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Pesquisa por "abmigração" nas definições

Dúvidas linguísticas


Qual a frase que está correcta: Milhares de pessoas saíram à rua para festejar o S. João ou Milhares de pessoas saíram à rua para festejarem o S. João?
Na frase Milhares de pessoas saíram à rua para festejar/festejarem o S. João há duas orações, uma subordinante (Milhares de pessoas saíram à rua) e outra subordinada adverbial final infinitiva (para festejar/festejarem o S. João).

A dúvida coloca-se no uso do infinitivo impessoal (festejar) ou do infinitivo pessoal ou flexionado (festejarem) na oração subordinada infinitiva. Quando na oração subordinada infinitiva há um sujeito diferente do sujeito da oração principal, é utilizado o infinitivo pessoal ou flexionado (ex.: eu saí à rua para [tu] poderes estudar). Quando, porém, o sujeito é o mesmo na oração subordinante e na subordinada, como no caso da frase em apreço, a utilização do infinitivo oscila muitas vezes entre o pessoal e o impessoal. Não há motivo para considerar incorrecta nenhuma das duas opções quando o sujeito da oração subordinada não está explícito (ex.: saímos de casa para poder estudar; saímos de casa para podermos estudar). No entanto, quando o sujeito da oração subordinada está explícito, apesar de ter o mesmo referente da oração subordinante, terá de haver concordância sujeito-verbo (ex.: saímos de casa para podermos estudar; *saímos de casa para nós poder estudar; o asterisco indica agramaticalidade).

As gramáticas não são em geral muito claras na descrição ou explicitação destes contextos (veja-se, por exemplo, a Gramática da Língua Portuguesa, de Maria Helena Mira MATEUS, Ana Maria BRITO, Inês DUARTE, Isabel Hub FARIA et al., 5.ª ed., Editorial Caminho, Lisboa, 2003, pp. 715-718 e 725 ou a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso CUNHA e Lindley CINTRA, 14.ª ed., Edições Sá da Costa, Lisboa, 1998, pp. 601-604 e 609), pelo que dúvidas como estas são muito frequentes e recorrentes nos utilizadores da língua e as respostas raramente podem ser peremptórias. Podemos, no entanto, afirmar que ambas as frases mencionadas estão correctas (Milhares de pessoas saíram à rua para festejar o S. João; Milhares de pessoas saíram à rua para festejarem o S. João).




Venho por este meio pedir que me tirem uma dúvida relacionada com a palavra bolor: a correcta pronunciação da palavra acima referida é "bolor" (com o mesmo tipo de fonologia que existe em, por ex.: ardor ou timor) ou "bolór" (obviamente sem o uso do acento que coloquei, mas com um som como em pior ou maior). Pessoalmente penso que se pronuncia sem nenhum tipo de acentuação, mas desde que vim estudar para o Porto estou rodeado de gente que diz o contrário.
A pronúncia das palavras em português não obedece, em geral, a critérios de correcção, pois não se trata de uma pronúncia correcta ou incorrecta, mas de variações de pronúncia relacionadas com o dialecto ou o sociolecto do falante. Algumas obras lexicográficas contêm transcrições ou indicações de pronúncia (ou de ortoépia), que mais não são do que referências, e que, como tal, não podem ser tomadas como normativas ou vinculativas.

No caso da palavra bolor, parecem ser consideradas correctas as pronúncias do segundo o como [o] (o símbolo entre parênteses representa no alfabeto fonético internacional o som ô de ardor ou Timor) ou como [ɔ] (o símbolo entre parênteses representa no alfabeto fonético internacional o som ó de pior ou pó), ainda que a pronúncia com o som ô seja estatisticamente mais frequente. Assim, por um lado, o Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo GONÇALVES (Coimbra, Coimbra Editora, 1966) e o Grande Dicionário Língua Portuguesa (Porto, Porto Editora, 2004) indicam as duas fonéticas, enquanto o Grande Vocabulário da Língua Portuguesa, de José Pedro MACHADO (Lisboa, Âncora, 2001), o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências (Verbo, 2001) e o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (Lisboa, Círculo de Leitores, 2002) assinalam apenas a pronúncia ô.

Pelo que foi acima apontado, a dúvida colocada diz respeito à qualidade da vogal fonética que corresponde à ortografia, e não a uma acentuação diferente (em ambas as pronúncias, trata-se da mesma sílaba acentuada, bolor). Uma vogal ortográfica (, por exemplo) pode, no português europeu, corresponder a diversas vogais fonéticas (ex.: [u], em bolor), [o] ou [ɔ], em bolor). Esta qualidade da vogal é geralmente fixa em cada palavra (normalmente, o mesmo falante não oscila entre [o] ou [ɔ], em bolor), mas pode alterar-se quando, numa palavra derivada, a sílaba dessa vogal passa de tónica a átona (ex.: bolor [o] ou [ɔ] > bolorento [u]).

Palavra do dia

u·ni·cór·ni·o u·ni·cór·ni·o


(unicorne + -io)
nome masculino

1. [Mitologia]   [Mitologia]  Animal fantástico semelhante ao cavalo, com um chifre comprido e geralmente espiralado na testa. = LICORNE

2. [Zoologia]   [Zoologia]  Rinoceronte asiático (Rhinoceros unicornis) dotado de apenas um chifre. = MONOCERONTE, UNICORNE

3. Substância extraída do chifre desse rinoceronte.

4. [Astronomia]   [Astronomia]  Constelação equatorial. (Geralmente com inicial maiúscula.) = LICORNE

5. [Economia]   [Economia]  Empresa recente ou em fase de desenvolvimento, ligada à indústria de software e às novas tecnologias, cuja avaliação é superior a mil milhões de dólares de investimento (ex.: surgiram alguns unicórnios na última década).

Confrontar: unicórneo.
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in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/Pesquisar/abmigra%C3%A7%C3%A3o [consultado em 29-03-2023]