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sopita

A forma sopitapode ser [derivação feminino singular de sopasopa], [segunda pessoa singular do imperativo de sopitarsopitar] ou [terceira pessoa singular do presente do indicativo de sopitarsopitar].

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sopasopa
|ô| |ô|
( so·pa

so·pa

)


nome feminino

1. Alimento que consiste num caldo, geralmente à base de legumes, que se serve no começo das duas principais refeições.

2. Qualquer pedaço de pão embebido em caldo ou em outro líquido.

3. Coisa muito molhada.

4. [Informal] [Informal] Empregada doméstica. = SOPEIRA

5. [Informal] [Informal] Recusa que se dá a alguém (ex.: tentou convencer-nos, mas levou sopa). = NEGA, TAMPA

6. [Brasil: Nordeste] [Brasil: Nordeste] Autocarro.


às sopas

Com dependência da caridade de alguém (ex.: vivia às sopas do amigo).

cair como a sopa no mel

Acontecer como se desejava.

dar sopa

Não aceitar uma corte, negar namoro.

molhar a sopa

Agredir, bater, surrar; experimentar, tentar, tomar parte em; aproveitar; experimentar sexualmente, copular.

sopa asteca

[Culinária] [Culinária]  Prato tradicional mexicano feito com tiras de tortilha mexicana fritas servidas em caldo de tomate, alho, cebola e condimentos vários, com pedaços de abacate, queijo e natas.

sopa da pedra

[Culinária] [Culinária]  Sopa consistente, feita com carne e enchidos de porco, batata, feijão, cebola e temperos, tradicional da zona ribatejana de Almeirim.

sopa de letras

Jogo ou passatempo em que se procura encontrar num quadro de letras aparentemente aleatórias um conjunto de palavras escritas na horizontal, na vertical ou na diagonal. = CAÇA-PALAVRAS

sopas de cavalo cansado

Bocados de pão embebidos em vinho.

etimologiaOrigem etimológica: francês soupe, do germânico suppa, pedaço de pão embebido em caldo.
sopitarsopitar
( so·pi·tar

so·pi·tar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Fazer dormir; provocar sono ou dormência em. = ADORMECER, ADORMENTAR, SOPORIZAR

2. Tornar mais calmo, mais suave ou menos intenso (ex.: conseguiu sopitar a ira que sentia). = ABRANDAR, ACALMAR, SUAVIZARINTENSIFICAR

3. Não deixar que algo se manifeste (ex.: sopitar uma revolta). = REFREAR, REPRIMIR

4. Quebrar as forças. = ABATER, DEBILITAR, ENFRAQUECERFORTALECER

5. Embalar com promessas ou com esperanças.

etimologiaOrigem etimológica: latim vulgar *sopitare, do latim sopitus, -a, -um, particípio passado de sopio, -ire, adormecer, entorpecer, extinguir.
sopitasopita


Dúvidas linguísticas



Se entre vogais s vale z, o porquê de cozinha e certeza se escreverem com z e não s e o porquê de casa se escrever com s e não com z? Porquê, por exemplo, vaso, casinha, casita, vasito com s entre duas vogais e porquê, por exemplo, leãozinho, leãozito, cãozinho?
A ortografia do português, como a ortografia de qualquer língua, é um conjunto de regras convencionadas e artificiais que procuram reflectir o sistema fonológico e morfológico da língua, em muitos casos com invocação de motivos etimológicos, desconhecidos da maioria dos utilizadores da língua. Por este motivo, são normalmente os utilizadores da língua que mais lêem e escrevem quem melhor domina a ortografia, por desenvolverem uma memória e uma prática ortográfica.

