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salgado

A forma salgadopode ser [masculino singular particípio passado de salgarsalgar], [adjectivoadjetivo] ou [nome masculino].

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salgadosalgado
( sal·ga·do

sal·ga·do

)
Imagem

CulináriaCulinária

Alimento com gosto a sal, geralmente frito (ex.: serviu-se de alguns salgados).


adjectivoadjetivo

1. Que levou sal, que tem forte gosto a sal.

2. [Figurado] [Figurado] Gracioso, picante.

3. [Popular] [Popular] Caro, de preço elevado.


nome masculino

4. [Culinária] [Culinária] Alimento com gosto a sal, geralmente frito (ex.: serviu-se de alguns salgados).Imagem = SALGADINHO

5. [Marnotagem] [Marnotagem] Terrenos, na vizinhança do mar, onde aparecem ligeiras eflorescências salinas.

salgarsalgar
( sal·gar

sal·gar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Temperar com sal (ex.: já temperei e salguei o peixe).DESSALAR, DESSALGAR

2. Pôr demasiado sal (ex.: acho que salguei o arroz).DESSALAR, DESSALGAR

3. Pôr sal sobre carnes cruas ou outros alimentos, para os conservar. = ENSALMOURAR, SALMOURAR

4. [Antigo] [Antigo] Espalhar sal em terreno onde se cometeu crime de profanação, para que fique estéril.

5. [Ocultismo] [Ocultismo] Fazer feitiço, espalhando sal à porta de alguém.

6. Tornar mais intenso ou mais engraçado (ex.: ele gosta de salgar as conversas).

7. [Informal] [Informal] Fazer subir o preço ou o valor de algo (ex.: a seca vai salgar a conta da água; salgar os preços).

etimologiaOrigem etimológica:latim vulgar *sallicare, do latim sallo, -ere, salgar.

salgadosalgado

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Dúvidas linguísticas



Estava com dúvida quanto à escrita do algarismo 16, e procurando resposta no site, fiquei com mais dúvida ainda: dezesseis ou dezasseis? E porquê?
O algarismo 16 pode escrever-se de duas formas: dezasseis é a forma usada em Portugal e dezesseis a forma usada no Brasil. A forma com e aparenta ser a mais próxima da etimologia: dez + e + seis; a forma com a é uma divergência dessa. Esta dupla grafia, cuja razão exacta se perde na história da língua, verifica-se também com os números 17 (dezassete/dezessete) e 19 (dezanove/dezenove).




Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).