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ripares

A forma riparespode ser [segunda pessoa singular do futuro do conjuntivo de riparripar] ou [segunda pessoa singular infinitivo flexionado de riparripar].

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ripar1ripar1
( ri·par

ri·par

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Gradear com ripas (ex.: mandou ripar a entrada da casa).

2. Pregar ripas em (ex.: riparam algumas partes do telhado).

3. Cortar ou serrar, formando ripas (ex.: é preciso ripar mais uma tábua).

4. Cortar, puxando e arrancando pequenos pedaços (ex.: ele ripou as folhas da alface e temperou a salada).

5. [Agricultura] [Agricultura] Separar a baganha do linho (ex.: ripavam o linho logo depois de colhido). = RIPANÇAR

6. [Agricultura] [Agricultura] Raspar ou limpar a terra com o ripanço (ex.: ainda falta ripar o quintal).

7. Colher folhas ou frutos passando a mão quase fechada ao longo dos ramos (ex.: ripar uvas).

8. Esticar uma porção de cabelo e penteá-la da ponta para a raiz, para criar um efeito de volume (ex.: evite ripar o cabelo muitas vezes).

9. [Antigo, Regional] [Antigo, Portugal: Regionalismo] Puxar ou arrancar os cabelos.

10. Desviar uma estrutura ou construção do alinhamento que tem, para lhe dar outro (ex.: por uma questão de segurança, os projectistas decidiram ripar o eixo da via).

11. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Bater, espancar.

12. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Falar mal de algo ou de alguém. = DESANCAR

13. [Brasil] [Brasil] Cortar cerce as crinas ao cavalo.

14. Furtar, surripiar, bifar.


verbo intransitivo

15. [Antigo] [Antigo] Deitar a mão, tirando com força.

etimologiaOrigem etimológica: ripa + -ar.
ripar2ripar2
( ri·par

ri·par

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

[Informática] [Informática] Fazer cópia, geralmente ilegal, do conteúdo digital de um suporte electrónico para outro (ex.: ripar um CD para o computador).

etimologiaOrigem etimológica: inglês [to] rip, rasgar, arrancar, dividir em partes.
riparesripares


Dúvidas linguísticas



Antes do acordo ortográfico escrevia desta forma a data no quadro para os meus alunos: "Terça-feira, 30 de Novembro de 2010". Depois do acordo, devo escrever a data desta forma (?): "terça-feira, 30 de novembro de 2010".
Com a aplicação do Acordo Ortográfico de 1990, deixa de haver obrigatoriedade também em Portugal de maiusculizar os nomes dos meses e das estações do ano, como já acontecia na norma brasileira.

Também não é obrigatório o uso de maiúsculas nos dias da semana, o que já era uso generalizado em Portugal, conforme o disposto na base XXXIX do Acordo Ortográfico de 1945.

No entanto, não se altera a utilização tradicional das maiúsculas em início de frase ou de quaisquer outras sequências escritas (onde é frequente a oscilação com o uso de minúsculas), como divisões ou campos de textos escritos (títulos de capítulos, secções, assunto, data, referência, etc.) ou versos, sendo por isso justificável a maiúscula no início de uma data como Terça-feira, 30 de novembro de 2010.




Tenho uma dúvida: a gramática da língua portuguesa não diz que um advérbio antes do verbo exige próclise? Não teria de ser "Amanhã se celebra"?
Esta questão diz respeito a uma diferença, sobretudo no registo coloquial, entre as variedades europeia e brasileira do português, que, com a natural evolução da língua, se foram distanciando relativamente a este fenómeno linguístico. No que é considerado norma culta (portuguesa e brasileira), porém, sobretudo na escrita, e em registo formal, ainda imperam regras da gramática tradicional ou normativa, fixas e pouco permissivas.

No português de Portugal, se não houver algo que atraia o pronome pessoal átono, ou clítico, para outra posição, a ênclise é a posição padrão, isto é, o pronome surge habitualmente depois do verbo (ex.: Ele mostrou-me o quadro); os casos de próclise, em que o pronome surge antes do verbo (ex.: Ele não me mostrou o quadro), resultam de condições particulares, como as que são referidas na resposta à dúvida posição dos clíticos. Nessa resposta sistematizam-se os principais contextos em que a próclise ocorre na variante europeia do português, sendo um deles a presença de certos advérbios ou locuções adverbiais, como ainda (ex.: Ainda ontem as vi), (ex.: o conheço bem), oxalá (ex.: Oxalá se mantenha assim), sempre (ex.: Sempre o conheci atrevido), (ex.: lhes entreguei o documento hoje), talvez (ex.: Talvez te lembres mais tarde) ou também (ex.: Se ainda estiverem à venda, também os quero comprar). Note-se que a listagem não é exaustiva nem se aplica a todos os advérbios e locuções adverbiais, pois como se infere a partir de pesquisas em corpora com advérbios como hoje (ex.: Hoje decide-se a passagem à final) ou com locuções adverbiais como mais tarde (ex.: Mais tarde compra-se outra lente), a tendência na norma europeia é para a colocação do pronome após o verbo. A ideia de que alguns advérbios (e não a sua totalidade) atraem o clítico é aceite até por gramáticos mais tradicionais, como Celso Cunha e Lindley Cintra, que referem, na página 313 da sua Nova Gramática do Português Contemporâneo, que a língua portuguesa tende para a próclise «[...] quando o verbo vem antecedido de certos advérbios (bem, mal, ainda, já, sempre, só, talvez, etc.) ou expressões adverbiais, e não há pausa que os separe».

No Brasil, a tendência generalizada, sobretudo no registo coloquial de língua, é para a colocação do pronome antes do verbo (ex.: Ele me mostrou o quadro). Daí a relativa estranheza que uma frase como Amanhã celebra-se o Dia Mundial do Livro possa causar a falantes brasileiros que produzirão mais naturalmente um enunciado como Amanhã se celebra o Dia Mundial do Livro. O gramático brasileiro Evanildo Bechara afirma, na página 589 da sua Moderna Gramática Portuguesa, que «Não se pospõe pronome átono a verbo modificado diretamente por advérbio (isto é, sem pausa entre os dois, indicada ou não por vírgula) ou precedido de palavra de sentido negativo.». Contrariamente a Celso Cunha e Lindley Cintra, Bechara propõe um critério para o uso de próclise que parece englobar a totalidade dos advérbios. Resta saber se se trata de um critério formulado a partir do tendência brasileira para a próclise ou de uma extensão da regra formulada pela gramática tradicional. Estatisticamente, porém, é inequívoca a diferença de uso entre as duas normas do português.