A ortografia portuguesa só começou a ter alguma estabilidade a partir do final do séc. XIX, com o início das reformas ortográficas. A instabilidade anterior a esta altura poderá facilmente ser verificada em textos antigos, em dicionários etimológicos ou em dicionários com formas históricas, como o Dicionário Houaiss (edição brasileira da Editora Objetiva, 2001; edição portuguesa do Círculo de Leitores, 2002). Poderá verificar, por exemplo, que a grafia de casa se encontra atestada como casa em 1221, como quasa, em 1278, como caza, em 1352 ou como cassa, no séc. XIV. Este é apenas um exemplo, mas é possível encontrar casos afins, até no séc. XX, de grafias que nos parecerão muito estranhas, atendendo à ortografia actual, fixada sobretudo a partir da década de 40 do séc. XX, com o Acordo Ortográfico de 1945, para o português europeu e com o Formulário Ortográfico de 1943, para o português do Brasil.

A juntar a estes factores, e também decorrente deles, há o facto de a relação entre os sinais gráficos (as letras) e os sons por eles representados não serem unívocos. Para uma letra (ex.: s) pode então haver várias pronúncias (ex.: [s] em sal, [z] em casa, [S] em cais, [Z] em mesmo) e para um som (ex.: [s]) pode haver várias grafias (ex. sal, massa, macio, coçar, trouxe). Apesar do que foi dito anteriormente, há ortografias que decorrem de processos regulares de derivação etimológica, em muitos casos a partir do latim. Desta forma, o facto de a letra -s- se pronunciar [z] em contextos intervocálicos não invalida que a letra -z- possa ocorrer nesses mesmos contextos, por motivos etimológicos, sobretudo ligados à transformação, na passagem do latim ao português, de consoantes oclusivas latinas (o -c- latino tinha valor de [k]) em consoantes sibilantes antes das letras -e- e -i- (ex.: gallicia > galiza; judiciu(m) > juízo; luce(m) > luz; minacia > ameaça). Este fenómeno, designado assibilação, é comum a várias línguas neolatinas (ex.: judiciu(m) > judicieux [francês], juicio [espanhol]; minacia > menace [francês], amenaza [espanhol]).

Os últimos exemplos apresentados na dúvida colocada são diminutivos e apresentam dois sufixos distintos apostos à palavra ou ao radical. Nos casos de cão > cãozinho e de leão > leãozinho, leãozito, são utilizados os sufixos -zinho ou -zito. Nos casos de casa > casinha, casita e de vaso > vasito, aos radicais de cada uma das palavras foram acrescentados os sufixos -inho ou -ito e o -s- que aparece nestas palavras pertence ao radical e não ao sufixo diminutivo. Sobre os sufixos diminutivos, consulte ainda a resposta diminutivos (I).





Desde sempre usei a expressão quando muito para exprimir uma dúvida razoável ou uma cedência como em: Quando muito, espero por ti até às 4 e 15. De há uns tempos para cá, tenho ouvido E LIDO quanto muito usado para exprimir o mesmo. Qual deles está certo?
No que diz respeito ao registo lexicográfico de quando muito ou de quanto muito, dos dicionários de língua que habitualmente registam locuções, todos eles registam apenas quando muito, com o significado de “no máximo” ou “se tanto”, nomeadamente o Grande Dicionário da Língua Portuguesa (coordenado por José Pedro Machado, Lisboa: Amigos do Livro Editores, 1981), o Dicionário Houaiss (Lisboa: Círculo de Leitores, 2002) e o Dicionário Aurélio (Curitiba: Positivo, 2004). A única excepção é o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências (Lisboa: Verbo, 2001), que regista como equivalentes as locuções adverbiais quando muito e quanto muito. Do ponto de vista lógico e semântico, e atendendo às definições e distribuições de quando e quanto, a locução quando muito é a que parece mais justificável, pois uma frase como quando muito, espero por ti até às 4 e 15 seria parafraseável por espero por ti até às 4 e 15, quando isso já for muito ou demasiado. Do ponto de vista estatístico, as pesquisas em corpora e em motores de busca evidenciam que, apesar de a locução quanto muito ser bastante usada, a sua frequência é muito inferior à da locução quando muito. Pelos motivos acima referidos, será aconselhável utilizar quando muito em detrimento de quanto muito.