intr. e pron. | v. tr. | n. m.

Tirar ou sair do sono ou de um estado de dormência ou anestesia (ex.: o trovão despertou-nos; o paciente ainda não despertou; a criança despertou-se, mas voltou a dormir)....


Expressão com que Virgílio e Horácio exprimem a inconstância da popularidade; Camões emprega-a nos versos: "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça//Desta vaidade a quem chamamos fama!//Ó fraudulento gosto, que se atiça//Cua aura popular que honra se chama!"....


atiço | n. m.

Extremidade não queimada dos paus que ficam nas covas de carvão....


atiçar | v. tr.

Chegar a torcida para cima (depois de espevitada)....


incitar | v. tr.

Dar incentivo ou coragem a alguém para fazer ou levar a efeito alguma coisa....




Dúvidas linguísticas



Os nomes próprios têm plural: ex. A Maria, as Marias?
Os nomes próprios de pessoa, ou antropónimos, também podem ser flexionados no plural, designando várias pessoas com o mesmo prenome (No ginásio há duas Marias e quatro Antónios) ou aspectos diferentes de uma mesma pessoa/personalidade (Não sei qual dos Joões prefiro: o João aventureiro que começou a empresa do zero, e que vestia calças de ganga, ou o João empresário de sucesso, que só veste roupa de marca).
Os nomes próprios usados como sobrenome podem igualmente ser flexionados no plural. Neste caso, convergem duas práticas: a mais antiga, atestada no romance Os Maias de Eça de Queirós, pluraliza artigo e nome próprio (A casa dos Silvas foi vendida) e a mais actual pluraliza apenas o artigo (Convidei os Silva para jantar).




Na frase "...o nariz afilado do Sabino. (...) Fareja, fareja, hesita..." (Miguel Torga - conto "Fronteira") em que Sabino é um homem e não um animal, deve considerar-se que figura de estilo? Não é personificação, será animismo? No mesmo conto encontrei a expressão "em seco e peco". O que quer dizer?
Relativamente à primeira dúvida, se retomarmos o contexto dos extractos que refere do conto “Fronteira” (Miguel Torga, Novos Contos da Montanha, 7ª ed., Coimbra: ed. de autor, s. d., pp. 25-36), verificamos que é o próprio Sabino que fareja. Estamos assim perante uma animalização, isto é, perante a atribuição de um verbo usualmente associado a um sujeito animal (farejar) a uma pessoa (Sabino). Este recurso é muito utilizado por Miguel Torga neste conto para transmitir o instinto de sobrevivência, quase animal, comum às gentes de Fronteira, maioritariamente contrabandistas, como se pode ver por outras instâncias de animalização: “vão deslizando da toca” (op. cit., p. 25), “E aquelas casas na extrema pureza de uma toca humana” (op. cit., p. 29), “a sua ladradela de mastim zeloso” (op. cit., p. 30), “instinto de castro-laboreiro” (op. cit., p. 31), “o seu ouvido de cão da noite” (op. cit., p. 33).

Quanto à segunda dúvida, mais uma vez é preciso retomar o contexto: “Já com Isabel fechada na pobreza da tarimba, esperou ainda o milagre de a sua obstinação acabar em tecidos, em seco e peco contrabando posto a nu” (op. cit. p.35). Trata-se de uma coocorrência privilegiada, resultante de um jogo estilístico fonético (a par do que acontece com velho e relho), que corresponde a uma dupla adjectivação pré-nominal, em que o adjectivo seco e o adjectivo peco qualificam o substantivo contrabando, como se verifica pela seguinte inversão: em contrabando seco e peco posto a nu. O que se pretende dizer é que o contrabando, composto de tecidos, seria murcho e enfezado.


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