Em um texto que estou a estudar surge a palavra "onomatúrgica", no entanto não consigo achar o seu significado nem no vosso site nem em nenhum dicionário. Gostaria de saber o seu significado.
O adjectivo onomatúrgico não se encontra registado em nenhum dos dicionários de língua portuguesa à nossa disposição. No entanto, o seu uso não pode ser condenado, porquanto está correctamente formado; deriva da palavra grega onomatourgós, que significa “que cria palavras ou dá nomes às coisas” e que deu também origem ao português onomaturgo (termo que, de igual modo, não se encontra averbado em nenhum dicionário de língua portuguesa). Os termos onomaturgo e onomatúrgico são sinónimos enquanto adjectivos, com o mesmo sentido do étimo grego (ex.: trabalho onomaturgo = trabalho onomatúrgico), mas onomaturgo pode ainda ser usado como substantivo, com o significado “aquele que cria palavras ou dá nomes às coisas” (ex.: para aquele filósofo, Deus é um onomaturgo).
Quantos erros gramaticais se encontram na frase:
"Tu soubestes muito bem integrares-te no grupo"
Penso que tem dois erros (duas formas verbais). Certo?
A construção *tu
soubestes está errada, como indica o asterisco, e resulta da confusão entre
as formas verbais da segunda pessoa do singular, que não têm s final (tu
soubeste) e da segunda pessoa do plural (vós soubestes),
ambas do pretérito perfeito do indicativo. Este é um erro muito frequente, que
resulta do facto de o pretérito perfeito ser o único tempo verbal (se excluirmos
o imperativo) em que a segunda pessoa do singular não tem uma terminação
finalizada por -s (ex.: tu sabes, sabias, saberás,
souberas, saberias, saibas, soubesses, souberes,
saberes). Sobre este assunto, poderá consultar também a resposta
puseste-a / puseste-la.
A par deste erro, há
também outra situação que pode ser problemática: o uso do infinitivo pessoal ou
flexionado (integrares) numa oração subordinada substantiva completiva
infinitiva com o mesmo sujeito da oração subordinante. Como foi dito na resposta
infinitivo flexionado, quando na oração subordinada infinitiva há um
sujeito diferente do sujeito da oração principal, é utilizado o infinitivo
pessoal (ex.: tu deixaste [nós] integrarmos novos elementos no grupo).
Quando, porém, o sujeito é o mesmo na oração subordinante e na subordinada, como
na frase em apreço (tu soubeste muito bem [tu] integrares-te no grupo), a
utilização do infinitivo oscila muitas vezes entre o impessoal (ex.: tu
soubeste muito bem integrar-te no grupo) e o pessoal (ex.: tu soubeste
muito bem integrares-te no grupo). Neste contexto (com o mesmo sujeito para
as duas orações), é normalmente considerada como preferencial a escolha do
infinitivo impessoal. Sobre este assunto, poderá consultar também a resposta
infinitivo em orações adverbiais finais e respectivas hiperligações.
Atendendo ao que foi dito acima, pode considerar-se que a frase *tu soubestes
muito bem integrares-te no grupo contém duas incorrecções.