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Herdamos

Que já tinha falecido à data de determinado facto (ex.: os filhos de um sobrinho pré-falecido não herdam, quando concorrem à sucessão com outros sobrinhos vivos)....


Relativo a alguém que morreu sem ter feito testamento (ex.: herdar ab intestato; herdeiro ab intestato)....


milha | n. f.

Mil reais ou um milhão de antigos cruzeiros ou cruzados (ex.: herdou uma milha; que sorte!)....


antelação | n. f.

Preferência ou prioridade (ex.: os filhos de reis tinham o direito de herdar, com a antelação dos filhos mais velhos)....


avoenga | n. f. | n. f. pl.

Prosápia....


património | n. m.

Conjunto de bens de família; herança familiar....


pecado | n. m.

Transgressão de preceito religioso....


avoengo | adj. | n. m.

Que vem ou se herdou dos avós ou dos antepassados (ex.: relógio avoengo; tradições avoengas)....


heterozigoto | adj. n. m.

Diz-se de ou indivíduo que possui duas formas diferentes para o mesmo gene, uma herdada de cada progenitor....


homozigoto | adj. n. m.

Diz-se de ou indivíduo que herda dos progenitores genes idênticos em relação a uma ou mais características....


herdar | v. tr. | v. intr.

Receber (alguma coisa) por herança ou direito de sucessão....


testar | v. tr. | v. intr.

Deixar em testamento....



Dúvidas linguísticas



Está correcta a palavra bidãos como plural de bidão ou deveria ser bidões?
A palavra bidão forma o plural regular bidões e não *bidãos.



Tenho duas questões a colocar-vos, ambas directamente relacionadas com um programa televisivo sobre língua portuguesa que me impressionou bastante pela superficialidade e facilidade na análise dos problemas da língua. Gostaria de saber então a vossa avisada opinião sobre os seguintes tópicos: 1) no plural da palavra "líder" tem de haver obrigatoriamente a manutenção da qualidade da vogal E? 2) poderá considerar-se que a expressão "prédio em fase de acabamento" é um brasileirismo?
1) No plural da palavra líder, a qualidade da vogal postónica (isto é, da vogal que ocorre depois da sílaba tónica) pode ser algo problemática para alguns falantes.
Isto acontece porque, no português europeu, as vogais a, e e o geralmente não se reduzem foneticamente quando são vogais átonas seguidas de -r em final de palavra (ex.: a letra e de líder, lê-se [ɛ], como a letra e de pé e não como a de se), contrariamente aos contextos em que estão em posição final absoluta (ex.: a letra e de chave, lê-se [i], como a letra e de se e não como a de pé). No entanto, quando estas vogais deixam de estar em posição final de palavra (é o caso do plural líderes, ou de derivados como liderar ou liderança), já é possível fazer a elevação e centralização das vogais átonas, uma regularização muito comum no português, alterando assim a qualidade da vogal átona de [ɛ] para [i], como na alternância comédia > comediante ou pedra > pedrinha. Algumas palavras, porém, mantêm inalterada a qualidade vocálica mesmo em contexto átono (ex.: mestre > mestrado), apesar de se tratar de um fenómeno não regular. Por este motivo, as pronúncias líd[i]res ou líd[ɛ]res são possíveis e nenhuma delas pode ser considerada incorrecta; esta reflexão pode aplicar-se à flexão de outras palavras graves terminadas em -er, como cadáver, esfíncter, hambúrguer, pulôver ou uréter.

2) Não há qualquer motivo linguístico nem estatístico para considerar brasileirismo a expressão em fase de acabamento. Pesquisas em corpora e em motores de busca demonstram que a expressão em fase de acabamento tem, no português europeu, uma frequência muito semelhante a em fase de acabamentos.


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